quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Uma contínua espoliação

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Os indivíduos, de todo modo, em cooperação e troca pacíficas pensam e agem empregando a educação e a tecnologia como força motriz para usar, preservar, organizar, inovar, produzir, consumir, especializar, armazenar, competir, cooperar, intercambiar, otimizar os recursos, bens de capital, tributos, para marquetear ideias e bem viver culturalmente em escala ascendente; e, ao final, garantir pelo uso das preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã, o usufruto da riqueza pública e principalmente da privada, que baseado no Desenvolvimento Sustentável possibilita os indivíduos agirem em pleno Estado de Direito, e assim suprirem suas necessidades e seus desejos, suas perspectivas e expectativas de vida, pelo inexorável usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte.

Sobretudo entre dezenas de milhões de brasileiros que não usufruem dos bens primários: individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade, destaco os beneficiários da Lei 11.326/2006, e adianto que todos sobrevivem a uma contínua violação do Estado de Direito. Esse mal-estar é agravado pelo Estado patrimonialista – pelos interesses privados dos agentes públicos e interesses públicos dos agentes privados – e pela insegurança jurídica; pelo alto imposto regressivo e a malversação do dinheiro público pelos governantes e suas bem-sucedidas políticas públicas clientelistas. Isso posto. O Estado condena dezenas de milhões deles, que sobrevivem em estado de privação e de espoliação legal e ilegal, todo dia; enquanto, pouquíssimos privilegiados usufruem da espoliação legal - https://www.poder360.com.br/congresso/entenda-como-sera-gasto-o-orcamento-de-r-55-trilhoes-em-2024/

É comum: pela renda (em geral, abaixo de um salário mínimo) o elevado nível de descapitalização e endividamento bancário e pela maioria analfabeta, que esses beneficiários e os jovens rurais não usem com frequência a conectividade: o computador-internet-dispositivos móveis de banda larga. Sucede que o uso de tecnologia de baixa produtividade, o precário planejamento, a ineficiente gestão; sua visão sem prazo, bem como a de curto prazo dos planejadores, estatais e privados; sobretudo, pelo caráter político-ideológico da Lei 11.326, uma espoliação legal, que contamina o entendimento sobre a agricultura familiar como atividade econômica geradora de empregos, rendas, prosperidade, bem-estar e seus julgamentos de valor. Inclusive, àqueles afetados por uma Reforma Agrária pífia, por não considerar o módulo rural [Estatuto da Terra] e a composição familiar como critérios de acesso à terra; pelo pouco êxito dos propósitos de suas associações, sindicatos e cooperativas; e pelo ineficiente serviço de pesquisa agrícola e extensão rural, estatal e privado, expõem suas precárias atuações, principalmente no Norte e no Nordeste. 

E nadica de nada acontece pelas ausências dos pagadores de impostos, via de regra, nas audiências públicas do Plano Plurianual/PPA, da Lei das Diretrizes Orçamentárias/LDO e da Lei Orçamentária Anual/LOA, federal, estadual, distrital e municipal. Pois, esse processo aponta para a necessidade de estratégias e conexões sustentáveis para assegurar que as diretrizes e a execução de programas, projetos e ações resultem em prosperidade e bem viver devido a ação propositada do homem.

É fato. Os agricultores estão entre dezenas de milhões de pessoas que ganham até 3 salários mínimos. E estão entre os responsáveis por 53,79% (IBPT) dos impostos arrecadados pelo governo, que, via de regra, pagam muito e recebem serviços precários de educação, saúde, segurança pública, pesquisa agrícola e extensão rural, por exemplos. Tampouco não há ação desses beneficiários e de suas representações em prol da contínua melhoria na eficiência, na qualidade dos tais serviços. O Brasil, entre os piores na devolução dos impostos -https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2023/11/22/estudo-mostra-o-brasil-entre-os-piores-paises-em-devolucao-dos-impostos-na-forma-de-servicos-a-populacao.ghtml

Essas causas repercutem negativamente na sua capacidade organizacional como empresários ou empreendedores reduzindo seus conhecimentos, habilidades e competências para planejar, gerenciar e tomar decisões sobre recursos, processos e valores baseados na excelência da ideia de negócio administrado por um líder que gerencia com eficiência os fatores de produção e com eficácia entrega os resultados prometidos, econômico e social, os bens e serviços funcionais, convenientes, confiáveis e certificados, quão úteis para satisfazer os propósitos dos consumidores, com efeito, a valoração pelo consumidor. 

