As cooperativas, por certo, precisam transformar a oferta e a demanda inelásticas do produto e/ou serviço
dos ‘donos-cooperados’, em oferta e demanda elásticas os produtos in
natura, artesanais e industrializados. A elasticidade é uma oportunidade
ímpar para negociar em mercados desafiadores: mercado interno, por exemplo,
pelo acesso ao mercado de compra governamental [apesar do baixo valor per
capita por agricultor, devido ao baixo montante monetário ofertado pelo governo
e o número alto de agricultores em condições de negociar] e ao mercado externo;
para isso, o governo federal precisa garantir que o Sistema Harmonizado de
Mercadorias da Organização Mundial do Comércio/OMC – o Acordo sobre Agricultura
[baseado nos critérios: apoio interno, acesso a mercados, subsídios à
exportação] não exclua esses beneficiários, enquanto produtores e consumidores de bens e
serviços.
Via de regra, as cooperativas continuam inviabilizando o
negócio social e econômico por não fazerem planejamento [por exemplo,
utilizando o método 5W2H] e gestão estratégica, e por falta de capacitação de
dirigentes e ‘donos-cooperados’ sobre as ferramentas de análise e gerenciais; bem como não há qualquer diretor nem empregado com formação em Administração
nessas cooperativas. No estado de Alagoas, por exemplo, ainda que a Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, a
Universidade Federal de Alagoas/UFAL e cursos à distância pela Universidade
Norte do Paraná/UNOPAR e pela Universidade Tiradentes/UNIT ofereçam cursos de
Administração em Arapiraca/AL.
O modelo de negócio e a estratégia de tão primitivas anulam a missão, a visão
de futuro, os valores, o marketing, o posicionamento estratégico e a proposta
de valor, no dia a dia, dessas cooperativas; por conseguinte têm uma gestão
baseada no clima e na cultura organizacionais tipicamente personalista,
paternalista e de lealdade ao dirigente. Seus dirigentes atuam, em geral, como chefes,
pois usam a ética de compadrio – a troca como meio de “controle ou influência tendo por base recursos
materiais e recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum tipo
de contribuição”, diz Bernardes (2009).
O êxito do clima e da cultura organizacionais, uma vez que, estão alicerçados numa vigorosa ética de
compadrio, como resultado do exercício arbitrário do Estado (Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário) e das oligarquias política e econômica numa ação combinada com
os dirigentes-chefes, também é agravado pela baixa participação
cognitiva, instrumental, política e social da grande maioria dos
‘donos-cooperados’; e numa outra prática de exercício arbitrário muito
usual: o edital de convocação dessas cooperativas – quando de sua publicação, observa-se que 'os donos-cooperados' deliberam e aprovam em assembleia qualquer assunto em 3ª (terceira)
convocação com um mínimo de 10 (dez) cooperados ou com qualquer número de
cooperados. E entre tantos outros motivos, a ética de compadrio e o edital de
convocação são atualmente os motivos mais extremados pelos quais as cooperativas são ineficazes e malvistas no cumprimento de seus
estatutos – esse "menosprezo pelo exercício da democracia direta” (OLIVEIRA,
2013) dos ‘donos-cooperados' e dos dirigentes aniquilam o ativismo, a prática
cooperativista, o resultado econômico e social, a prosperidade e o bem-estar pelo usufruto dos bens primários: individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade (OLIVEIRA, 2013) – essa prática efetiva o insucesso dessas cooperativas.
E
assertivamente diz Bastiat (2010): “se cada homem tem o direito de defender
– até mesmo pela força – sua pessoa, sua liberdade e sua propriedade, então os
demais homens têm o direito de se concertarem, de se entenderem e de
organizarem uma força comum para proteger constantemente esse direito”.
[1]
Mestre em Desenvolvimento
Sustentável [engenheiro agrônomo], professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia
Brasileira de Extensão Rural/ABER,
diretor do Sindagro, articulador da Tribuna Independente – Maceió/AL Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
Fico claro nossa apatia para exercemos a liberdade individual, daí o êxito de chefe. Toninho
ResponderExcluirA utilização de profissionais competentes podera as cooperativas serem viabilizadas.
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ResponderExcluirPoderia haver o incentivo por parte de organizações governamentais que mostrasse tamanha importância de capacitados à frente de cooperativas, visando as vantagens que isso poderia trazer como um bem comum a todos os envolvidos.
ResponderExcluirDébora Barbosa
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO cooperativismo brasileiro precisa resgatar a cultura cooperativista que vem sendo esquecida pelos seus membros, a união está dando lugar aos interesses particulares. Os cooperados estão perdendo a motivação, a participação e o comprometimento com a cooperativa. Surge também a necessidade de capacitação profissional dos dirigentes e profissionais das cooperativas, bem como dos cooperados.
ResponderExcluirJosé Carlos dos Santos Silva
É verdade que os donos-cooperados fazem pouco caso de sua cooperativa. Celso
ResponderExcluirChega-se de donos nas cooperativas. Marcel
ResponderExcluirComo é difícil internalizar e fazer acontecer as coisas. Mas Bastiat está certo. Ronaldo
ResponderExcluirPrecisamos ler mais sobre liderança e chefia. Luiza
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