terça-feira, 30 de abril de 2024

Uma necessidade, romper o desconforto

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

 

– “Se perguntarmos o que os homens devem, antes de tudo, às práticas morais dos chamados capitalistas, a resposta é; suas próprias vidas”. Tampouco, “a maioria dos indivíduos que hoje constituem o proletariado não teria condições de existir se outros não lhe proporcionassem meios de subsistência”, argumenta e alerta Mises.

 

A saber: 1) diz o IBPT, 79,02% da população que ganha até 03 salários mínimos (4.236 reais) são responsáveis por 53,79% dos impostos arrecadados pelo governo. Para cada 1 trilhão arrecadado, 53,79% vem das pessoas que ganham até 03 salários mínimos; e dentre essas, os agricultores familiares, em maioria, e ainda assim sem saneamento básico; 2) o Censo agropecuário 2017, informa que existem 3,9 milhões de estabelecimentos familiares; 3) Uma Jornada pelos Contrastes do Brasil, informa que “0,6% dos estabelecimentos foram responsáveis por cerca de 53% da produção, enquanto que, no outro extremo, 69% dos estabelecimentos, os quais três quartos eram produtores familiares e, em grande parte, estão no Nordeste, respondiam por 4% da produção”; 4) via de regra, os agricultores e famílias usam muito pouco a interação computador-internet-dispositivos móveis de banda larga, ora pelo elevado preço ofertado pelas operadoras, pela baixa qualidade da conectividade e sem acesso em muitos lugares; 5) o financiamento é para poucos, com baixo valor do custo de produção; 6) o serviço de pesquisa agrícola distante do agricultor; 7) o ineficaz serviço de extensão rural, estatal e privado, singularmente nos estados nordestinos e nortistas; 8) e, em insegurança pública e jurídica.

 

Anote – “Quando as pessoas ficam mais ricas, e assim se tornam mais bem alimentadas, mais sadias e têm mais conforto, passam a valorizar mais sua própria vida e a dos outros” (Pinker citando Paine).

 

É possível essa valorização da vida, pois, é “Graças à multiplicação, à diferenciação, à comunicação e à interação ao longo de distâncias cada vez maiores, e à transmissão ao longo do tempo, a humanidade tornou-se uma entidade distinta que preserva certas caraterísticas estruturais que podem produzir efeitos benéficos para crescimentos numéricos adicionais”, bem disse Hayek.

 

Aliás, essa nova era das máquinas potencializa o pensar, o diálogo e o agir dos indivíduos nas redes sociais, por certo, repercutem em suas atuações em quaisquer organizações sociais para enfrentar às incertezas e o intervencionismo de qualquer natureza, principalmente o do Estado contra à liberdade do Indivíduo e ao seu estado de Direito. De maneira que, afirmava Adam Smith, "a economia política possa prover uma receita farta [...] para as pessoas, ou, mais propriamente, capacitá-las [...]; segundo, suprir o estado [...] com receitas suficientes para seus serviços públicos" para promover  o desenvolvimento sustentável.

 

É a ação humana, então, consciente ou inconsciente, é o fazer ou não fazer contínuo do indivíduo (do agricultor familiar, do empreendedor, do empregado, do consumidor) para transformar ideias em estados satisfações e, assim remover conflitos de visões e de interesses, seu desconforto material e espiritual. O indivíduo age para garantir os meios, e assim, realizar as metas e os fins desejados, e, se satisfaz com os resultados obtidos, sempre alicerçados no seu juízo de valor – que é pessoal e subjetivo – e em normas de conduta justa devem ser a fonte de suas escolhas em qualquer sociedade sob o Estado de Direito. 

 

Por ora, o citadino ou rurícola sobrevivem sob a força legítima ou ilegítima, de coerção e compulsão.


Porém, é o homem que baseado em seus julgamentos de valor, o solucionador quanto a seu estado de desconforto de qualquer natureza sob a ótica dos conflitos de interesses e de visões de mundo, ora restrita para muitos, ora irrestrita para outros tantos numa ordem e realidade ampliadas e espontâneas  não é juiz dos valores de outrem.

 

É indiscutível, falta-lhes líderes que organizem a lei e o governo. E argumenta Bernardes, líder é aquele que usa a autoridade, que é o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação”. E assim, ajuda-o, romper seu desconforto.

