“Aquele
que promove o poder de um outro perde o seu ...” !
Será que
depois de votar em qualquer candidato, aos agricultores e extrativistas
familiares, entre outros [aos beneficiários da Lei 11.326], resta-lhes
contentar-se com a mídia governamental à respeito de sua relevância para a mesa
farta de uns poucos escolhidos, e com a exuberância da sua penitência a um dos
seus sonhos de consumo, longínquo e para pouquíssimo, seu bem-estar pelo
usufruto de bens primários – autoestima, inteligência,
imaginação, saúde e vigor,
oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos, propostos por Rawls?
É verdade
que, o baixo capital humano desses beneficiários – escolaridade e conhecimento –
prejudica a participação política na elaboração, na fiscalização e na correção
das políticas públicas distributivas, redistributivas e reguladoras de saúde pública, de crédito rural, de pesquisa
agropecuária e extensão rural, de seguridade social, de educação entre outras.
Assim como influencia negativamente no ativismo dos associados para promover a
democracia direta na cooperativa, sindicato e associação.
E a enfrentar outros agravantes: as
dificuldades para o acesso ao mercado interno [principalmente o de compra
governamental] e ao mercado externo dos seus produtos in natura, artesanais e industrializados. Pois, o governo
federal precisa garantir que o Sistema Harmonizado de mercadorias da
Organização Mundial do Comércio/OMC – o Acordo sobre Agricultura [baseado nos
critérios: apoio interno, acesso a mercados, subsídios à exportação] – não
excluam esses beneficiários da Lei 11.326com ofertas inelásticas de seus
produtos e serviços ao mercado interno e externo – um mercado desafiador.
E mais, o mundo do consumo que
exige sua presença, principalmente transferindo sua mais-valia, sua pouca renda
para os industriais, os comerciantes, os financistas e para o Estado em troca,
em geral, de produtos e serviços de baixa qualidade.
E entre esses
tantos motivos: a baixa produtividade da terra e da mão de obra, e o
descumprimento às leis ambientais, trabalhistas e ao Estatuto da Criança e do
Adolescente/ECA, os agricultores e os extrativistas familiares rivalizam-se com
o trabalho não remunerado das mulheres, das crianças e dos adolescentes; com a
procura pelo emprego na cidade pelos familiares com baixíssima escolaridade; e com
a pouca inovação e baixa capacidade para gerenciar
a unidade produtiva e social, a precariedade em seus lares é
real.
Aliás, apesar
de vital para os agricultores e extrativistas familiares e para a sociedade, o
serviço de pesquisa e extensão rural oficial por sua capilaridade, por seu
quadro de servidores capacitados, inclusive com mestres e doutores; pela sua
capacidade de reinventar-se ao longo desses mais de 60 anos de serviços prestados à
promoção do bem-estar pelo usufruto de bens primários em Rawls, está na mira de
governantes que exercitam Maquiavel; daí o desmonte brutal do serviço público em
desfavor daqueles que mais pagam tributos e mais precisam desse serviço
executado pelo Estado, é fato – Estudo do IPEA confirma:
“as pessoas que recebem até dois salários mínimos despendem 53,9% do que ganham
pagando tributos e as que recebem mais de 30 salários mínimos, 29%”. E entre
elas, os agricultores e os extrativistas familiares entre outros – http://www.jb.com.br/economia/noticias/2015/08/01/aumento-da-tributacao-direta-o-caminho-para-um-brasil-menos-desigual/
Entrementes,
é a Emater/AL e a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola/EBDA, por exemplo,
casos recentes desse desmonte. Aliás, além de abusivo, o governo ao manter a ineficiência do serviço
estatal de pesquisa agropecuária e extensão rural, principalmente nos estados nortistas
e nordestinos, torna-o um dos responsáveis pela penúria social vivida pelos
agricultores e extrativistas familiares; e é a causa do desmonte. E essa penúria é potencializada,
porque o voto, não é um exercício da cidadania, mas, um bem negociável, uma mercadoria.
E em
tempo de Lava-Jato e de gesto principesco do governante, chegou a hora: que todos
[crianças, jovens e adultos] pratiquem os princípios da Administração Pública: legalidade,
moralidade, impessoalidade, publicização e eficiência, rumo ao bem-estar pelo
usufruto dos bens primários propostos por Rawls – autoestima,
inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda,
riqueza, liberdades, direitos.
Eleitores,
a eleição para vereadores e prefeitos poderá ser um marco para alavancar o
estado da arte para a prosperidade; para o estado de direito; e para o bem-estar
estar em Rawls.
Se
posicione. Exercite sua liberdade individual, sua cidadania, ou vai continuar com Maquiavel: “aquele que promove o poder de um outro perde o seu ...”
!
Estava com saudades seus textos lúcidos e comprometidos com a melhoria do bem-estar dos agricultores. Vera
ResponderExcluirEssa reflexão sobre a vida dos agricultores e a corrupção não deixa dúvidas de quando estamos apáticos ao exercício da cidadania. Oto
ResponderExcluirUm texto arretado! jason
ResponderExcluirPrezado companheiro e colega Marcos
ResponderExcluirMuito bom o seu artigo. O problema é que os DONOS DA CASA GRANDE E SENZALA nao dao trégua. Sao insaciaveis e nao aceite de os pobres subam mais um degrau.
Quem condena hoje a CORRUPCAO SÃO EM VERDADE OS MAIORES CORRUPTOS.
E um cinismo sem paralelo!!!Os FORA CORRUPTOS sao CORRUPTOS a enésima potencia.
A elite podre deste país continua semeando o ódio querendo intimidar os que defendem um Brasil mais justo estimulada pelo PIG. Uma corja de ladroes e sonegadores e ladroes posando de vestais.
Com os cumprimentos de Severino
Nesses tempos difíceis, um texto lúcido sobre a situação do agricultor familiar. Marcelo
ResponderExcluirBem posto. Claúdio
ResponderExcluirA discussão é sobre bem-estar. Você acerto a mão. Paulo
ResponderExcluirValeu! Acácio
ResponderExcluirCerto Severino: os donos da casa grande e senzala não dão trégua. André
ResponderExcluirQue vício ruim, continuar com Maquiavel. Cátia
ResponderExcluirOportuno e reflexivo para os fatos de hoje. Claúdia
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