terça-feira, 31 de maio de 2022

O QUE NÃO SE VÊ

                                             Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

 

A desordem e a desorganização administrativa geradas pela extinção da Embrater e do Sibrater pelo governo Collor, via de regra, continuam causando muitos danos significativos ao planejamento, a gestão e ao balanço social das entidades estaduais de extensão rural e pesquisa agropecuária, e aumentando a ineficiência deste serviço quanto ao atendimento dos beneficiários da Lei 11.326/2006, doravante agricultores, tornando-o caro e assistencialista; condená-lo ao ostracismo, o inviabilizará e deixará o extensionista à deriva – Em Alagoas, 10 anos após a criação da nova Emater, a lei não foi regulamentada, enquanto a Epagri apresenta o balanço social 2021 –https://www.epagri.sc.gov.br/ – É possível, repercutir o desempenho dos extensionistas (comprometimento e disposição) para melhorar a eficiência do tal serviço.

 

À vista disso, nos últimos 30 anos, o governo (federal, estadual, municipal e distrital) continua aplicando políticas de mal-estar, salvaguardadas pela onipresença de instituições políticas e econômicas extrativistas, inclusive pelas representações dos indivíduos; que, de igual modo, afetam qualquer avanço e melhoria das satisfações materiais e emocionais dos indivíduos, dos extensionistas e dos agricultores, principalmente, pela impossibilidade de melhorias de rendas e de condições de trabalho destes, e, assim, impossibilita-os, por certo, de qualquer prosperidade, bem-estar individual e felicidade e com repercussões de mal-estar para outros milhões de indivíduos, por agirem sem eficiência e sem eficácia. Ouça o que diz o presidente da Asbraer, entrevistado pela AgroMais  https://www.youtube.com/watch?v=S5O05obdHlg

 

Ora (im)posta, a onipresença governamental aprofunda a ausência, a apatia e até mesmo a incapacidade dos indivíduos, dos extensionistas e dos agricultores, e suas representações em agirem a seu favor objetivando diminuir ou erradicar seus desconfortos, por exemplo, nas audiências públicas do Plano Plurianual/PPA, Lei de Diretrizes Orçamentária/LDO e Lei Orçamentária Anual/LOA. E deixa claro que é uma quimera, a “lei como organização coletiva do direito individual em legítima defesa”, como disse Bastiat. Contudo, a afirmação de Bastiat, é o ponto de inflexão para evitar que os indivíduos se tornem autômatos desprovidos de razão e vontade, e se tornem presas fáceis das massas impulsivas, irracionais, influenciáveis e hipnóticas, tão banal hoje, e presos, de igual maneira, ao chefe ou ao condutor, como conceitua Bernardes – É inexorável, o indivíduo decide voluntariamente sobre suas preferências temporais em favor de uma regra moral. 

 

É fato, a participação dos indivíduos, dos extensionistas e dos agricultores, é precária no dia a dia, por não reconhecer os conflitos, travar os diálogos e aniquilar a razão e a confiança nas alianças  em caos suas vidas. É com rigor que o indivíduo use seu talento, habilidade e competência, também, no processo decisório: municipal, estadual, distrital e federal, para deixar firme e segura a reprodução de sua lógica familiar, sob a complexa sustentabilidade: econômica, social e ecológica; e promover o Desenvolvimento Sustentável – um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, a proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir às necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade.

 

O Extensionista, essa marca distintiva, está em viés de baixa nas entidades estaduais estatais, bem como pela extinção da Embrater e do Sibrater  vive em desconforto. A precarização das entidades estaduais, via de regra, e a ausência de uma entidade federal e seu sistema capilar (de planejamento, gestão e balanço social) tende a aniquilar o serviço de extensão rural estadual  nessas condições, o atendimento ao agricultor está à beira do caos, com repercussões ruins para o extensionista e à sociedade consumidora de seus produtos e serviços. Porém, sua criação, a Faser, continua fazendo um esforço hercúleo para alavancar um serviço eficiente e eficaz de extensão rural, em mais um evento oportuno e necessário para debater à promoção das condições de trabalho do extensionista e do desenvolvimento sustentável – o XIV CONFASER, CONGRESSO NACIONAL DA FASER, com o Tema: SUSTENTABILIDADE E FORTALECIMENTO DA ATER PÚBLICA NA ERA DIGITAL, dia 12 de junho, Brasília  Aplausos!  

 

O que não se vê, é que, é o indivíduo deve decidir eticamente (escolhe e limita) sua preferência temporal individual, imediata e de longo prazo; essa escolha e limitação, são buscas conceituais para garantir sua existência, essência e objetivo, e do potencial do seu ser – individualidade, liberdade e posse; porquanto, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand).



Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com