quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Aplausos ao Extensionista!

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Sobretudo, após a extinção da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Embrater pelo governo Collor, que teve como consequência a aniquilação do Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e de Extensão Rural/Sibrater, deixando à deriva as empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural, principalmente, as do Nordeste, Norte e  Centro-oeste  um caos para os agricultores e os extensionistas. E uma das saídas necessária e oportuna, é criar uma entidade e um sistema nacional estatal de planejamento e de gestão  que represente e defenda os interesses das entidades estaduais estatais de ATERe assim assegurar um serviço estadual eficiente e eficaz aos agricultores – Todavia, ainda não está na pauta do governo federal, nem das representações dos agricultores. 

Faz sentido, que os governos estaduais deram e continuam dando sequência à extinção dessas empresas, ora fundindo-as com outras empresas estaduais, ou criando departamento na secretaria estadual de agricultura e, que, via de regra, por não realizarem concursos públicos e salários baixos, ainda precariza-os, enquanto agentes animadores e impulsionadores de prosperidade e bem-estar individual e famíliar. Por ora, poucas continuam originais, entre elas, a Emater do Ceará, Brasília, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia. Mas a Epagri (como resultado de fusões) é um caso sucesso! Visite-a, pelo https://www.epagri.sc.gov.br/

A desorganização administrativa gerada pela extinção da Embrater e do Sibrater continua causando danos significativos ao planejamento e a gestão, e ao balanço social das entidades estaduais, aumentando a ineficiência de governo, inclusive, tornando os serviços estaduais estatais caros e clientelistas e sem perspectiva; no mínimo, condenando-os ao ostracismo, o que ainda o tornar mais caro; e gerando um contínuo caos à relação entre o extensionista e o agricultor

Esse fato deixou o extensionista à deriva, sobremaneira aquele que desenvolve suas ações na área social – Em Alagoas, 10 anos após a criação da nova Emater, a lei não foi regulamentada. O precário serviço de extensão rural e pesquisa agropecuária é feito por bolsistas – e deixou à toa o extensionista, se é que esse título é válido para quem é bolsita.

À vista disso, nos últimos 30 anos, a ênfase do governo (federal, estadual, municipal e distrital) está na aplicação de políticas de mal-estar salvaguardadas pela onipresença de instituições políticas e econômicas extrativistas repercute negativamente à vida profissional e social dos extensionistas e dos agricultores. Que, de igual modo, continua gerando em muitos municípios um passivo econômico, social e ambiental bacia hidrográfica alto para os agricultores, pela não reposição dos bens de capital, do baixo consumo de bens e serviços, da ausência de ferramentas motivadoras e alavancadoras do uso de inovações e da produtividade de todos os fatores, do pouco lucro e do sem lucro do empreendimento; e do ineficiente serviço estatal de Extensão Rural, resulta num atendimento de baixa qualidade pelos extensionistas. Impossibilita-os, por certo, de prosperarem rumo ao bem-estar individual e à felicidade com repercussões de mal-estar nos outros indivíduos e na sociedade.

O que se vê, é que, é próprio do indivíduo, do extensionista, escolher sua preferência temporal individual no presente, sempre em viés de alta; e, sempre em viés de baixa, à busca conceitual e contextualizada de sua existência e do potencial do seu ser – individualidade, liberdade e propriedade; porquanto, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual – e um processo conceitual não pode ocorrer em um vácuo: ele requer um contexto. A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand).

Os Extensionistas, nesses 70 anos, além de discutirem, inovarem e difundirem os sistemas produtivos e sociais buscam melhorar à qualidade de vida do rurícola, do citadino, e dele, extensionista; e ainda estimulam a participação dessas categorias no processo decisório: municipal, estadual, distrital e federal, para deixar firme e segura a reprodução de suas lógicas familiares, sob a complexa sustentabilidade: econômica, social e ecológica, ora imposta, mas continuam inventando e reinventando, dia a dia, as relações sociais. É inexorável, reconhecer os conflitos, diálogos e a confiança nas alianças entre o extensionista, o agricultor e os skateholders – e assim, se reproduzirem.

O Extensionista, essa marca distintiva, está em viés de baixa na iniciativa estatal e ausente na iniciativa privada, ainda assim, pode alavancar o Desenvolvimento Sustentável – um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, a proposta de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir às necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade.

 

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro Agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, jornalista, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com