Marcos Antonio Dantas de
Oliveira[1]
Se a riqueza gerada de bens e serviços [PIB] pelas 10 maiores
economias do mundo é algo em torno de 50 trilhões de dólares, a do Brasil é de
1,77 trilhão de dólares - https://www.suapesquisa.com/economia/maiores_economias_mundo.htm
-, e no Brasil, hoje, os impostos arrecadados
chegam a R$ 1,68 trilhão, a sonegação fiscal alcança a cifra de R$ 450,3 bilhões e a Lava-Jato confirma: os corruptores e os corruptos usurparam algo em torno de R$ 40 bilhões da sociedade.
É muita grana desviada e pouca
punição, enquanto, o Brasil é o sétimo país do mundo que mais mata crianças e adolescentes, 59 para cada 100.000 [Unicef]; e, mais de 17,3 milhões de jovens de zero a 14 anos de idade
vivem na pobreza - https://www.ecodebate.com.br/2017/08/10/no-brasil-jovens-de-zero-14-anos-de-idade-na-linha-de-pobreza-chegam-402/
Para além dos maus tratos alguns príncipes [uns pouquíssimos dentro
população mundial de 7,6 bilhões de pessoas] que se apropriam dessa riqueza
privada através da expropriação e da acumulação, da luxúria e da
avareza, da corrupção e da impunidade; e esses poucos príncipes mantém o
mal-estar da grande maioria da população, principalmente, das CRIANÇAS, em estado
de penúria social, que é reforçada pela alta ineficiência do Poder
Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário.
As famílias ocupadas recebem salários em nível de pobreza
de seus patrões, por exemplo, 60% dos brasileiros ganham até um salário mínimo - "74% das casas com crianças de zero a 4 anos têm renda de até um salário mínimo per capita" [Exame. edição 1147].
E o trabalho infanto-juvenil é um serviço que transfere muita renda para o capitalista, o industrial, o comerciante e o Estado. É uma forma perversa para preservar pais e filhos sem opções de escolhas múltiplas: da oferta do serviço à remuneração decente; da desobediência e ou ausência de marco legal às relações sociais, econômicas e ecológicas; do não acesso ao Artigo 6º - direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, da Constituição Federal; que agrava ainda mais a situação das CRIANÇAS impossibilitadas de ter uma alimentação diária com caloria suficiente para seu desenvolvimento muscular e intelectual, e de frequentarem a escola. Pais e filhos estão sob a dominação da divisão social e internacional do trabalho.
E o trabalho infanto-juvenil é um serviço que transfere muita renda para o capitalista, o industrial, o comerciante e o Estado. É uma forma perversa para preservar pais e filhos sem opções de escolhas múltiplas: da oferta do serviço à remuneração decente; da desobediência e ou ausência de marco legal às relações sociais, econômicas e ecológicas; do não acesso ao Artigo 6º - direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, da Constituição Federal; que agrava ainda mais a situação das CRIANÇAS impossibilitadas de ter uma alimentação diária com caloria suficiente para seu desenvolvimento muscular e intelectual, e de frequentarem a escola. Pais e filhos estão sob a dominação da divisão social e internacional do trabalho.
Nesse meio tempo, na Índia, no Brasil, em Arapiraca as CRIANÇAS
em qualquer coordenada geográfica, no campo ou na
cidade, agora trabalhadoras em serviço penoso, no corte da cana-de-açúcar, na
lavoura de fumo, na olaria, no lixão, na indústria, no comércio, e no
desempenho de tarefas: como cuidar de pequenos animais, hortas e dos irmãos
mais novos. É o setor agrícola quem mais usa essa mão de obra, e na
agricultura familiar é mais intensa. Primeiro pelo hábito secular dos
agricultores de que o trabalho das CRIANÇAS e dos adolescentes reforça o
orçamento familiar. Não é verdade, porque o estado de pobreza é contínuo; decerto que, é perverso e à margem do
Estatuto da Criança e do Adolescente / ECA[2].
