domingo, 29 de setembro de 2019

A palmo de gato

Marcos Antonio Dantas de Oliveira

É sabido que o êxito das pessoas e das empresas na bacia hidrográfica e de qualquer negócio sustentável, inclusive do negócio agropecuário – preservação e uso dos recursos naturais, posse, produção, tributos, bens de capital, lucros, liberdade – moldam as instituições e os homens, essa interação em redes potencializa e amplia às necessidades e desejos; impele as pessoas, as empresas, e o governo à prosperidade e o bem-estar pelo usufruto inalienável dos bens primários observados por Oliveira (2013) – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade – as instituições inclusivas políticas e econômicas são as regras do jogo. 

A palmo de gato, o Banco Mundial [2005] fez um estudo para avaliar a prosperidade nos países e concluí: no Brasil, os recursos naturais são responsáveis por 18%, nos Estados Unidos e na Europa 2%, cada um; os bens de capital, respondem por 14%, 13% e 17%; o capital humano e a eficiência de governo somados atingem 68%, 85% e 87%, respectivamente. 

A palmo de gato, no caso brasileiro, confirma-se o alto percentual e mau uso dos recursos naturais [18%]; e do baixo capital humano e da ineficiência de governo, que juntos somam, 68%, aprofundando o desequilíbrio entre recursos e produtos, esforços e recompensas na produção e no consumo de bens e serviços pelos produtores e consumidores.

A palmo de gato, não mais enxerga-se o Brasil importador de grãos que produziu uma safra de 40 milhões de toneladas, em 1975, com baixa tecnologia e baixa produtividade, agora, o Brasil de alta tecnologia, exportador de grãos tem uma safra estimada em 234 milhões. O Brasil importador de alimentos alçou voo com criação da Embrapa e da Embrater na década de 1970; e com a contratação de muitos Engenheiros Agrônomos alavancou a produtividade e o lucro. O Brasil é uma referência mundial no agronegócio. 

A palmo de gato, por exemplo, observa-se o que o mau uso do agrotóxico, da semeadura ao armazenamento de grãos, ora pela quase ausência da receita agronômica e ou pela venda livre de agrotóxicos contrabandeados, e pela ineficiência da fiscalização governamental nos postos de fronteira, nos portos, nas casas comerciais, e no cultivo das lavouras; é normalíssimo o baixo volume de fiscalizações do Crea nas vendas em casas comerciais e no uso nas propriedades potencializando os danos: ecológicos [degradação e poluição dos recursos naturais], econômicos [baixa produtividade e lucro], sociais [intoxicações e consumo de produtos sem certificações], repercutindo negativamente nas atribuições do Engenheiro Agrônomo. E nenhum debate sobre a Lei PL 6299/2002 – que trata de uso de agrotóxicos e afins e responsabilidades dos entes envolvidos. Nesses dois casos, o Engenheiro Agrônomo e sua entidade de classe não se apresentam como protagonistas – que despautério!

A palmo de gato, descolou-se do debate sobre agrotóxico, a 76ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia de Sistema Confea/Crea [SOEA, Palmas/TO, set. 2019] ao não ter incorporado à sua programação, a Lei 6299/2002. Essa Lei potencializa a fiscalização do exercício profissional e das empresas pelo Crea.

A palmo de gato, ressalta-se que é vital contratar o Engenheiro Agrônomo para quaisquer agriculturas que os produtores desejem cultivar nos 5 milhões de estabelecimentos agropecuários, e nos 3,8 milhões de estabelecimentos familiares pela baixa produtividade e renda geradas, o serviço de extensão rural estatal, otimizando à preservação e uso dos bens e serviços naturais; na fiscalização; e nas empresas privadas e estatais – o agronegócio em alta, potencializa negócios, empregos, rendas e éticas, inclusive para outras profissões.

A palmo de gato, hábeis, o Engenheiro Agrônomo e o agricultor que impulsionados pela interação do computador-internet-dispositivos móveis de banda larga facilita e barateia o planejamento de curto a longo prazo e a gestão quanto da visão de futuro, da ideia do negócio e da proposta de valor dos empreendedores, investidores, empregados e consumidores. Principalmente, importa-se com o debate acerca do trabalho infantil (observe o Estatuto da Criança e do Adolescente), do intervencionismo do grupo de pressão, do Estado [do governo ineficiente], e da sociedade de avaliar e corrigir os benefícios e malefícios globalização, da tecnologia, da lei Moore, da mudança climática, da demografia, da migração, da poupança e do capital; da troca desigual econômica e ecológica; da vantagem comparativa e ou competitiva; e do custo de oportunidade planejam, executam e corrigem estratégicas para maximizar o desempenho da cadeia produtiva pela suficiência de ciência, pesquisa agrícola, assistência técnica e extensão rural incrementa a produtividade de todos os fatores; e pela qualidade dos bens e serviços ofertá-los rastreados, certificados e fiscalizados, os stakeholders estarão seguros usando bens e serviços funcionais, confiáveis, convenientes a preços concorrentes.

A palmo de gato: eis o Engenheiro Agrônomo valorizado no exercício profissional e ético pela sua individualidade, liberdade e posse. PARABÉNS!!!

Sugestão de leitura: Zander Navarro e Maria Thereza sobre o rural brasileiro, leia o link abaixo.