Então, problematizar a agricultura, principalmente a agricultura familiar, quando do cultivo agrícola e da resiliência dos ecossistemas sobre a produtividade de todos os fatores; a eficiência da conectividade sobre o planejamento e gestão da ideia de negócio para produzir, mercadejar, prosperar eticamente e assim proporcionar o bem viver ao indivíduo. Essa problematização também é necessária sob a ótica do "trade-off" (do custo de oportunidade): esforço físico e esforço mental – É o indivíduo, o solucionador quanto a seu estado de desconforto de qualquer natureza sob a ótica dos conflitos de interesses e de visões de mundo, ora restrita para muitos, ora irrestrita para outros tantos numa ordem e realidade espontâneas e ampliadas. 




[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável e professor da UNEAL

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Um jogo de soma zero, a vida não o é

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Para os empreendedores, investidores, empregadores e empregados, ”stakeholders” e os consumidores. Eles pensam, agem e solucionam os conflitos de visão de mundo e de interesses, que baseados em seus julgamentos de valor, decidem sobre: visão de futuro, ideia do negócio e proposta de valor e promovem suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã na bacia hidrográfica.

Pois, nesses últimos 30 anos, o empreendedorismo continua praticamente ausente para a grande maioria dos 3,9 milhões de agricultores familiares com renda de até 0,5 salário mínimo e de outros milhões de indivíduos em atividades não agrícolas, porque não conseguem acumular, nem poupar, só repor alguns bens de capital. Eles geram pouca riqueza, embora realizem um trabalho duro e desconfortável; não criam valor para a sociedade. Para Piketty riqueza  é “o valor total, a preços de mercado, de tudo que os residentes e o governo de um país possuem num determinado momento e que possa ser comprado e vendido em algum mercado”, e ilustra Bastiat - riqueza, o custo de oportunidade, "consiste em serviços reais, em satisfações reais, em coisas úteis" - quem cria valor é o consumidor Essas pessoas, segundo o Conceito Estatístico do Décimo, estão entre os 50% da base da distribuição de renda na pirâmide social. 

Sucede, que tal fato alavanca, inexoravelmente, o êxodo dos jovens rurais e enfraquece a sucessão familiar, tanto na atividade agropecuária como outras; inclusive de modo grave, perde-se o bônus demográfico ainda em alta. Essa precária situação compromete o sucesso do empreendedor e do contratado, que empobrecem, os primeiros, porque não acumulam a renda do capital e o segundo, porque mal acumulam a renda do trabalho – longe do estado de satisfações.

Todavia, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, diz Carl Menger – “Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos” – “Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.” 

Os indivíduos devem superar as “deficiência de impulsos e preferências pessoais” (Mill) ao exercitar sua individualidade, liberdade e propriedade para alavancar o Desenvolvimento Sustentável (Oliveira) – um ”processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito utilizam a ideia de negócio para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte”.

Um jogo de soma zero, a vida do indivíduo não o é. Porque "cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar (Rawls). Ressalte-se, que este século é marcado pelo avanço rápido, barato, ágil e onipresente da interação computador-internet-dispositivos móveis de banda larga que, dia a dia beneficia muito o indivíduo, mas, o expõe a ataques mais virulentos; daí a relevância da ética ao competir e cooperar em sua ação intencional para realizar seus propósitos. Porém, anuncia Bastiat – “Se cada homem tem o direito de defender – até mesmo pela força – sua pessoa, sua liberdade e sua propriedade, então os demais homens têm o direito de se concertarem, de se entenderem e de organizarem uma força comum para proteger constantemente esse direito”.

 

 

 

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, engenheiro agrônomo, articulista da Tribuna Independente de Alagoas e do blog:sabecomquemestafalando.blogspot.com, dirigente sindical e professor da Universidade Estadual de Alagoas.

 

sábado, 30 de dezembro de 2023

FELIZ !!

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

– Que tal a promessa do FEM/Fórum Mundial de Economia – “Você não possuirá nada. E será feliz”. Logo, Rockefeller e outros bilionários, muitos governos e intelectuais avisam: a renda universal é uma das respostas para o indivíduo Ser Feliz; contudo, a livre iniciativa não. Por quê? – https://blocktrends.com.br/voce-nao-possuira-nada-e-sera-feliz-o-que-e-o-tal-grande-reset/


https://www.stylourbano.com.br/voce-nao-tera-nada-e-sera-feliz-forum-economico-mundial-quer-proibir-carnes-laticinios-e-carros-particulares/