Outro infortúnio: a baixa nota do IDEB no país afeta a inteligência e a capacidade de aprender a ler, escrever, interpretar textos e quem não sabe não pensa bem - 1,68% dos alunos de Alagoas têm domínio de escrita [Tribuna Independente, 26/10/2017]. Com esse infortúnio muitas CRIANÇAS deixam de ir à escola para se prostituírem
em troco de alguns poucos reais - ah, lembradas pela presença angelical nos
prostíbulos - https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/operacao-contra-pedofilia-deflagrada-em-todo-o-pais-cumpre-mandados-em-maceio.ghtml ; e ou por alguns reais mais traficar drogas ou serem traficadas - http://www.ecodebate.com.br/2014/11/25/trafico-de-criancas-aumenta-e-meninas-sao-2-em-cada-3-criancas-vitimadas/. E outro fato chama atenção: "Casamento infantil:
Alagoas tem 12 mil casos de menores em uniões conjugais" [Tribuna
Independente, 04/11/2017].
É através desse trabalho
indesejável que as CRIANÇAS e os adolescentes ora se mantém pobres, ora
indigentes. É assim que 35,9% dos nordestinos entre 05 a 17 anos continuam
em extrema pobreza, segundo o IBGE [2010]. E para prosperar, é necessário
aumentar os anos de escolaridade e a renda familiar, e um governo eficiente, por exemplo – http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/03/fantastico-mostra-situacao-precaria-de-escolas-publicas-em-alagoas-em-pernambuco-e-no-maranhao.html
Além disso, "Juízes e promotores de Justiça de todo
país concederam, entre 2005 e 2010, 33.173 mil autorizações de trabalho para
CRIANÇAS e adolescentes menores de 16 anos, o número equivale a mais de 15
autorizações judiciárias diárias, nos 26 estados e no Distrito Federal",
segundo Ministério do Trabalho e Emprego. Uma afronta ao ECA. É um governo
ineficiente - crianças ganham R$ 2,00 por semana em Santana de Ipanema, Alagoas – https://www.youtube.com/watch?v=dip1sTmo-2s
Estudo feito pela USP [Pnad de
1995] revela: "As perdas acumuladas por pessoas que ficaram economicamente
ativas dos sete aos 14 anos, e cuja idade em setembro de 1995 variava entre 21
e os 55 anos, representavam perto de 30% do PIB. Para termos ideia, ainda
segundo o estudo, com R$ 11,3 bilhões [1,7% do PIB] seria possível estender à
totalidade das CRIANÇAS trabalhadoras o programa de Bolsa Escola [Peti]; o que
tiraria da ignorância milhares de trabalhadores-mirins de sete a 14 anos e
elevaria seus ganhos salariais e, consequentemente, o PIB" [CIPOLA, 2001].
O Brasil descumpre literalmente os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio, principalmente aqueles ligados às CRIANÇAS rurícolas: erradicar a
extrema pobreza e a fome; reduzir a mortalidade na infância; combater o HIV, a
malária e outras doenças; atingir o ensino básico universal – http://blogdotarso.com/2013/03/28/finlandia-a-melhor-educacao-do-mundo-e-100-estatal-gratuita-e-universal/
Está satisfeito com o fosso na alfabetização entre crianças
ricas e crianças pobres - https://www.ecodebate.com.br/2017/04/06/no-brasil-alfabetizacao-entre-criancas-mais-ricas-e-seis-vezes-maior-que-entre-pobres/
Logo, o Desenvolvimento Sustentável urge como uma "rede dialética, que
compartilhada pelas diversas categorias [conflitos e alianças] ao preservarem,
ao conservarem e ao usarem os recursos naturais e os impostos [planejamento,
gestão, ideia de negócio] transforma-os em bens e serviços [proposta de valor]:
do autoconsumo ao mercado, do PIB às rendas destinadas ao bem-estar pelo
usufruto dos bens primários: autoestima, imaginação, inteligência, confiança, liberdades
fundamentais, disposições sociais (saúde, educação), renda, riqueza,
deveres e direitos, com todos, intra e intergeracional [justiça social]” - Uma
concertação do pensar e do agir para empoderar as CRIANÇAS e os adolescentes pelo tirocínio escolar, inclusive, ao cursar uma faculdade poderão controlar a riqueza pública e a riqueza privada e assim
usufruir dos vitais bens primários propostos por [John Rawls, Uma Teoria da Justiça, 2002] -
autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda,
riqueza, liberdades, direitos, da fase infantil à adulta para a prosperidade e para o bem-estar. É nosso dever avaliá-lo e corrigi-lo, se for o caso.
