Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]
Sobretudo, porque o número de organizações cooperativas singulares e centrais ainda é pequeno, principalmente aquelas que atuam no ramo de crédito, de trabalho e do agropecuário, é relevante observar e levar em conta que existem, 3,9 milhões de estabelecimentos familiares no Brasil, em Alagoas, são 82.369 estabelecimentos familiares (IBGE: Censo Agropecuário, 2019), que ocupam espaços privados e públicos objetivando cumprir seus estatutos – ideário e prática cooperativista.
É importante notar e anotar que o baixo grau de ativismo e de prática social dos cooperados pelo não exercício da democracia direta, repercute negativamente nos debates, nos encaminhamentos, nas alianças e nas práticas cooperativistas (atos e processos). Assim, é preciso avaliar: 1) a influência de uma ética de compadrio autoritária exercida pelo Estado (e os governos) e pelas cooperativas (e os dirigentes-cooperados) que atuando com sua mão de força, promove a hierarquização de seus interesses, muitas vezes, uma reprodução das mesmas práticas clientelistas e paternalistas que as da oligarquia política e fundiária; e, 2) pela apatia dos 'donos-cooperados' em relação ao projeto social, ao ideário e à prática cooperativista é generalizada e irrestrita nas assembleias ordinárias e extraordinárias, principalmente.
E pode-se afirmar que as cooperativas sobre a influência da ética de compadrio, seus presidentes atuam como chefe - aquele que usa a troca como meio de "controle ou influência tendo por base recursos materiais e recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum tipo de contribuição" (BERNARDES citando ETZIONI, 2009), e noutras atuam como condutor - é aquele que usa o poder como "controle ou influência sobre as ações dos outros no intuito de atingir as próprias metas, sem o consentimento destes outros, contra a vontade deles ou sem o seu conhecimento ou compreensão" (BERNARDES citando BUCKLEY, 2009).
Ademais, nos ensina: Machiavelli (1998) que diz, “aquele que promove o poder de um outro, perde o seu [...]” e Rousseau (2015), que “é absurdo e contraditório que o Soberano se dê um superior; obrigar-se a obedecer a um senhor é entregar-se sob plena liberdade”.
É
fragorosamente inexpressiva uma assembleia geral com o mínimo de 10 'donos-cooperados' votantes em 3ª convocação para discutir, deliberar e aprovar
qualquer pauta; sobretudo, porque sua presença é uma obrigação para com o seu
negócio; e esse mínimo de 10 votantes desobriga até mesmo os dirigentes de
comparecem as assembleias, e votarem. Essa atitude é crucial para alavancar o ideário, o ativismo, à prática cooperativista, à ideia de negócio; embora seja crucial, também, porque levanta dúvida sobre a gestão e o
objetivo da cooperativa.
É inexorável que as cooperativas estão quase sempre sendo ineficazes e malvistas pelo “menosprezo do exercício da democracia direta” (OLIVEIRA, 2013), principalmente pelos 'donos-cooperados', de modo que, o exercício dos princípios rochdaleanos é a porta de entrada e de saída para o êxito da prática cooperativista, e que tem na democracia direta a ferramenta para promoção de uma evolução no clima e na cultura organizacionais das cooperativas. As causas: influência da ética de compadrio entre governo e dirigentes e apatia dos 'donos-cooperados' pelo edital de convocação com 10 votantes e pelo menosprezo à democracia direta são das mais relevantes para o insucesso do cooperativismo, da função econômica e social da cooperativa.
Mas,
se os 'donos-cooperados' alterarem o estatuto social discutindo, deliberando e
aprovando em assembleia gerail, ordinária ou extraordinária, só em duas
convocações: a 1ª (primeira) com 2/3, e a 2ª (segunda) com 50%
(cinquenta por cento) mais 1 (um) dos 'donos-cooperados' aptos a votarem,
estarão dando passos seguros para que seu negócio seja um caso de sucesso para
atender os objetivos propostos no estatuto social. Sobretudo porque é na
assembleia geral que o 'dono-cooperado' comparece, exercita, planeja, decide,
fiscaliza, promove e vive o projeto social cooperativista necessário e oportuno
para que a democracia direta, a proposta de valor e a ideia do negócio remunere
e garanta bem-estar aos 'donos-cooperados' a perder de vista. Esses
comportamentos exigem uma reflexão que se faz necessária para educar os
cooperados, familiares e consumidores com a finalidade de compreender que o
que se deve reformar é o conjunto do ambiente social.