         https://gizmodo.uol.com.br/artigo-futuro-2030-aluguel-servicos/

Ora pois, para Aristóteles  “todos os homens que diferem entre si, para pior no mesmo grau que a alma difere do corpo e o ser humano difere de um animal, são naturalmente escravos, e para eles nada melhor do que estarem sujeitos à autoridade de um Senhor"; e de igual modo Marx reforça a submissão do indivíduo ao dirigente De todo modo, para Rousseau  “é absurdo e contraditório que o Soberano se dê um superior; obrigar-se a obedecer a um senhor é entregar-se sob plena liberdade”. Já La Boétie  “considera quase sempre o poder que o povo lhe conferiu como devendo ser transmitido a seus filhos”; e Maquiavel ressalta – “aquele que promove o poder de um outro perde o seu...”. E, um modo do Soberano retomar o poder, é eleger seus representantes por distrito. 


A renúncia do indivíduo, por certo, aos seus julgamentos de valor desobriga-o de pensar e agir sobre suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã; e resulta no acirramento da subordinação social e política, sobretudo. Faz sentido, “impedir que o monopólio da força, torne-se também o monopólio da verdade”, anuncia Bobbio; enquanto Rothbard propõe o ”fim da aliança entre intelectuais e Estado, por meio da criação de centros de educação e pesquisas intelectuais independentes do poder estatal”. 


– "Será que podemos detectar uma das expressões do mal, qual seja, o mal banal, como fruto do não-exercício do pensar?", enfatiza Arendt. 


Dizem  Adam Smith: "por mais egoísta que se suponha o homem, evidentemente há alguns princípios em sua natureza que o fazem interessar-se pela sorte de outros, e considerar a felicidade deles necessária para si mesmo, embora nada extraia disso senão o prazer de assistir a ela”  Rand: o indivíduo “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor”  Mises, inexoravelmente, a "ação é a vontade posta em movimento e transformada em força atuante”.

 

Todavia, “temos o direito de nos conduzir de variadas maneiras em relação a uma pessoa, seguindo nossa opinião desfavorável sobre ela, não para oprimir sua individualidade, mas para exercer a nossa”  argumentava Mill. Eis o homem que baseado em seus julgamentos de valor (em suas preferências temporais individuais e coletivas, hoje e amanhã) sob a ótica dos conflitos de interesses e de visões de mundo, ora restrita para muitos, ora irrestrita para outros tantos numa ordem (e realidade) ampliada, pensa, decide e garante os meios para realizar as metas e os fins desejados; se satisfaz com os resultados obtidos, sempre alicerçados no seu julgamento de valor. É o fazer ou não fazer contínuo do indivíduo (do agricultor familiar) para transformar desconfortos e ideias em estados satisfações; pois, "se todos os homens são, como se tem dito livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento", diz Locke.


E Molinari  “para definir e delimitar a função do governo, é necessário investigar a essência e o objetivo da sociedade”. Ademais, a instituição inclusiva, segundo Acemoglu e Robinson, quando políticas "asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário.", e quando econômicas "geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas" e desenvolverem-se sustentavelmente baseadas na riqueza privada e na pública. Portanto questioná-las sobre prosperidade e bem viver individual e coletivo, necessariamente "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades com base nesse conhecimento", o Estado de Direito, como nos ensina  Hayek.

 

– É o homem em avaliação subjetiva e competição, em cooperação e troca pacíficas e em um mundo livre, que voluntariamente e eticamente, afiança uma lei para prosperar e ser feliz – por exemplo, iniciando-a pela criação do voto distrital puro – pois, a “Lei é a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”, anuncia Bastiat. Pois, "o homem desacomodado não é mais do que um pobre animal, nu e dividido", Shakespeare em Rei Lear. Não é feliz.

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Uneal, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, dirigente sindical, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O Extensionista vaga-lume!

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

E afirma, o vaga-lume, Diogo Guerra – “Sentíamos a segurança de ter uma luz que nos conduzia para os nossos sonhos”. Essa atuação cheia de significados, ao aprender a conhecer, a fazer, a ser e que juntos daqueles que fazem a Asbraer, a Aber, a Faser, emulam a história, a identidade, a cultura extensionista; apesar da Extensão Rural, essa marca distintiva, está em viés de baixa na iniciativa estatal e ausente na iniciativa privada, ainda pode alavancar o Desenvolvimento Sustentável – Vida longa ao Extensionista!

É o Extensionista que escolhe sua preferência temporal individual e coletiva, hoje a amanhã, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand).

