quarta-feira, 31 de maio de 2023

Mas dizei-me; irmãos, o que há?


Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Ah! como compartilhar leituras e filosofar sobre o pensar e o agir, sobre a dialética e a ética e assim fazer uso do instinto e da razoabilidade para prover às necessidades e autorrealizações – Maslow, Diamandis e Oliveira: comida, água, abrigo, energia, tic, saúde, liberdade e individualidade, escolhendo suas preferências temporais individuais e coletivas, ora poupando ou consumindo, ora hoje ou amanhã. E nos ensina Boettke, “certamente precisamos entender a economia para sustentar e manter a estrutura institucional que nos permite realizar os benefícios advindos da liberdade de troca e produção”.

Isto posto, exige do indivíduo um propósito de vida salvaguardada pelo império da lei, como assertivamente afirmava Bastiat – “A Lei é a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”. De tal maneira, que compartilhar ideias, especializações, cooperações, ciência, filantropia, ética e conectividade em ambientes institucionais e não institucionais, públicos e privados, que baseadas e estimuladas por instituições inclusivas econômicas, a livre iniciativa, o livre mercado, o livre-arbítrio têm garantido o Estado de Direito. Ficou não só mais fácil, sobretudo eficiente pela interação humana global na atual era digital, espontânea e onipresente, com muitos serviços on-line gratuitos. Isso posto, aumenta às possibilidades de promover o Desenvolvimento sustentável – "um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, a proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade.

Logo, "cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar”. Por essa razão, a justiça nega que a perda de liberdade de alguns se justifique por um bem maior partilhado por outros" (RAWLS), sobretudo. Todavia, nesse cenário de tantas desigualdades, coerções, incertezas e inseguranças, inclusive a jurídica, o consumidor – índio, agricultor, extrativista, militar, empregado privado e público, professor, empreendedor e suas famílias –, afinal de contas, necessita preservar, usar e compartilhar com eficiência e eficácia os fatores de produção, os impostos, o bem viver. É o indivíduo que ao agir como uma força motriz protege, conserva, usa, inova, produz, especializa, armazena, consume, intercambia e otimiza ideias e bem-estar em escala ascendente e abundante, pode garantir que o usufruto da riqueza pública e da privada torne os diversos agrupamentos humanos prósperos, não seja um jogo de soma zero nesta era digital; e a cooperação pacífica amplia o êxito da educação, da tecnologia transformacional, da divisão do trabalho, da produtividade e do livre mercado.

O indivíduo, a priori, ao compreender o estado da vida e de vida na bacia hidrográfica cria negócios, inova no planejamento, gestão e oferta bens e serviços funcionais, convenientes, confiáveis a preços concorrentes, como observa e compartilha tendências e cenários para organizar e melhorar as trocas desiguais ecológicas e econômicas sob regras formais e informais. E o diálogo como exercício da individualidade e da liberdade lhe assegura uma vida confortável, sobretudo usufruir de suas preferências temporais individuais e coletivas, no presente e no futuro, principalmente as de longo prazo; bem como abrir mão voluntariamente de algumas delas, em favor de uma regra, que aperfeiçoada ao longo da vida alavancará o desfrute dos bens e serviços em contínuos processos de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem sobre os princípios ecológicos (o estudo da casa) e os fundamentos econômicos (o estudo do manejo da casa).

O indivíduo, por certo, pensa, dialoga, age, planeja, gere e negocia estrategicamente o uso dos fatores de produção, da tecnologia, dos bens de capital, dos bens e serviços, dos impostos e lucro, e dos julgamentos de valor que lhes são caros toma decisão e efetiva os objetivos estabelecidos sobre sua prosperidade e seu bem viver e da sociedade ao primar pela eficiência, eficácia e ótima qualidade da produção e do consumo. A vida significa nossa existência, então, o estado da vida do indivíduo é salvaguardado por uma regra voluntária. E repito Bastiat – “A Lei é a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”.

"Mas dizei-me; irmãos, se falta objeto à humanidade, não é porque ela mesma não existe? – Assim falava Zaratustra (Nietzsche)". Então, como cheguei até aqui como indivíduo e como espécie? Como quero ser com os outros? Por que faço o que faço? Como enxergo e pratico as virtudes e os vícios, me leva à prosperidade, bem-estar e felicidade? Se, via de regra, os 8 bilhões de habitantes sobrevivem sem praticar sua individualidade, sua liberdade, sem uma regra voluntária. Tampouco usam suas preferências temporais individuais e coletivas, hoje ou amanhã, para gerarem prosperidade e bem viver – o que há? 

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, dirigente sindical, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com