terça-feira, 30 de novembro de 2021

Extensionista, em viés de baixa

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira [1]


Sobretudo depois da extinção da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Embrater pelo governo Collor, que teve como consequência a aniquilação do Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Sibrater, deixando à deriva as entidades estaduais de assistência técnica e extensão rural, principalmente, as do Nordeste e do Norte. Agora é a vez dos estados dá sequência a extinção desse serviço, enquanto agente animador e impulsionador de prosperidade e de bem-estar individual e da família. Restam a Emater dos estados  Ceará, Brasília (DF), Minas Gerais, Pará e do Rio Grande do Sul que continuam originais, por enquanto. Contudo a Epagri (resultado de fusões) é um caso sucesso! Visite-a, pelo menos no https://www.epagri.sc.gov.br/


A desorganização administrativa gerada pela extinção da Embrater e do Sibrater continua causando danos significativos ao planejamento e a gestão, e ao balanço social das entidades estaduais, aumentando a ineficiência de governo, inclusive tornando os serviços estaduais caros e clientelistas e sem perspectiva; no mínimo, condenando-os ao ostracismo, o que ainda o tornar mais caro. Esse fato deixou o extensionista à deriva, sobremaneira aquele que desenvolve suas ações na área social – Em Alagoas, 10 anos após a criação da nova Emater, a lei não foi regulamentada. O precário serviço de extensão rural e pesquisa agropecuária, é fato e deixou à toa o extensionista (se é que esse título é válido para quem é bolsita).

 

À vista disso, nos últimos 30 anos, a ênfase do governo (federal, estadual, municipal e distrital) está na aplicação de políticas de mal-estar, salvaguardadas pela onipresença de instituições políticas e econômicas extrativistas. Que, de igual modo, continua gerando um passivo econômico, social e ambiental alto para os beneficiários da Lei 11.326/2006, principalmente, pela não reposição dos bens de capital e baixo consumo de bens e serviços, ferramentas motivadoras para alavancar o uso de inovações, da produtividade de todos os fatores, do lucro do empreendimento, impossibilitando, por certo, à prosperidade, o bem-estar individual, a felicidade com repercussões de mal-estar também nos outros indivíduos e na sociedade.

 

O que se vê, é que, é próprio do indivíduo (extensionista, área técnica e social) como escolher sua preferência temporal individual, em viés de alta; à busca conceitual e contextualizada de sua existência e do potencial do seu ser – individualidade, liberdade e posse; porquanto, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand, 2019).

 

Extensionistas, mulher e homem, nesses 70 anos, além de discutirem, inovarem e difundirem os sistemas produtivos e sociais buscam melhorar à qualidade de vida do rurícola, do citadino, e dele, extensionista; e ainda estimulam a participação dessas categorias no processo decisório: municipal, estadual, distrital e federal, para deixar firme e segura a reprodução de suas lógicas familiares, sob a complexa sustentabilidade: econômica, social e ecológica, ora imposta, mas continuam inventando e reinventando dia a dia as relações sociais. É inexorável, reconhecer os conflitos, os diálogos e a confiança nas alianças – e assim, se reproduz.

 

O Extensionista, essa marca distintiva, está em viés de baixa na iniciativa estatal e ausente na iniciativa privada, mas, ainda assim, pode ajudar à promover o Desenvolvimento Sustentável – um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, a proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir às necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – O Estado da Arte. 


Aplausos!



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, jornalista, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com