Marcos Antonio Dantas de Oliveira
É o autorrespeito. Bem primário importantíssimo porque auxilia o homem e a mulher no exercício de suas capacidades morais e legais. Nesse sentido, o autorrespeito, expressa juízos, com isso, o homem e a mulher reinventam-se em suas liberdades fundamentais e reais – a liberdade política, de expressão, de reunião, de consciência, de pensamento –, a liberdade do indivíduo, permitindo-lhe melhorar em suas relações imperfeitas, consigo, com os outros e com a natureza pela dialética, pela norma de conduta e pelo compromisso assumido, compreendê-lo.
E mais, valorizado pela autoestima e pelo diálogo com terceiros e com o mundo são vitais às relações culturais [de produção e social]. Essa vitalidade presente no desenvolvimento ao se realizar nesse processo de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem, é reinventada dia a dia, permitindo às sociedades e os rurícolas buscarem na unidade como na diversidade dos modos de produzir, consumir, divertir e conviver soluções que suscitem formas autênticas de pensar e agir, relações culturais solidárias.
O que se observa, é o crescente aniquilamento da autonomia e da diversidade de idéias, opiniões e realizações dos rurícolas, dos agricultores, extrativistas, pescadores e suas famílias; sobretudo, pela importância que as sociedades ricas e letradas dão ao sentido visual [uniformidade, continuidade e repetição] a seus processos egoístas, a suas vidas vaidosas; em contraste com o vigoroso patrimônio imaterial e a diversa relação de compadrio presente entre os rurícolas.
Então, o desenvolvimento ocorrido nos últimos 60 anos, é um lembrete daquilo que os rurícolas alagoanos não são, cidadãos iguais. E ora é agravado porque Alagoas detém os piores indicadores sociais do país: tem a maior mortalidade infantil [de cada 1000 nascidos, 48,2 morrem] e a menor taxa de expectativa de vida [67,2 anos] (Tribuna Independente, 10/out/2009). Tem mais, os pobres com renda até ½ salário mínimo per capita domiciliar e indigentes com ganhos até ¼ salário mínimo somam mais de 1,5 milhão; estão na classe E – renda até 2 salários mínimos [Fecomércio/SP]. Nessa classe, ora pobres, ora indigentes ou não, os agricultores, extrativistas e pescadores familiares e outros rurícolas, em maioria com vida precária.
Por isso, fazer reflexões para dar respostas a esse processo de degradação social, ora vivido, pela maioria da população e pelos agricultores, extrativistas e pescadores familiares, de forma crescente e continuada, resultado da opressora troca desigual: ecológica – valor recebido pela venda de um produto, não compensa a desordem física nem social deixada no local de extração – e econômica – expressa pelos diferenciais de produtividade e de salários entre os intercambiantes – exercida pela sociedade de consumo rica sobre a sociedade de consumo, a crediário e, vigorosamente, sobre a sociedade de consumo, pobre e sem crediário.
Essa opressão afeta negativamente como direito e como dever o acesso aos bens primários [inteligência, liberdades, oportunidades, renda, riqueza...] da outra pessoa; e é ratificada porque o discurso e a prática da sustentabilidade foram apropriados por setores bem organizados da sociedade rica.
É da sociedade democrática que os bens primários não sejam subtraídos de nenhuma pessoa. Então, esse tipo de desenvolvimento é possível; contudo, vai exigir um esforço considerável de todos – organizações governamentais e ONGs, movimentos sociais e rurícolas, agricultores, extrativistas e pescadores familiares, ricos e pobres, homens e mulheres, crianças e adolescentes; uma vez que, a garantia de proteção à natureza [por uso ou não uso do recurso natural] e à vida saudável a essa e as futuras gerações são alcançáveis se construídas e sustentadas com todos – pela ajuda mútua.
Para os agricultores, extrativistas e pescadores familiares e outros rurícolas os avanços de posições sociais se darão pelo aumento de sua riqueza privada e seu acesso aos benefícios da riqueza pública; e assegurados ao exercitar a dialética, a cidadania igual e a liberdade individual; sobretudo, ao elevarmos o autorrespeito em cada um de nós, o quê do contraditório.
Publicado pela Tribuna Independente, Maceió – Alagoas, 2010.
Bem colocado, o nosso desempenho para melhorar de posição social está relacionado como o autorrespeito. Se ele está baixo, disposição para praticar os pecados capitais, Rita.
ResponderExcluirUm ótimo artigo para reflexões sobre o nosso modo de vida, Valdemar
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, Tião.
ResponderExcluirEntão, todos ao contraditório, Rui.
ResponderExcluirConcordo com o autor: os avanços de posições sociais se darão pelo aumento de sua riqueza privada e seu acesso aos benefícios da riqueza pública; e assegurados ao exercitar à cidadania igual. Falta-nos disposição para seguir em frente? André
ResponderExcluirO artigo efetivamente coloca que o debate é sobre o controle os recursos naturais e os impostos, Eva.
ResponderExcluirO artigo nos deixa com vontade de luta mais ainda por vida digna, André.
ResponderExcluirÉ bom ler um artigo tão cheio de informações, André.
ResponderExcluirConcordo com o autor, o autorrespeito é vital para avançar na melhoria da condição de vida, Leila.
ResponderExcluirExcelente. Luiza
ResponderExcluirAutorrespeito, esse bem parece que está em falta! Daniel
ResponderExcluirUm artigo interessante. Artur
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