A citação de Maquiavel reforça a força dos diretores. Carlos
ResponderExcluirE o não exercício democrático acentua a força desses tipos de dirigentes. Ricardo
ResponderExcluirParabéns pelo texto. As cooperativas precisam que os associados compreendam que eles são os donos e portanto devem assumir os rumos das cooperativas.
ResponderExcluirPrezado Marcos ao tempo em que o parabenizo por nos trazer essa reflexão sobre tão importante tema, fica bastante claro que necessitamos urgentemente de uma profunda reforma no modelo educacional brasileiro, que hoje tornou-se um campo de formação ideológica aonde os conceitos de construção da verdadeira cidadania passam longe de uma discussão seria e com pontencial de influir positivamente nesse processo de construção e fortalecimento da cidadania e do sentido de pertença.
ResponderExcluirAssembleias com tão pouquíssimos associados é uma farsa. Olívia
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. Maria
ResponderExcluirNão havia prestado atenção para o baixo número de cooperados numa assembleia. A observação de Marcos é pertinente para o sucesso da cooperado. Miguel
ResponderExcluirUma boa reflexão sobre a gestão de uma cooperativa. Marisa
ResponderExcluirEm geral as cooperativas têm baixa participação dos cooperados. Mudança nas atitudes dos dirigentes exige participação do cooperado. André
ResponderExcluirReforço o que disse Antonio Neto, a cooperativa fortalece à cidadania e o pertencimento. Gabriela
ResponderExcluir3. O conhecimento nos dá Poder e Liberdade, assim, ao definir um administrador que desempenha suas funções corretamente, com aquisição de conhecimentos e contínua análise do desempenho, é importante a organização com outras pessoas. Sendo assim, a participação ativa dos donos-cooperados, para discutir e alavancar o ideário, à prática cooperativista, conhecendo e indagando sobre a gestão e objetivos dessa organização. Assim, democraticamente determinar o papel e as funções necessárias para o sucesso pretendido no negócio.
ResponderExcluirOs conflitos enfrentados são que nas cooperativas há uma escassa participação dos cooperados e acaba que a partir dessa não presença nas decisões e nas reuniões para os planejamento e discutir estratégias, gera-se uma concentração de poder dos que têm maior controle e a cordialidade de defender o interesse de todos os membros fica impossível. O conflito de não fixar os objetivos comuns, hierarquiza os interesses de forma por integrantes dominadores e autoritários. Para tal cenário, seria importante um administrador para exercer o controle de assembleias com porcentagem significativa para compreender as necessidades e quais prática seria preciso planejar, para alcançar as transformações essenciais. Beatriz
ResponderExcluirNO ULTIMO PARAGRAFO É CITADO SOBRE A DEMOCRACIA DIRETA E A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO E A REALIDADE E QUE A EDUCAÇÃO E A BASE PARA UMA SOCIEDADE MELHOR. DANIELE
ResponderExcluirPara que uma cooperativa de compadrio ou familiar dê certo é necessário deixar os papeis/ funções bem estabelecidas, assim como um bom administrador para colocar as coisas no lugar. Apesar de existir muitas cooperativas familiares, nenhuma que não possua objetivos e metas será bem administrada. A falta de educação, a falta de um líder faz com que fiquem soltos, sem rumo certo para seguir. Se todos possuem objetivos na cooperativa e não existe organização e planejamento de execução torna-se uma cooperativa sem objetivos comuns, as "forças" se dispersão e não atinge o alvo.
ResponderExcluirParabéns pelos artigos! ótimas colocações! :-)
ResponderExcluirA participação dos cooperados é essencial para a construção de um projeto compartilhado, onde os rumos são decididos e alinhados sob democracia direta, e não somente aguardando a condução de um único membro, que ali deveria ser apenas um coordenador e representante dos esforços conjuntos, e não como dono temporário (enquanto durar seu mandato) que conduz da forma que melhor lhe aprouver. O resultado deste tipo de comportamento faz a cooperativa parecer improdutiva e uma péssima iniciativa, pois os cooperados estão ali abrindo mão de sua liberdade de escolha e a pondo na mão de outrem.
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ResponderExcluirParabéns por trazer um tema de tamanha importância, pois você foi muito feliz em seu artigo, temos que tratarmos atrativos e fazer com quê; os cooperados sinta-se verdadeiros donos, pois sem eles não existem cooperativas.
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