quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O Extensionista vaga-lume!

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

E afirma, o vaga-lume, Diogo Guerra – “Sentíamos a segurança de ter uma luz que nos conduzia para os nossos sonhos”. Essa atuação cheia de significados, ao aprender a conhecer, a fazer, a ser e que juntos daqueles que fazem a Asbraer, a Aber, a Faser, emulam a história, a identidade, a cultura extensionista; apesar da Extensão Rural, essa marca distintiva, está em viés de baixa na iniciativa estatal e ausente na iniciativa privada, ainda pode alavancar o Desenvolvimento Sustentável – Vida longa ao Extensionista!

É o Extensionista com sua autoestima ascendente que escolhe sua preferência temporal individual e coletiva, hoje a amanhã, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand).

Sobretudo, após a extinção da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Embrater pelo governo Collor, que teve como consequência a aniquilação do Sistema Brasileiro de Extensão Rural/Sibrater, deixando à deriva as entidades estaduais de Extensão Rural, principalmente, as do nordeste e do Norte – um caos para os agricultores e os Extensionistas.

A desorganização administrativa pela extinção da Embrater (e do Sibrater) continua causando danos ao balanço social das entidades estaduais, aumentando a ineficiência de governo, inclusive tornando estes serviços clientelistas, condena-os ao ostracismo, torna-o mais caro e sem perspectiva; e gera um contínuo caos à relação entre Extensionista e Agricultor. Esse fato deixa o Extensionista à deriva, sobremaneira aquele que desenvolve às ações na área social – Em Alagoas, 12 anos após a criação da nova Emater, a lei não foi regulamentada. O precário serviço de extensão rural e pesquisa agropecuária feito por bolsistas, deixou à toa o Extensionista, se é que esse título é válido para quem é bolsita.

Faz sentido, que os governos estaduais continuem dando sequência à extinção, ora fundindo-as com outras empresas estaduais, ou criando autarquias e departamento na secretaria estadual de agricultura, inclusive com salários baixos e muitas sem realizarem concursos públicos, precariza-as, enquanto animadoras e impulsionadoras de prosperidade e bem-estar individual e familiar. Por ora, poucas continuam originais, entre elas, a Emater do Ceará, Brasília, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia. Mas a Epagri (resultado de fusões) é exitosa! Visite-a, ela pode ser a chave para debater, um novo “Sibrater”. 

E uma das saídas necessária e oportuna, é criação de uma entidade e um sistema nacional estatal de planejamento e de gestão que represente e defenda os interesses das entidades estaduais de ATER, e assim assegurar um serviço estadual eficiente e eficaz aos agricultores.

À vista disso, nos últimos 30 anos, a ênfase do governo (federal, estadual, municipal e distrital) está na aplicação de políticas de mal-estar pela onipresença de instituições políticas extrativistas repercutindo negativamente na vida profissional e social dos Extensionistas e Agricultores. E, continua gerando em muitos municípios um passivo econômico, social e ambiental alto para os agricultores, ora pela não reposição dos bens de capital, do baixo consumo de bens e serviços, do pouco uso de inovações, da baixa produtividade de todos os fatores, e do sem lucro do empreendimento; esse atendimento de baixa qualidade pelo ineficiente serviço de Extensão Rural, impossibilita-os de prosperarem rumo ao bem-estar individual e coletivo e à felicidade – https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/11/07/o-que-e-deficit-primario-e-como-disputa-no-governo-afeta-seu-bolso.ghtml

Os extensionistas, nesses 75 anos, além de discutirem, inovarem e difundirem os sistemas produtivos e sociais, bem como a ética, ainda estimulam a participação dessas categorias no processo decisório para deixar firme a reprodução de suas lógicas familiares, sob a complexa sustentabilidade ora imposta; reinventam suas relações sociais, ao se reproduzirem. É inexorável, que ao reconhecer conflitos, diálogos e confiança fazem alianças; buscam melhorar à qualidade de vida do rurícola, do citadino e dele, extensionista  Parabéns!

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável e professor da Uneal