É o caso de alguns bilhões de
CRIANÇAS no mundo e, diz Varikas: "Ninguém deve ser reduzido a seu nascimento”.
[1] Mestre em Desenvolvimento
Sustentável, engenheiro agrônomo, professor da Universidade
Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão
Rural/ABER, diretor do Sindagro. Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
[2]
Para o Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA é criança a pessoa até
12 anos incompleto, e adolescente aquele entre 12 e 18 anos de idade.
Essa sequência de textos nos faz ver quão real é a pobreza mundial, brasileira e alagoana. Vamos à luta? Stella
ResponderExcluirLer e avaliar esse artigo, é o nosso presente do dia da criança, obrigado Marcos. Celso
ResponderExcluirValeu pelo reflexivo texto. Claúdio
ResponderExcluir"Ninguém deve ser reduzido a seu nascimento", reforça porque devemos cuidar bem da criança. Márcia
ResponderExcluirCuidadosamente pensado. Valeu. Mauricio
ResponderExcluirAplica o ECA é a garantia de proteção às crianças e os adolescentes, um dever da sociedade e do Estado. Vamos exercitar a cidadania. Vanessa
ResponderExcluirSeu artigo é uma celebração à luta! Raimundo
ResponderExcluirComo precisamos ler cada vez mais. Adelmo
ResponderExcluirE o governo de Alagoas vai para a televisão dizer que a educação está melhorando. Oto
ResponderExcluirImagine, só 1,68% dos alunos do fundamental têm domínio da escrita.E o que se ver é propaganda do que o governo está cuidando da educação - que governo ineficiente. Tadeu
ResponderExcluirvamos aproveitar e enterrar esses governo. Luís
ResponderExcluirAlém de crimes de morte, as crianças e adolescentes casam cedo - uma vida no caos. Para uma reflexão agora. Aristides
ResponderExcluirPelas notícias e observações feitas no texto, leio sempre. Ana
ResponderExcluirMuito bom. Ricardo
ResponderExcluirOportuno sua preocupação com a criança e mais ainda com as soluções. Maria
ResponderExcluirProfessor Marcos Dantas sempre fazendo os seus alunos e futuros administradores refletirem com relação ao trabalho infantil. Teremos a responsabilidade de erradicar esse tipo perverso de trabalho e fazer a diferença enquanto futuros gestores. José Marcos.
ResponderExcluirÓtimo Artigo Professor Marcos Dantas, realmente o trabalho infantil, tanto nos grandes centros, quanto nas zonas rurais, são uma grande preocupação. É comum infelizmente esse tipo de situação com atividades que provocam sérios danos físicos e psicológicos em cada uma dessas crianças, afastando-as da escola e de uma infância decente. Larissa.
ResponderExcluirParabéns professor, como sempre o Sr. esclarecendo e encontrando soluções para alguns problemas sociais, é necessário mais pessoas com esse entendimento e leitura para abrir a mente de muitos.
ExcluirInfelizmente esse tipo de exploração é vista em grandes centros, como também em pequenas cidades, principalmente pelo valor de mão de obra ser baixa. Precisamos nos conscientizar e cobrar de nossos governantes mais políticas públicas para que pelo menos o número de crianças exploradas diminua. E a classe administradora tem papel importante para ajudar a minimizar essa situação.
ResponderExcluirÉ de grande importancia, ainda encontrar-mos textos que nos mostre as necessidades ainda vividas pelas crianças. Cada dia que se passa só pioram as coisas. Parabéns ao professor Marcos Dantas, por seu total desempenho e principalmente por demonstrar importancia com os problemas do nosso cotidiano.