Sobretudo, após a extinção da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Embrater pelo governo Collor, que teve como consequência a aniquilação do Sistema Brasileiro de Extensão Rural/Sibrater, deixando à deriva as entidades estaduais de Extensão Rural, principalmente, as do nordeste e do Norte – um caos para os agricultores e os Extensionistas.

A desorganização administrativa pela extinção da Embrater (e do Sibrater) continua causando danos ao balanço social das entidades estaduais, aumentando a ineficiência de governo, inclusive tornando estes serviços clientelistas, condena-os ao ostracismo, torna-o mais caro e sem perspectiva; e gera um contínuo caos à relação entre Extensionista e Agricultor. Esse fato deixa o Extensionista à deriva, sobremaneira aquele que desenvolve às ações na área social – Em Alagoas, 12 anos após a criação da nova Emater, a lei não foi regulamentada. O precário serviço de extensão rural e pesquisa agropecuária feito por bolsistas, deixou à toa o Extensionista, se é que esse título é válido para quem é bolsita.

Faz sentido, que os governos estaduais continuem dando sequência à extinção, ora fundindo-as com outras empresas estaduais, ou criando autarquias e departamento na secretaria estadual de agricultura, inclusive com salários baixos e muitas sem realizarem concursos públicos, precariza-as, enquanto animadoras e impulsionadoras de prosperidade e bem-estar individual e familiar. Por ora, poucas continuam originais, entre elas, a Emater do Ceará, Brasília, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia. Mas a Epagri (resultado de fusões) é exitosa! Visite-a, ela pode ser a chave para debater, um novo “Sibrater”. 

E uma das saídas necessária e oportuna, é criação de uma entidade e um sistema nacional estatal de planejamento e de gestão que represente e defenda os interesses das entidades estaduais de ATER, e assim assegurar um serviço estadual eficiente e eficaz aos agricultores.

À vista disso, nos últimos 30 anos, a ênfase do governo (federal, estadual, municipal e distrital) está na aplicação de políticas de mal-estar pela onipresença de instituições políticas extrativistas repercutindo negativamente na vida profissional e social dos Extensionistas e Agricultores. E, continua gerando em muitos municípios um passivo econômico, social e ambiental alto para os agricultores, ora pela não reposição dos bens de capital, do baixo consumo de bens e serviços, do pouco uso de inovações, da baixa produtividade de todos os fatores, e do sem lucro do empreendimento; esse atendimento de baixa qualidade pelo ineficiente serviço de Extensão Rural, impossibilita-os de prosperarem rumo ao bem-estar individual e coletivo e à felicidade – https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/11/07/o-que-e-deficit-primario-e-como-disputa-no-governo-afeta-seu-bolso.ghtml

Os extensionistas, nesses 75 anos, além de discutirem, inovarem e difundirem os sistemas produtivos e sociais, bom como a ética, ainda estimulam a participação dessas categorias no processo decisório para deixar firme a reprodução de suas lógicas familiares, sob a complexa sustentabilidade ora imposta; reinventam suas relações sociais, ao se reproduzirem. É inexorável, que ao reconhecer conflitos, diálogos e confiança fazem alianças; buscam melhorar à qualidade de vida do rurícola, do citadino e dele, extensionista  Parabéns!

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável e professor da Uneal

terça-feira, 31 de outubro de 2023

“Só sei que nada sei.”

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Nessa afirmativa, Sócrates revela o caráter questionador do Homo sapiens sapiens. 

Se, ”num mundo já ocupado, se sua família não possui meios de alimentá-lo ou se a sociedade não tem necessidade de seu trabalho, esse homem, repito, não tem o menor direito de reclamar uma porção qualquer de alimento: está em demasia na terra. No grande banquete da natureza, não há lugar para ele. A natureza lhe ordena que se vá e ela mesma não tardará a colocar essa ordem em execução...” (THOMAS MALTHUS).

Se, “O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver às custas de todo mundo”, como anunciou Frédéric Bastiat. Os agentes públicos e privados não só o vivenciam, como se apropriam Dele pela troca de favores negociando cargos estatais, emendas parlamentares, sentenças judiciais, licitações e concessões, financiamentos e a lei orçamentária anual – os servidores do poder legislativo, executivo e judiciário nessa lei já garantem reajustes próprios aos seus altos salários, em detrimento dos empreendedores e dos trabalhadores que geram a riqueza privada; e seus propagandistas os aplaudem entusiasticamente em qualquer lugar, nada ético nessa atuação – https://noticias.uol.com.br/colunas/carolina-brigido/2023/11/29/procurador-pede-ao-tcu-suspensao-de-beneficios-aprovados-para-juizes.htm