 

– E para romper o desconforto de qualquer natureza, o indivíduo necessita pensar, dialogar e agir, para que de maneira resoluta, possa afiançar uma lei que proteja o direito individual em legítima defesa, ao abrir mão voluntariamente de sua liberdade e preferências temporais para prosperar e ser feliz  E não por um regime de liberdade, tipo, Éramos felizes e não sabíamos", do ministro Alexandre de Moraes:  https://www.youtube.com/watch?v=g_HORGxofdE

 





[1] Mestre em desenvolvimento Sustentável e professor da UNEAL

13 comentários:

  1. A liberdade econômica e a liberdade de expressão merecem discussão muito mais ampla. Liberdade econômica para quem? Para quem é totalmente dependente dos mais ricos? Como diminuir a desigualdade social sem intervenção estatal? Sem taxar fortemente os mais ricos? Liberdade de expressão para postar fakenews ou preconceitos conservadores de uma direita fascista que mistura religião com política? Ou postagens estúpidas e contraditórias tipo " liberal na economia, mas conservador nos costumes"? Este é o pensamento hipócrita de boa parte da direita em todo o mundo. Hipócrita porque exploram os mais pobres, porque tem amantes, porque aceitam a corrupção como uma externalidades do lucro e porque o conservadorismo de costume é de fachada.

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  2. O desconforto do indivíduo é o ponto de inflexão para avançar em prosperidade. Carlos

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  3. ESTAMOS À DERIVA QDO. DEFENDEMOS os nossos direitos .

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  4. Arthur Victor Lima Nogueira30 de maio de 2024 às 13:01

    Do ponto de vista administrativo, o artigo destaca a relevância do julgamento e da ação individual na resolução de conflitos e na busca por satisfação, sublinhando a importância de líderes eficazes. Esses líderes devem exercer autoridade baseada em consentimento e informação, essenciais para a organização legal e governamental. A prosperidade e a felicidade organizacional dependem da habilidade dos indivíduos em atuar, dialogar e colaborar dentro de um Estado de Direito, protegendo direitos e promovendo metas coletivas sem coerção, o que é fundamental para um ambiente administrativo harmonioso e produtivo.

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  5. O artigo é incisivo e demonstra com números (fatos) a alta carga tributária em quem menos possui condições financeiras, seja ele quem for (Rural ou Não), porém, o trabalhadores rural sofre mais e tem um trabalho mais árduo, a uma inversão de valores, onde o Rico paga menos e o Pobre paga quase tudo (e produz mais). Também salientando a falta de investimento e tecnologia para o trabalhador rural, afetando tudo o que poderia ser melhorado com ajuda da Conectividade.
    Por fim, salienta a ação do Estado, que em sua maioria é negativa, não só pelos altos impostos, como por Leis ultrapassadas. Tornando assim, uma árdua jornada para realmente romper o desconforto presente.

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  6. pode ser interpretado como a ideia de que é essencial superar ou resolver situações desconfortáveis ​​ou desafiadoras. Isso implica enfrentar dificuldades ou conflitos para alcançar um estado de conforto, segurança ou bem-estar.
    A compreensão ajuda o indivíduo a criar negócios, inovar no planejamento, gestão e oferta de bens e serviços

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  7. O texto de Marcos Antônio Dantas de Oliveira aborda desigualdades econômicas e sociais no
    Brasil, destacando que a maioria da população de baixa renda contribui significativamente
    para os impostos. Ele critica a disparidade na produção agrícola e o acesso limitado a
    tecnologias. Argumenta-se que o desenvolvimento humano depende de melhores condições
    de vida e de um ambiente jurídico estável. O autor enfatiza a ação individual como chave para
    resolver desconfortos, promovendo a liberdade e a proteção dos direitos individuais como
    bases essenciais para o progresso e a felicidade.

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  8. Nataly De Lima Silva4 de julho de 2024 às 18:26

    Marcos,
    Seu artigo me fez refletir bastante sobre a questão da carga tributária. É impressionante como quem tem menos condições financeiras, especialmente os trabalhadores rurais, acaba pagando mais impostos e enfrentando um trabalho tão árduo. A inversão de valores é evidente, como fiz o ditado: quem é rico cada vez fica mais rico e quem é pobre cada vez fica mais pobre.
    Você também destaca algo crucial: a falta de investimento e tecnologia para o trabalhador rural. Isso poderia ser muito melhorado com mais conectividade. Além disso, a crítica ao Estado é pertinente. Os altos impostos e as leis ultrapassadas realmente tornam a vida dessas pessoas ainda mais difícil.
    Seu texto mostra a urgência de mudanças para aliviar essa situação e tornar a jornada dessas pessoas menos sofrida. Parabéns pelo trabalho!

