sexta-feira, 31 de maio de 2024

Ninguém é o juiz dos valores de outrem

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

 

– Ah! O indivíduo (o consumidor) ao compartilhar experiências, leituras e filosofias sobre a liberdade, pensa, age e usa o instinto (liberdade e ação) e a razão (controle e previsão) para prover suas necessidades e autorrealizações: comida, água, abrigo, troca, produção e consumo entre tantas outras, e assim escolhe suas preferências temporais, individual e coletiva, ora poupando ou consumindo, ora hoje ou amanhã, em ambientes públicos e privados, que estimulando suas instituições econômicas e políticas inclusivas impulsionam a livre iniciativa, o livre mercado e o Estado de Direito pela eficiente cooperação, troca e interação pacíficas nessa era digital acessível, ampliada e onipresente, certamente, pela ação advinda da liberdade espontânea e imprevisível e de seus valores: razão, propósito e autoestima – é uma ação proposital.

 

Logo, exige do indivíduo um propósito de vida que protegido por norma de conduta justa (princípios e regras) promove e alavanca o Desenvolvimento Sustentável – “quando o indivíduo baseado em seu julgamento de valor e propositalmente em cooperação com outros criam uma organização numa ordem espontânea e ampliada e em pleno Estado de Direito, uma ideia de negócio, utilizam suas capacidades organizacionais para preservar e usar com eficiência os fatores de produção e tributos; transformando-os com eficácia em bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis, satisfazem suas preferências temporais, individual e coletiva, para bem viver seus valores, razão, propósito e autoestima – o Estado da Arte” (Oliveira)– Não é um jogo de soma zero essa era digital.

 

Ora pois, "cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar”. Por essa razão, a justiça nega que a perda de liberdade de alguns se justifique por um bem maior partilhado por outros" (RAWLS). Todavia, nesse cenário de tantas desigualdades, coerções e compulsões, incertezas e inseguranças, inclusive a jurídica, o consumidor – beneficiário da lei 11.326/2006, empregado privado e público, professor, empreendedor e outros – necessita preservar, usar e compartilhar com eficiência e eficácia os fatores de produção, impostos e bem viver. É o indivíduo que ao agir como uma força motriz protege, conserva, usa, inova, produz, especializa, armazena, consume, intercambia e otimiza ideias e bem-estar em escala ascendente e abundante, pode garantir que o usufruto da riqueza privada e pública, torne-o próspero e liberto.

 

O indivíduo, a priori, ao compreender o estado da vida e de vida na bacia hidrográfica cria negócios, inova no planejamento, gestão e oferta bens e serviços funcionais, convenientes, confiáveis e úteis a preços concorrentes aos consumidores. E como observa e compartilha tendências e cenários organiza e melhora as trocas desiguais ecológicas e econômicas sob regras formais e informais em condições favoráveis para alavancar o progresso abrindo mão voluntariamente de algumas delas, em favor de regras que vêm sendo aperfeiçoadas por milênios, em destaque os últimos 200 anos de experiências e diálogos como exercícios da liberdade imprevisível em contínuos processos de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem sobre os princípios ecológicos (o estudo da casa) e os fundamentos econômicos (o manejo da casa), que lhe assegura pelo progresso uma vida confortável pela concretude de suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã, sobretudo as de longo prazo.

 

O indivíduo, por certo, pensa, dialoga, age, planeja, gere e negocia estrategicamente o uso dos fatores de produção e bens de capital, da tecnologia e inovação, dos bens, serviços e livre mercado e do lucro, em situações e condições espoliadoras, dia a dia, pelos altos impostos cobrados pelo governo e pela constante intervenção do Estado. Então decide, via de regra, pelos seus julgamentos de valor os objetivos realizáveis sobre sua prosperidade e bem viver ao primar pela eficiência, eficácia e ótima qualidade da produção e consumo, e ao melhorar pacificamente a cooperação e a troca, a ordem e a realidade ampliadas e espontâneas estimulam o progresso e suas preferências temporais.

 

A experiência de vida significa que “a liberdade concedida apenas quando se sabe de antemão que os seus efeitos serão benéficos não é liberdade”, ilustra Hayek – a liberdade espontânea e imprevisível, não é uma decisão de especialista, por isso, o indivíduo a deseja. No entanto, faz sentido que o estado de vida e da vida pode ser salvaguardado por regras voluntárias entre os indivíduos, enquanto, apenas enquanto, a lei for “a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”, como incita Bastiat; pois, “o mais grave perigo que hoje ameaça a civilização é a intervenção do Estado”, ecoa Ortega y Gasset Cármen Lúcia diz temer criação do "coronelismo digital" com fake news (Poder360) https://www.youtube.com/watch?v=4xL2TDQlW70

 

– Ora, como cheguei até aqui como indivíduo, como espécie? Como vejo e pratico minhas virtudes e vícios, se, via de regra, os mais 8 bilhões de habitantes sobrevivem sem praticar sua liberdade espontânea e imprevisível, sem questionar: o que é progresso, preferência temporal (individual e coletiva), poder estatal, poder social, norma de conduta justa, em suma, civilização é o quê?  



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, engenheiro agrônomo, articulista da Tribuna Independente de Alagoas e do blog:sabecomquemestafalando.blogspot.com, dirigente sindical e professor da Universidade Estadual de Alagoas.

 

  

  


11 comentários:

  1. Muito oportuno. Roberto.

    ResponderExcluir
  2. Coube bem no texto a fala da Ministra. Socorro

    ResponderExcluir
  3. Arthur Victor Lima Nogueira29 de junho de 2024 às 14:06

    O texto ressalta como a liberdade individual e a ação espontânea são cruciais para o progresso e o bem-estar. Critica a intervenção estatal excessiva e valoriza a cooperação voluntária e eficiente, enfatizando a importância de cada pessoa em contribuir para um desenvolvimento sustentável e justo.