ResponderExcluirKelianny Amorim. UNEAL
Tudo isso só acontece por contas dos nossos corruptos governantes que só olham para o próprio rabo e não para a população, para as crianças, agricultores e tidos aqueles que necessitam de ajuda,e o governo só faz, se virar a quem colocam eles no poder.
ResponderExcluirO que faz também isso acontecer é a falta de incentivo à leitura. Se uma criança começa a ler cedo,ela necessariamente vai obter mais conhecimento e vai querer estudar mais. Mas hoje com as condições vividas pela sociedade brasileira, tudo está se juntado pra os problemas sociais, como o trabalho infantil.
Mas este artigo é de extrema importância pra nós alertamos e tenho certeza se alguns gestores lerem este artigo, traria muito conhecimento para tal.
Felipé J Soares
Deixo aqui a importância da conscientização da sociedade quanto aos interesses públicos, pois somos os maiores responsáveis pelas arrecadaçoes de impostos. Por isso precisamos adquir mais conhecimentos e buscar nossos direitos. Outro assunto que infelizmente é fechado os olhos, principalmente nas regiões com maior número de agricultores, é a exploração do trabalho infantil, que tem reduzido, porém precisamos de mais crianças presentes nas salas de aulas, possibilitando um mundo mais igual e sem miséria.
ResponderExcluirGrande Abraço!
Jonathan Henrique
É inadmissível que em pleno século XXI isso continue acontecendo em nosso pais, especificamente com as crianças dessa classe social que vem ser quem mais sofre com tudo isso, é vergonhoso e triste ao mesmo tempo. A minha pergunta é: Quando isso vai mudar?
ResponderExcluirParabéns professor Marcos Dantas pelo seu maravilhoso trabalho.
José Adailson
É um assunto muito interessante a ser abordado pois,muitas crianças perdem sua infantilidade quando crescem, pois quando foram crianças não tiveram a chance de brincar, estudar e aprender, penso no tanto de crianças que não tiveram a chance de se divertir enquanto criança, e estudar para quando crescer ter um bom emprego e uma vida melhor. Alana Katiely
ResponderExcluirAbandonar os crianças vai muito além de simples esquecimento. Vivemos em um país de escândalos e escândalos, que notícia atrás de notícia ouve-se que foram desviados x milhões, foram superfaturados outros bilhões, e tudo se repete, mas ao mesmo tempo são vinculadas matérias compradas e feitas pelas três esferas do governo dizendo que os "investimentos não param" na educação, que isso e que aquilo. Abandonar as crianças é abandonar, desde já, os futuros jovens e adultos que decidiram os rumos do país. Fazer com que as crianças de hoje permaneçam sem acesso digno a educação é garantir que no futuro a corrupção continue como uma das melhores fontes de renda para os poucos que conseguirão vencer o abismo do abandono que o governo cada vez mais enlarguesse.
ResponderExcluirMuitos olham para este abandono como simples esquecimento, quando na verdade, o esquecimento é nosso, ao eleger, a cada quatro anos, as mesmas pessoas, quer seja diretamente, quer seja indiretamente, por meio dos laranjas.
A grande falta de conscientização do poder público, os incentivos a educação, a falta de novas oportunidades, tudo isso parece está se tornando mais difícil de ser alcançadas pelas novas crianças, principalmente por crianças vindouras de famílias carentes, de baixo convívio social. O que torna mas complexo a tentativa de quebrar o ciclo educacional adquiridas de pais, avós, famílias que possuem uma grande dificuldade no acesso a comunicação e aprendizado.
ResponderExcluirSaulo Caetano
A ineficiência da gestão pública provoca a escassez de oportunidades a população carente, viabilizando o progresso da miséria e pobreza. Lamentavelmente diversas crianças permanecem nessa condição desumana. Diante disso, são impossibilitadas de ter acesso a educação, impedindo seu crescimento intelectual. Compete a nós converter essa realidade, no momento de nomear nossos representantes públicos.
ResponderExcluirDouglas Domingos