domingo, 31 de maio de 2020

Estado, Sociedade e Covid-19 - uma aliança mortal

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Contra o Homo sapiens – em latim quer dizer “homem sábio”. Mas, que “homem sábio” é esse?

A aliança dessa tríade é tão poderosa que tem anulado o exercício do Estado de Direito do “homem sábio”, em todo o mundo, mas determinados agrupamentos e categorias sociais são atingidos com tanto rigor que seus modos de vida se precarizam, principalmente, para os 60% da população mundial de mais de 7,4 bilhões de pessoas que participam na geração da riqueza e renda mundiais, privadas e públicas, mas que só se apropriam de pouquíssimo dessa riqueza e renda, e para a maioria deles, nenhuma acumulação, nenhuma reposição dos bens de capital, entre eles, os rurícolas, os beneficiários da Lei 11.326, de 24/07/2006, que trata da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares. É real, a dolorosa, perversa e vigorosa aliança contra o Estado de Direito e o usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade – pelo Homo sapiens, ditos, “homens e mulheres sábios”. A troco de quê?

Apesar de serem ineficientes em seus objetivos: o Estado, em não compartilhar interesses dos membros da comunidade, por exemplo, um sistema de saúde, educação, segurança pública, judicial e político eficientes; a Sociedade, em não assegurar o exercício do Estado de Direito ao “homem sábio”; e a Covid-19, por ser uma (doença) infecção que pode levar até ao óbito seu hospedeiro, o “homem sábio”. Essa aliança gera um efeito devastador ao “homem sábio”, que, em meio as suas tantas capacidades e habilidades como: abstração, raciocínio, linguagem, introspecção, e solução de problemas tão complexos, entregou a essa tríade de “mão-beijada”, os bens inalienáveis – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade. Leia sobre a ineficiência do governo estadual de Alagoas, acessando o linkhttps://www.tnh1.com.br/noticia/nid/empresa-envolvida-em-fraude-na-venda-de-respiradores-tambem-nao-entregou-equipamentos-em-alagoas/ 

A troco de quê, “homem sábio”?


À vista disso, as atuações do Estado, da Sociedade e da Covid-19, exigem que seu hospedeiro, o “homem sábio”, tenha baixa imunidade aos ataques dessa tríade – ou melhor, seja um ignorante cognitivo. Essa aliança tem como fundamento básico ser eficiente  em suas ações coercitivas (monopólio da força, impostos, agressividade) para garantir suas existências, reproduzindo-se no hospedeiro – a aliança vai de vento em popa e em céu de brigadeiro. E para que essa aliança continue firme é necessário não permitir que o “homem sábio” altere o status quo presente, suas ações coercitivas; mesmo que, notoriamente sejam conhecidas, tanto a ineficiência do Estado, ou melhor dos governantes, em prover políticas públicas que promovam prosperidade e bem-estar, o Desenvolvimento Sustentável; e da Sociedade em assegurar a seus membros o usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade para reduzirem as desigualdades de qualquer natureza; como da Covid-19, em necessitar de um corpo vivo para sobreviver e reproduzir-se – e a Covid-19 é menos mortal do que se pensava, mas não é "só uma gripe", é perigosa à vida.

É inexorável. “Se cada homem tem o direito de defender – até mesmo pela força – sua pessoa, sua liberdade e sua propriedade, então os demais homens têm o direito de se concertarem, de se entenderem e de organizarem uma força comum para proteger constantemente esse direito” (BASTIAT, 2010). Ao tempo em que, os intelectuais devem ter como tarefas: “impedir que o monopólio da força, torne-se também o monopólio da verdade” (BOBBIO, 1997); bem como, deve promover “o fim da aliança entre intelectuais e Estado, por meio da criação de centros de educação e pesquisas intelectuais independentes do poder estatal” (ROTHBARD, 2018).

Faz sentido, que o “homem sábio” use a autoconsciência, a racionalidade e a sapiência para delimitar o campo apropriado da lei, dos direitos, da sociedade e do Estado.

É sua vez Homo sapiens sapiens, “homem sábio”, de dar o troco, ao Estado, a Sociedade e a Covid-19, a essa aliança mortal!



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável e professor da UNEAL