E nesse cenário de tantas incertezas e inseguranças, inclusive a jurídica, o IBPT, anuncia que, 79,02% da população brasileira que ganha até 03 salários mínimos são responsáveis por 53,79% dos impostos arrecadados pelo Estado. E que dentre os 79,02% da população que ganha até 03 salários mínimos, o Censo agropecuário de 2017, informa que existem 3,9 milhões de agricultores (Lei 11,326 de 2006) com renda de até 0,5 salário mínimo. E o IBGE, 2020, informa que, “0,6% dos estabelecimentos foram responsáveis por cerca de 53% da produção, no outro extremo, 69% dos estabelecimentos, os quais três quartos eram produtores familiares e, em grande parte, encontram-se no Nordeste, respondiam por 4% da produção”.

De modo que, a vida privada – individualidade, liberdade e propriedade – do indivíduo vem sofrendo ataques severos, frequentes e intensos há séculos. Mas este século é marcado pelo avanço rápido, barato, ágil e onipresente da conectividade como resultado da interação computador-internet-dispositivos móveis de banda larga que, dia a dia, nos beneficia muito, mesmo nos expondo a ataques virulentos.

"Mas dizei-me, irmãos, se falta objeto à humanidade, não é porque ela mesma não existe – Assim falava Zaratustra (NIETZCHE)". Então, como cheguei até aqui como indivíduo e como espécie? Como quero ser com os outros? Como enxergo e pratico as virtudes e vícios, me leva à prosperidade, bem-estar e felicidade? Por que faço o que faço? Se, via de regra, muitos dos 8 bilhões de habitantes sobrevivem sem praticar sua individualidade, sua liberdade, sua propriedade, sem uma regra voluntária. Tampouco usam seus julgamentos de valor e suas preferências temporais individuais e coletivas, hoje ou amanhã, para gerarem prosperidade e bem viver numa ordem ampliada – o que há? 

Contudo, se o indivíduo exercitar o Estado de Direito, que "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades com base nesse conhecimento" (HAYEK), aumenta suas possibilidades tanto de questionar para prosperar como para o bem viver e felicidade.

Os indivíduos, de todo modo, em cooperação e troca pacíficas pensam e agem empregando a educação e a tecnologia transformacional como força motriz para usar, preservar, organizar, inovar, produzir, consumir, especializar, armazenar, intercambiar, otimizar os recursos naturais, os bens de capital, os tributos, a cultura e subculturas, para marquetear ideias e bem viver em escala ascendente; e, ao final, garantir pelo uso das preferências temporais, individual e coletiva, no presente e no futuro, o usufruto da riqueza pública e da privada baseada no Desenvolvimento Sustentável (OLIVEIRA) “como um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito, utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte”.

Mas, “só sei que nada sei.”



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Uneal, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, dirigente sindical, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

sábado, 30 de setembro de 2023

A palmo de gato!

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

­– De mais a mais, argumenta Oliveira, o Desenvolvimento Sustentável é um “processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito, utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte”; que só se realiza com sucesso em um ambiente onde os indivíduos e suas criações, as instituições inclusivas, quando política assegura-lhe o Estado de Direito, quando econômica estimula que a pessoa poupe, invista, inove e consuma; e, multiplicam-se pela atuação de um líder – O líder no "controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados desta situação" (BERNARDES) age para o êxito do bem viver de uma sociedade.

A palmo de gato! – Com efeito, é sabido que o Engenheiro agrônomo, dialoga para exercitar sua individualidade e liberdade, e o resultado deste, lhe assegura a tomada de decisão para uma vida confortável a si e aos outros, ao usufruir de suas preferências temporais individuais e coletivas, sobre poupar ou consumir, hoje ou amanhã, principalmente no longo prazo; e, ao abrir mão voluntariamente de algumas delas, em favor de uma regra, que aperfeiçoada sempre, alavancará o desfrute dos bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis. Aliás, os homens ao interagir em redes de cooperações e trocas pacíficas potencializam os recursos, processos e valores e ampliam suas necessidades e desejos, impelindo-os à prosperidade e ao bem-estar tangível e intangível pelo usufruto dos bens inalienáveis.

