sábado, 31 de outubro de 2020

NÃO fiquem em casa!

 

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

 

Pagadores de impostos, produtores e ou consumidores de bens e serviços, principalmente, agricultores minifundiários, analfabetos, descapitalizados e suas representações, ora pelo seu apático exercício de individualidade e pela sua fragilidade política nos espaços públicos e privados precarizam seu modo de vida: social, econômico e ecológico. E nesse mundo cada vez mais globalizado pela vigorosa, onipresente e acessível interação computador-internet-dispositivo móvel de banda larga, essas categorias permanecem com dificuldades de acesso às TICs, à segurança jurídica; aos serviços [de saúde, educação, segurança pública, extensão rural e pesquisa agropecuária e de lazer]; e que, tampouco têm acesso à terra, aos meios de produção, à renda para viver prosperamente e em bem-estar – em êxodo, a priori, os jovens, pelo insucesso ou a interrupção na sucessão familiar, a consequente masculinização do campo, e de idosos em viés de alta na atividade agrícola; inclusive pela falta de objetividade em suas finalidades, o Cedafra/Conselho Estadual da Agricultura Familiar e Reforma Agrária e a Emater/AL, têm atuações ineficientes. Na Emater, por exemplo, não há prescrição de receita agronômica para o uso de agrotóxico, não há orientação à prática conservacionista, à irrigação e drenagem, e à construção rural; e a pouca a fiscalização do CREA do uso na propriedade tem repercussão na não contratação do engenheiro agrônomo. 

 

Não fiquem em casa! Pois a precarização de suas vidas é acentuada pela ineficiência de governo [municipal, estadual, distrital e federal] em empregar o poder substantivo do chefe – a troca como meio de “controle ou influência tendo por base recursos materiais e recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum tipo de contribuição” (Bernardes, 2009) –, a tal ética de compadrio. Alagoas tem a maior desigualdade de renda do país (Gazeta de Alagoas, 06/09/2019) - https://economia.ig.com.br/2020-10-14/familias-pobres-tem-inflacao-tres-vezes-maior-do-que-familias-ricas-revela-ipea.html

 

Portanto, uma política de desenvolvimento sustentável é assegurada pelo exercício da individualidade, liberdade e posse de homens e mulheres, de agricultores e extrativistas familiares (dos povos e comunidades tradicionais) e de crianças e adolescentes, assegura-lhes o acesso e o uso dos recursos naturais, tributos, bens de capital e lucro em suas unidades: familiar, produtiva, social e geográfica; e para garantir-lhes o acesso e o uso dos recursos naturais, tributos e lucro em suas unidades: familiar, produtiva, social e geográfica. Não fiquem em casa! Participem das audiências públicas do PPA, da LDO e da LOA, federal, estadual e municipal, acompanhem e avaliem as discussões e os resultados destas. Esse processo aponta para a necessidade de estratégias para garantir que as diretrizes e a execução de programas, ações e projetos construam uma visão de futuro, um propósito de vida, garantindo o Desenvolvimento sustentável como conceitua Oliveira – um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito, utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte.

 

E afirma Bastiat (2010): “se cada homem tem o direito de defender – até mesmo pela força – sua pessoa, sua liberdade e sua propriedade, então os demais homens têm o direito de se concertarem, de se entenderem e de organizarem uma força comum para proteger constantemente esse direito”. Indubitavelmente, falta-nos líderes que organizem a lei, e o governo. E argumenta Bernardes, 2009, líder é aquele que usa a autoridade, que é o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação”. E essa nova era das máquinas potencializa o pensar e o agir dos homens e mulheres  [sobre individualidade, liberdade, posse, vigilância e confiança], e suas atuações nas organizações para enfrentar às incertezas e o intervencionismo de qualquer natureza, principalmente a do Estado; de maneira que a economia política possa "prover uma receita farta [...] para as pessoas, ou, mais propriamente, capacitá-las [...]; segundo, suprir o estado [...] com receitas suficientes para seus serviços públicos", afirmava Adam Smith. 


Não fiquem em casa! VOTE LIVRE nessa eleição para prefeitos e vereadores, como em qualquer outra eleição escolham líderes, ainda assim, os vigiem, desta vigilância depende à prosperidade e o bem viver.



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, jornalista, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com