domingo, 27 de setembro de 2020

O que se vê

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1] 

É sabido que o êxito das pessoas e das empresas na bacia hidrográfica em qualquer negócio sustentável, inclusive do negócio agropecuário – preservação e uso dos recursos naturais, posse, produção, tributos, bens de capital, lucros, liberdade – moldam as instituições e os homens, essa interação em redes potencializa e amplia às necessidades e desejos; impele pessoas, empresas e governo à prosperidade e ao bem-estar pelo usufruto inalienável dos bens primários – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade (Oliveira, 2020)  – e as instituições inclusivas econômicas e políticas são as regras do jogo num mundo que se globaliza velozmente, principalmente pelo uso da interação computador-internet-dispositivo móvel de banda larga, uma conectividade ágil, confiável, barata e onipresente em qualquer atividade exercitada pelo uso inovador do capital humano: da preservação e uso legais dos recursos naturais e dos bens de capital, da produção de bens e serviços de qualidade para o consumo, da confiabilidade da certificação à eficiente fiscalização dos produtos e serviços ofertados aos clientes.

E o sistema: Conselho Federal de Agronomia, Engenharia, Geografia, Geologia e Meteorologia/Confea e seus Conselhos Regionais/Crea, são algumas dessas instituições. 

Mas o que se vê: é que o Confea, uma autarquia federal, exerce o papel de primeira instância, e o Crea, exerce o papel de segunda instância, esses conselhos verificam, orientam e fiscalizam as profissões da área tecnológica com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das atividades abrangidas pelo sistema Confea/Crea.

Entretanto, o que se vê, é que a autarquia federal tem baixa eficiência quando realiza serviços de qualquer natureza, e no caso da fiscalização, o baixo número de fiscais é fatal. 

Tampouco, que se vê, é que esse serviço público tem a obrigação de registrar e fiscalizar o exercício profissional e as empresas que atuam em atividades que afetam os profissionais do sistema Confea/Crea.

Todavia, o que se vê, é que o Confea e o Crea não têm ajudado a combater eficientemente, o mau exercício das atividades tecnológicas por profissionais não habilitados ou leigos.

Pois, o que se vê, é que a sociedade, em geral, não conhece e não confia ou conhece e não confia, na missão do sistema Confea/Crea, ora por completa falta de comunicação entre as partes.

À vista disso, o que não se vê, é que o objetivo das profissões no sistema Confea/Crea, voltam-se para o desenvolvimento do profissional em suas dimensões individual e cidadã.

Ainda mais quando, o que não se vê, é que as organizações que integram o sistema Confea/Crea têm dificuldades para inculcar a ética como bem individual com repercussões e responsabilidades nas atividades e ações desenvolvidas pelas pessoas e empresas na bacia hidrográfica.

Quiça, o que não se vê, é como instituição da área tecnológica, o Confea e o Crea continuem a usar pouco a interação do computador-internet-dispositivos móveis de banda larga, uma ferramenta onipresente, rápida, confiável e a preços concorrentes em suas atividades cotidianas, a exemplo, às eleições desse ano.

Porém, o que não se vê, é o quanto, historicamente, impacta negativamente o baixo número de eleitores e a reeleição, na eficiência do sistema Confea/Crea.

Ah, o que não se vê nessa eleição, via de regra, é a oportunidade da razão vencer a ética do compadrio.

Decerto que, o que não se vê – é que o homem “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand, 2019).

Então, o que não se vê, é como o sistema Confea/Crea, um serviço público octogenário, com tantas gerações de dirigentes (de eleitos e de eleitores) e de conselheiros ainda não conseguem zelar pela ética no exercício profissional do agrônomo, engenheiro, geólogo, geógrafo e do meteorologista, nem defender e proteger à sociedade.

Isto posto, o que não se vê, é que, é próprio da natureza do homem a busca conceitual e contextualizada de sua existência e do potencial do seu ser – eis o ser vida: individualidade, liberdade e posse (por exemplo, sua graduação). 

Em tempo: todo dia, é dia do Engenheiro Agrônomo - aplausos!

 


[1]       Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, jornalista, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com