Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]
Para os empreendedores, investidores, empregadores e empregados, ”stakeholders” e os consumidores. Eles pensam, agem e solucionam os conflitos de
visão de mundo e de interesses, que baseados em seus julgamentos de valor,
decidem sobre: visão de futuro, ideia do negócio e proposta de valor e promovem
suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã na bacia
hidrográfica.
Pois, nesses últimos 30 anos, o empreendedorismo continua praticamente ausente para a grande maioria dos 3,9 milhões de agricultores familiares com renda de até 0,5 salário mínimo e de outros milhões de indivíduos em atividades não agrícolas, porque não conseguem acumular, nem poupar, só repor alguns bens de capital. Eles geram pouca riqueza, embora realizem um trabalho duro e desconfortável; não criam valor para a sociedade. Para Piketty riqueza – é “o valor total, a preços de mercado, de tudo que os residentes e o governo de um país possuem num determinado momento e que possa ser comprado e vendido em algum mercado”, e ilustra Bastiat - riqueza, o custo de oportunidade, "consiste em serviços reais, em satisfações reais, em coisas úteis" - quem cria valor é o consumidor Essas pessoas, segundo o Conceito Estatístico do Décimo, estão entre os 50% da base da distribuição de renda na pirâmide social.
Sucede,
que tal fato alavanca, inexoravelmente, o êxodo dos jovens rurais e enfraquece a sucessão
familiar, tanto na atividade agropecuária como outras; inclusive de modo grave,
perde-se o bônus demográfico ainda em alta. Essa precária situação compromete o
sucesso do empreendedor e do contratado, que empobrecem, os primeiros, porque não
acumulam a renda do capital e o segundo, porque mal acumulam a renda do
trabalho – longe do estado de satisfações.
Todavia, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, diz
Carl Menger – “Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se
encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas
necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na
natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos
nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do
trabalho e de investimentos” – “Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em
seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato
de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A
tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o
resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por
meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez,
requerem o uso de outros bens econômicos.”
Os indivíduos devem superar as “deficiência de impulsos e preferências
pessoais” (Mill) e sua baixa autoestima ao exercitar sua individualidade, liberdade e propriedade para
alavancar o Desenvolvimento Sustentável (Oliveira) – um ”processo, conflitos e
alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em
pleno Estado de Direito utilizam a ideia de negócio para preservar e usar os
fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta
de valor, do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a
expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade,
liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte”.
Um jogo de soma zero, a vida do indivíduo não o é. Porque "cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar (Rawls). Ressalte-se, que este século é marcado pelo avanço rápido, barato, ágil e onipresente da interação computador-internet-dispositivos móveis de banda larga que, dia a dia beneficia muito o indivíduo, mas, o expõe a ataques mais virulentos; daí a relevância da ética ao competir e cooperar em sua ação intencional para realizar seus propósitos. Porém, anuncia Bastiat – “Se cada homem tem o direito de defender – até mesmo pela força – sua pessoa, sua liberdade e sua propriedade, então os demais homens têm o direito de se concertarem, de se entenderem e de organizarem uma força comum para proteger constantemente esse direito”.
[1] Mestre em Desenvolvimento
Sustentável, engenheiro agrônomo, articulista da Tribuna
Independente de Alagoas e do blog:sabecomquemestafalando.blogspot.com,
dirigente sindical e
professor da Universidade Estadual de Alagoas.