A palmo de gato! – É vital o êxito das pessoas e das empresas na bacia hidrográfica de qualquer negócio sustentável, inclusive do agronegócio – preservação e uso dos recursos naturais e ciência, propriedade privada e bens de capital, produção e consumo, inovação e livre mercado, lucro e tributo  para o bem viver. O bem viver como fato consumado necessita que o indivíduo e suas criações promovam, primeiramente, a ética e o Estado de Direito, tendo a lei como uma “organização coletiva do direito individual em legítima defesa” (BASTIAT). Para além disso, as instituições inclusivas políticas e econômicas obedecem às regras do jogo – por exemplo, que o resultado das eleições no Crea e na Seagra, as direcionem como instituições políticas inclusivas.

A palmo de gato! – Hábeis, o Engenheiro agrônomo e o agricultor, empreendedores, que impulsionados, também, pela interação do computador-internet-dispositivos móveis de banda larga, importam-se com o debate acerca do trabalho infantil, do intervencionismo do Estado, da sociedade e dos stakeholders"e do seu desconforto material e imaterial; e de avaliarem e corrigirem os benefícios e malefícios da globalização e tecnologia, da transição demográfica e migração, da poupança e capital; da troca desigual econômica e ecológica; da vantagem comparativa e/ou competitiva; e do custo de oportunidade, para planejarem, executarem e corrigirem as estratégicas de maximização dos recursos, processos e valores no desempenho do sistema agroalimentar pela suficiência de ciência e inovação, de poupança e consumo; facilitam o planejamento de curto a longo prazo e a gestão eficiente quanto a visão de futuro, a missão e os valores da ideia do negócio e da proposta de valor dos empreendedores, investidores, empregados e consumidores; incrementam a produtividade de todos os fatores; e pela alta qualidade e valor dos bens e serviços, oferta-os rastreados, fiscalizados e a preços concorrentes aos consumidores – é seguro usá-los – https://jovempan.com.br/noticias/economia/pib-do-agro-deve-ultrapassar-r-26-trilhoes-em-2023.html

A palmo de gato! – É primário contratar o Engenheiro Agrônomo para quaisquer práticas agrícolas e hortícolas em que os empreendedores desejem cultivar o objeto do seu agronegócio, em contínuos processos de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem sobre os trade-offs: preservar e usar os princípios ecológicos (o estudo da casa) e os fundamentos econômicos (o estudo do manejo da casa) para  solucioná-los, rumo à sua prosperidade e ao seu bem viver e da sociedade  https://g9portal.com.br/aquamax/?utm_source=taboola&utm_medium=referral&tblci=GiAuMxE36jgrYdCBB_SjI8z1wH20ETj__Zv6EbXS6NlrQiDY91co7pTGsYnY44WJAQ#tblciGiAuMxE36jgrYdCBB_SjI8z1wH20ETj__Zv6EbXS6NlrQiDY91co7pTGsYnY44WJAQ

A palmo de gato! – eis o Engenheiro Agrônomo que ao usufruir dos bens inalienáveis valoriza seu julgamento de valor, e, assim exercita eticamente seu profissionalíssimo – PARABÉNS!!!



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, dirigente sindical, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

O indivíduo e suas criações: Sociedade e Estado

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

A ação do indivíduo é comentada pelos filósofos (amantes da sabedoria), Russel e Hayek, o primeiro, diz que, ”a pressão da sociedade sobre o indivíduo pode voltar, sob uma nova forma, a ser tão grande quanto nas comunidades bárbaras, e as nações irão se vangloriar, cada vez mais, de suas realizações coletivas em detrimento das individuais”, o segundo, evidencia que, “o Estado, ou seja, a personificação do poder deliberadamente organizado e conscientemente dirigido, dever ser apenas uma pequena parcela do organismo muito mais rico que chamamos de ‘sociedade’, e que o primeiro deve proporcionar somente uma estrutura na qual a colaboração livre dos homens (e, portanto, não ‘conscientemente dirigida’) possui o máximo de escopo”.

E as repercussões negativas dessas criações: Sociedade e Estado, sobre o exercício da individualidade, da liberdade e da propriedade, no dia a dia dos indivíduos em geral, dos rurícolas, homens e mulheres, crianças e adultos, com pouquíssima riqueza e renda privadas e escolaridade; que, por isso usam os recursos naturais como ferramentas de manutenção de suas lógicas familiares e relações de compadrio; nesses casos, pela carência de alimentação, vestuário, renda, moradia, educação e de políticas públicas que degradam biótopos, biótipos, biomas, e sua vida severamente, também afetam os skateholders; e, que, a Lei da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, 11.326 de 2006 – que estabelece diretrizes para a formulação da Política Nacional e sua heterogênea tipificação e hierarquia. Essa lei não atende suas demandas e propósitos de vida; de maneira que, as empresas de Ater privadas e públicas e os bancos oficiais não oportunizam o êxito do empreendedorismo pelo insuficiente apoio técnico e creditício para a grande maioria dos 3,9 milhões de agricultores familiares (em Alagoas, 82 mil) com renda de até 0,5 salário mínimo; e, que, além de expulsarem os jovens rurais, enfraquecem a sucessão familiar, perde-se o bônus demográfico em alta. Tampouco tem gerado resultados sociais, econômicos e ambientais esperados  prosperidade, bem-estar e bem viver – é um fato no cotidiano de sua desconfortável vida na bacia hidrográfica. 

