quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Individualidade e Bem-estar à mingua


Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Como prosperar em bem-estar pelo usufruto dos bens primários em Rawls, van Parijis e Oliveira, se o controle e o uso dos bens naturais e dos tributos estão sob a guarda dos ‘príncipes’; se o Brasil, enquanto uma associação de iguais, não tem um Projeto de Desenvolvimento Sustentável - https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/25702-renda-do-trabalho-do-1-mais-rico-e-34-vezes-maior-que-da-metade-mais-pobre

De certo, na última comemoração da Emancipação Política, Alagoas registra quase um milhão de pessoas em pobreza extrema. Indaga-se, como emancipá-los sem um Projeto de Desenvolvimento Sustentável? Leia sobre indicadores sociais  -  https://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=329807

Em Alagoas, o secular uso da enxada simboliza a inovação para o agricultor familiar, de modo que, o alto e o mau uso dos bens naturais, e ainda sujeito à grilagem(a quem serve o Cadastro Ambiental?), e a baixa utilização dos bens de capital, somados á baixíssima qualidade do recurso humano dos 82 mil beneficiários da Lei 11.326 e suas famílias, e a ineficiência do estado de Alagoas, conforme o Ranking de Eficiência de Estado da Folha de São Paulo, não é fatalidade, é uma ação do Estado patrimonial.

Que mal sorte da população, em Alagoas, o Estado [o governo] vive a plenitude de sua ineficiência; e essa é assegurada por uma hipnótica mídia afirmando que os serviços de educação, de saúde pública, de arrecadação, de fiscalização, da justiça, e da Emater não deixam a desejar – quanta iniquidade! Por exemplo, a Emater tem um quadro técnico insuficiente, e a contratação de bolsistas com sua alta rotatividade é uma opção precária, de baixa produtividade e cara à sociedade; e umas das soluções, é o concurso público. É vital ressaltar que a secretaria da agricultura estadual, Seagri e os órgãos vinculados: Adeal, Emater, Ideral, Iteral, tem baixíssimo número de servidores, realiza pouca capacitação dos recursos humanos, e recebem baixos salários, bem como é baixo o investimento e o custeio de equipamentos e deslocamentos de pessoal, esses fatos reduzem drasticamente as atribuições desses órgãos, torna-os ineficientes, agravando a já penosa vida dos alagoanos, e literalmente daqueles abandonados, principalmente as crianças [Observe o Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA], em seu bem-estar pelo governo: federal, estadual e municipal; e mais ainda, o agricultor familiar compromete até a sucessão familiar no campo.

Para empreender e prosperar os brasileiros, e os mais de 4 milhões beneficiários da Lei 11.326, os jovens e crianças necessitam de ambientes e arranjos institucionais, formais ou não, que diminuam às incertezas, emulem tendências e construam cenários que operem políticas públicas efetivas para alavancar seu bem-estar. Se faz necessário em quaisquer atividades e funções desempenhadas por esses indivíduos no processo de desenvolvimento sustentável que a pluralidade e o pluralismo da sociedade emulem a problematização nos ambientes e arranjos institucionais; aprimorem a governabilidade e a governança para solucionar os agravos ao bem-estar pelo difícil usufruto dos bens primários por esses brasileiros -  https://www.geledes.org.br/concentracao-no-campo-bate-recorde-e-1-das-propriedades-rurais-tem-quase-metade-da-area-no-brasil?fbclid=IwAR0Qnnwkz9NMdda9cr-ZQxuRnB5XLFot2guLvxiniVa2d9MRgz27JO1_524
É vital que os brasileiros desobstruam as relações que ruem o desempenho de suas capacidades básicas e de fazer escolhas, rumo ao Estado de Direito e ao Bem-estar – ao Estado da Arte.

Contudo, se o indivíduo continua permitindo que o governo atue como principal agente social, essa omissão deixa que algo de relevância como a política seja dada de mão beijada àqueles que parecem representar o que temos de pior, no executivo, no legislativo e no judiciário. De igual modo, agem os intervencionistas de diferentes ideologias que nutrem e protegem o Estado patrimonialista.

Tais fatos tornam imperativo que o indivíduo seja livre para construir opiniões e adotá-las sem quaisquer impedimentos morais, físicos e legais por parte de seus pares por conta e risco próprio. E como bem disse Bastiat: A lei é a organização coletiva do direito individual em legítima defesa.



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, articulista da Tribuna Independente de Alagoas e professor da UNEAL


12 comentários:

  1. Valeu por mais um artigo que nos leva a pensar e agir sobre nossas relações sociais, principalmente com os agricultores. Pedro

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  2. O discurso não condiz com a realidade. Fala-se muito em reduzir a desigualdade social, mas na prática o que ocorre é um movimento inverso. Financiamentos para os grandes, subsídios e perdão de dívidas. Para os mais pobres, migalhas que jamais levarão a um processo de autonomia.

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  3. É o exercício da individualidade que faz a diferença para avançar no bem-estar. Rui

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  4. Motivos para comemoramos emancipação... Será que somos de fato? Frente a tantas desigualdades, arbitrariedades, cerceamento de direitos constitucionais, onde o ditado “Uns com tantos e outros sem nada” torna-se verdade absoluta. Tanto ouvimos, lemos acerca dos benefícios de um projeto eficiente de desenvolvimento sustentável, melhor usufruto dos bens e recursos naturais, melhor distribuição de terras e geração de renda acessível a milhões que subsistem abaixo da linha da miséria. Porém, assistimos, presenciamos e sentimos na pele a cada vez que nos deparamos com notícias de desvios, corrupção e a inércia daqueles deveriam nos representar, lutar para que projetos fossem de fato prioridades, fortalecimento dos órgãos de classe, fiscalizações efetivas e eficientes. Pode parecer uma reflexão um tanto utópica, de vanguarda, quiçá fosse, seja o prenuncio da realização e clara certeza de que todo este cenário de dias sofridos, enfim cheguem ao seu fim. Por dias mais justos, por dias mais furtivos.
    Flávio Roberto Viveiros da Silva, aluno do 8º período de Administração - UNEAL

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  5. Atual e que merece uma bos reflexão. Eduardo

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  6. A proteção à criança e o adolescente são inquestionáveis. Paulo

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  7. Em Alagoas a cada dia aumenta o número de pobres, que desgoverno. Acácio

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  8. E entre os mais pobres, os agricultores familiares. Donato

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  9. O texto mostra nossa apatia em relação ao exercício da individualidade. Lúcia

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  10. Concordo com o autor, deixar o governo atua como principal ator social é um desastre. Toninho

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  11. Essa situação nos deixar cada vez mais impotente. Stella

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  12. A desigualdade social é um grave problema no Brasil. O analfabetismo é um desses grandes abismos. Crianças e adolescentes sendo explorados na mão de obra no campo, exploração sexualidade e no tráfico de drogas. Descaso total, altos impostos, corrupção e ma gerenciamento do dinheiro público. Eis a realidade.

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