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  9. Amanda Ramos de Souza4 de julho de 2024 às 19:38

    O artigo apresentado oferece uma análise abrangente e detalhada sobre a interseção entre os estratos sociais, a produção agrícola, a tecnologia e o papel do Estado. É notável a ênfase dada à valorização dos agricultores familiares, apontando desafios como a falta de acesso à tecnologia e financiamento. Concordo plenamente com a importância de valorizar a vida e promover práticas sustentáveis para garantir um desenvolvimento equitativo. Destaco também a relevância da atuação individual e do engajamento de líderes na superação de obstáculos e na defesa dos direitos no âmbito de um Estado de Direito. É um artigo que instiga à reflexão e ressalta a necessidade de ações coordenadas para promover mudanças positivas em nossa sociedade.

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  10. Willian Verçosa 2 período5 de julho de 2024 às 04:50

    O artigo discute como o indivíduo, ao compartilhar suas experiências e filosofias sobre liberdade, age de maneira racional e instintiva para satisfazer suas necessidades e alcançar a autorrealização. Ao escolher suas preferências temporais, seja poupando ou consumindo, o indivíduo estimula instituições econômicas e políticas inclusivas, promovendo a livre iniciativa e o mercado. O desenvolvimento sustentável é abordado como um processo multidimensional, onde a justiça, conforme Rawls, deve assegurar a liberdade individual. A inovação e a organização são essenciais para otimizar o uso de recursos e promover o bem-estar. O texto também alerta sobre a intervenção estatal excessiva e a importância das regras voluntárias para garantir a liberdade e o progresso contínuo.

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  11. Willian Verçosa 2 período de Adm5 de julho de 2024 às 04:54

    O artigo aborda as dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares no Brasil, destacando a alta carga tributária sobre a população de baixa renda e a desigualdade na produção agrícola. Aponta também problemas como o acesso limitado à tecnologia, financiamento restrito, serviços de pesquisa agrícola distantes e ineficazes, e insegurança pública e jurídica. Segundo o texto, a valorização da vida é possível através da multiplicação e interação humana, que promovem o crescimento e bem-estar. A ação humana consciente e inconsciente é crucial para transformar ideias em resultados satisfatórios, baseados em julgamentos de valor. A liderança eficaz é essencial para organizar a lei e o governo, ajudando a romper o desconforto e promover a prosperidade e felicidade individual.

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  12. Camila Damascena de Carvalho5 de julho de 2024 às 05:26

    Nesse artigo ressalta a importância das práticas morais dos capitalistas para garantir a vida de todos. Destaca a relevância dos trabalhadores que ganham até 3 salários mínimos na arrecadação de impostos, especialmente os agricultores familiares. Aponta desigualdades na produção agrícola e na distribuição de recursos, bem como dificuldades de acesso à tecnologia e financiamento.

    Além disso, destaca a valorização da vida com o aumento da riqueza e conforto, ressaltando a evolução da humanidade e sua capacidade de enfrentar incertezas. Aborda a influência das redes sociais e máquinas na ação dos indivíduos e na organização social.

    Enfatiza a importância da ação humana consciente para alcançar metas desejadas e remover conflitos, baseando-se em julgamentos de valor pessoais. Destaca a necessidade de líderes que promovam metas coletivas com consentimento informado. E finaliza ressaltando a importância do pensamento, diálogo e ação para garantir direitos individuais e prosperidade sob um Estado de Direito.

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  13. O artigo destaca que a vida dos proletários depende dos capitalistas. No Brasil, 79,02% da população que ganha até 3 salários mínimos paga 53,79% dos impostos, sendo muitos agricultores familiares sem saneamento. O Censo Agropecuário 2017 revela que 0,6% das fazendas produzem 53% dos alimentos, enquanto 69% das pequenas, majoritariamente no Nordeste, produzem 4%. As famílias rurais enfrentam dificuldades de acesso à tecnologia, financiamento e serviços de extensão rural. Adam Smith e Hayek defendem que a valorização da vida e o desenvolvimento econômico vêm da liberdade individual e da organização social eficaz. A ação consciente do indivíduo é essencial para superar desafios e alcançar objetivos pessoais e coletivos.

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