Então, não há sucesso em qualquer negócio do empreendedor que não consegue acumular a renda do capital para comprar os bens de capital, nem do contratado de qualquer negócio que mal acumula a renda do trabalho, estão momentaneamente longe da riqueza. Riqueza para Piketty – é “o valor total, a preços de mercado, de tudo que os residentes e o governo de um país possuem num determinado momento e que possa ser comprado e vendido em algum mercado”.

Atentai! Os indivíduos em suas instituições extrativistas, políticas quando usam o poder como controle social na base de troca, e sem restrição ao exercício arbitrário, e econômicas com muita riqueza e renda privadas se apropriam da máquina estatal para exercem uma vigorosa ditadura para o conforto de suas vidas; usam seus julgamentos de valor que baseados suas posições privilegiadas e suas relações de compadrio engendram suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje amanhã, como direito secular; uma cultura senhorial, que usam o consumo e a poupança como ferramentas para enfraquecer ou aniquilar os indivíduos em pobreza e miséria, enquanto, tão poucos e vorazes servidores públicos, por exemplo,  praticam e intensificam o patrimonialismo, se apropriam das políticas públicas, idolatram a impunidade e a "ética" de compadrio, sobretudo a apatia dos indivíduos, via de regra, fazem tamanho sucesso na esplanada do poder e na sociedade, em geral – Alagoas detém um dos piores IDHM do Brasil, entre tantas outras razões  Observe os pilares e os indicadores por estado, acessando, https://rankingdecompetitividade.org.br/estados

É fundamental para consumidor, a dispersão da riqueza privada para a promoção de prosperidade e de bem viver [propriedade privada, bens de capital, mão de obra, produtividade, inovação, produção e consumo de bens e serviços funcionais, convenientes, confiáveis, lucro no livre mercado] e da riqueza pública [uso e preservação dos recursos naturais, leis, patrimônio imaterial e dos tributos] aos milhões de indivíduos desafortunados. Convém lembrar que os pobres, desempregados, subempregados e empregados com baixa remuneração, ora legal ou ilegal, ora recebedores de auxílio governamental por terem baixo nível de compreensão e interpretação sobre as garantias individuais e coletivas como resultado da prática do Estado de Direito e da cooperação e da troca pacíficas criam poucas demandas por bens e serviços, deveres e direitos, a seu favor. E vão, de todo modo, continuarem desacomodados e deslocando suas famílias para atividades precárias e ilegais como prostituição infanto-juvenil e outras delinquências leves e graves; e os parcos recursos financeiros e os impostos regressivos concentram a riqueza e o patrimonialismo para poucos indivíduos.

É o indivíduo que filosofando sobre sua individualidade, liberdade, propriedade, prosperidade e seu bem viver, age, coopera, troca e maximiza o cumprimento com os outros do contrato social posto, em um ambiente institucional ou não, que floresça e disperse as instituições inclusivas, essas, quando políticas "asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário.", quando econômicas "geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas", descreve-nas Acemoglu; e, que pela cooperação e troca pacíficas pensam, agem, poupam, consumem e decidem suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã, para o bem viver.         

O indivíduo e suas criações: Sociedade e Estado – “por mais egoísta que se suponha o homem, evidentemente há alguns princípios em sua natureza que o fazem interessar-se pela sorte de outros, e considerar a felicidade deles necessária para si mesmo, embora nada extraia disso senão o prazer de assistir a ela”, diz Adam Smith.



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, dirigente sindical, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Em viés de alta, aniquilar outrem

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

É um fato inconteste e sutil, a submissão. Em 2016, o Fórum Econômico Mundial e a nova ordem, divulgou o vídeo – “Você não possuirá nada. E será feliz” – https://blocktrends.com.br/voce-nao-possuira-nada-e-sera-feliz-o-que-e-o-tal-grande-reset/

“Todos os homens que diferem entre si, para pior no mesmo grau que a alma difere do corpo e o ser humano difere de um animal, são naturalmente escravos, e para eles nada melhor do que estarem sujeitos à autoridade de um Senhor", afirmava Aristóteles.

É inegável, o homem vive em perigo, porque “a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”, segundo Hobbes. Todavia, os indivíduos são “perfeitamente livres para agir e dispor de suas posses e pessoas do modo que achem apropriado (...) sem precisar perguntar a ninguém nem depender da vontade de qualquer outro homem”, evidencia Locke, para buscarem à prosperidade e o bem viver.

Acontece, porque os indivíduos onde quer que morem, trabalhem, estudem, andarilhem, filosofem e divirtam-se, em qualquer bacia hidrográfica, todo dia, são acossados por instituições extrativistas políticas, estas "concentram poder nas mãos de uma pequena elite e impõem poucas restrições ao exercício de seu poder", e, quando econômicas, "são incapazes de engendrar os incentivos necessários para que as pessoas poupem, invistam e inovem”, anunciam, Acemoglu e Robinson.

É fato – “Temos o direito de nos conduzir de variadas maneiras em relação a uma pessoa, seguindo nossa opinião desfavorável sobre ela, não para oprimir sua individualidade, mas para exercer a nossa”, argumentava Mill. Por certo, é pelo exercício das liberdades fundamentais que o indivíduo baseado em seu julgamento de valor incorpora estratégias para usufruir do Estado de Direito e de seus benefícios.

É o indivíduo, a ação humana, o solucionador quanto a seu estado de desconforto de qualquer natureza sob a ótica dos conflitos de interesses e de visões de mundo, ora restrita para muitos, ora irrestrita para outros tantos numa ordem (e realidade) ampliada. É fato, a mente humana não é uma tábula rasa. A mente é “a significativa resposta do ego aos estímulos e às condições de seu ambiente; é o consciente ajuste de uma pessoa ao estado do universo que determina a sua vida", afirma Mises.

É a resposta do ego que permite o exercício da liberdade de indivíduos que em cooperação e troca pacíficas garanta-lhes acesso e uso sobre os recursos naturais, ideias de negócio de bens e serviços, tributos e lucro em suas unidades: familiar, produtiva e geográfica, inclusive, por suas participações e avaliações do PPA, da LDO e da LOA. É a ação dos indivíduos, ora consumidores e ora poupadores e dos skateholders; esta ação objetiva melhorar o bem-estar subjetivo do agente acima do estado em que se encontra, a cerca de suas preferências temporais individuais e coletivas, no presente e no futuro, e o livre mercado de bens e serviços salvaguardados pelo Estado de Direito – "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas  e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades com base nesse conhecimento" (Hayek). Assista, Dr. Ives Gandra sobre Estado de Direito – https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/sensacao-de-que-estao-escrevendo-uma-nova-constituicao-diz-ives-gandra-em-critica-a-ministros-do-stf.html

Dito isso, está posto o ponto de inflexão, o questionamento filosófico sobre a conduta do indivíduo (do agricultor) de quaisquer categorias e atividades: econômica, social ou não, de agir em prol de suas preferências temporais fundamentadas em seu julgamento de valor sempre em viés de alta, todo dia, para cooperar e trocar objetivando prosperidade e bem-estar, afiançados por instituições inclusivas políticas que "asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário", e econômicas "geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas" (Acemoglu e Robinson). E que, uma lei para o bem viver do indivíduo e suas criações, sociedade e estado, numa ordem ampliada, faz sentido; daí a lei como “a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”, como bem diz Bastiat.

– “Você não possuirá nada. E será feliz”. Com efeito, impossibilita o indivíduo de pensar e agir, pois, "ação é a vontade posta em movimento e transformada em força atuante” (Mises). Quer dizer que, “a sociedade não equivale à soma de seus indivíduos, e a diferença entre a adição que ela não é e o sistema que a define consiste na troca e na reciprocidade pelas quais os homens se ligam, diz Clastres. E a solução para esse hiato na comunicação; é que o indivíduo "tem liberdade de decisão e é solicitado a sacrificar voluntariamente as vantagens pessoais à observância de uma regra moral”, afirma Hayek; e age eticamente. 


         Sugestões de leitura sobre “Você não possuirá nada. E será feliz” –

https://gizmodo.uol.com.br/artigo-futuro-2030-aluguel-servicos/

https://revistaoeste.com/revista/edicao-44/sorria-voce-nao-tem-nada/

 

1]