    ResponderExcluir
  4. Artigo interessante. Realmente não se observa muitas pessoas discutindo sobre Liberdade, seja ela individual ou coletiva, muito menos sobre seus Direitos ou deveres e como isso poderia contribuir para a sociedade, apenas discutindo tais fatos.
    Outro fato interessante neste contexto é sobre as necessidades individuas e coletivas, como "comida, água, abrigo, troca, produção e consumo entre tantas outras", pode parecer simples, mas é crucial não só para a sobrevivência do Homem, quanto para seu desejo em conseguir e ter o que quer.

    ResponderExcluir
  5. O ditado "Ninguém é o juiz dos valores de outrem" sugere que cada pessoa é única em suas crenças e valores, e que não devemos julgar os valores morais de outras pessoas. Isso promove o respeito pela diversidade de opiniões e perspectivas, reconhecendo que as escolhas éticas e morais de cada um são pessoais e podem variar amplamente.

    ResponderExcluir
  6. No texto de Marcos Antônio Dantas de Oliveira, ele explora como cada um de nós, ao fazer
    escolhas baseadas em nossos instintos e racionalidade, busca atender nossas necessidades e encontrar realizações pessoais. Oliveira destaca a importância da liberdade pessoal e do desenvolvimento sustentável, defendendo que regras que escolhemos voluntariamente podem promover justiça e eficiência econômica. Ele também critica intervenções pesadas do Estado e desigualdades sociais, enfatizando a necessidade de cooperação pacífica e de um
    mercado livre na era digital. Ao discutir o que realmente define a civilização, Oliveira nos
    incentiva a refletir sobre liberdade, progresso e como interagimos uns com os outros em um
    mundo diversificado.

    ResponderExcluir
  7. Nataly De Lima Silva4 de julho de 2024 às 18:12

    Realmente é um artigo relevante para a atualidade, instigou minhas reflexões acerca da liberdade do individuo em uma sociedade composta por diversos dilemas estatais. Percebo que a limitação excessiva por parte de instituições governamentais afeta diretamente a inovação e a autonomia do indivíduo. Destacar a cooperação voluntária como meio eficaz de promover a justiça e o progresso foi uma colocação excelente, ainda mais devido as rapidas mudanças geradas pela globalização. Gostaria apenas de expressar minha admiração por seu excelente artigo, parabéns.

    ResponderExcluir
  8. Amanda Ramos de Souza4 de julho de 2024 às 19:14

    Esse artigo realmente ressalta como é crucial a liberdade individual em nossas decisões, seja no âmbito pessoal, econômico ou político, visando um desenvolvimento sustentável e benefícios para todos nós. A ênfase na cooperação pacífica, inovação e progresso para um futuro próspero é inspiradora. Diante das desigualdades presentes, questionar o real significado do progresso e o papel do Estado se mostra essencial. A abordagem sobre liberdade, justiça, desenvolvimento e bem-estar social nos convida a refletir profundamente sobre nossas escolhas e ações neste mundo contemporâneo.

    ResponderExcluir
  9. Camila Damascena de Carvalho5 de julho de 2024 às 05:25

    No artigo destaca a importância da liberdade e da ação individual na busca pela autorrealização e satisfação de necessidades, influenciando escolhas temporais, consumo e interações econômicas e políticas. O indivíduo é visto como agente ativo na promoção do Desenvolvimento Sustentável, utilizando seus recursos de forma eficiente. A justiça é ressaltada como base para garantir a liberdade de cada pessoa, mesmo diante de desigualdades e incertezas. A atuação do consumidor e cidadão é fundamental para proteger, inovar e promover o bem-estar coletivo. A busca por progresso envolve compreender e adaptar-se a cenários diversos, valorizando a liberdade individual e a cooperação. A liberdade espontânea e imprevisível é vista como essencial para o desenvolvimento humano, em contraposição à intervenção estatal excessiva.

    ResponderExcluir
  10. O indivíduo, ao compartilhar experiências e filosofias sobre a liberdade, utiliza instinto e razão para prover suas necessidades, escolhendo entre poupar ou consumir em ambientes diversos. Isso impulsiona a livre iniciativa, o mercado e o Estado de Direito através da cooperação eficiente. Essa era digital exige um propósito de vida que, protegido por regras voluntárias, promove o Desenvolvimento Sustentável, onde o indivíduo transforma recursos em bens e serviços funcionais. Em um cenário de desigualdades, o indivíduo deve preservar, inovar e otimizar ideias para garantir prosperidade e liberdade. A liberdade, essencial e imprevisível, é fundamental para o progresso e bem-estar, apesar da intervenção estatal.

    ResponderExcluir
  11. Willian Verçosa 2 período Adm5 de julho de 2024 às 06:32

    O artigo discute como o indivíduo, ao compartilhar suas experiências e filosofias sobre liberdade, age de maneira racional e instintiva para satisfazer suas necessidades e alcançar a autorrealização. Ao escolher suas preferências temporais, seja poupando ou consumindo, o indivíduo estimula instituições econômicas e políticas inclusivas, promovendo a livre iniciativa e o mercado. O desenvolvimento sustentável é abordado como um processo multidimensional, onde a justiça, conforme Rawls, deve assegurar a liberdade individual. A inovação e a organização são essenciais para otimizar o uso de recursos e promover o bem-estar. O texto também alerta sobre a intervenção estatal excessiva e a importância das regras voluntárias para garantir a liberdade e o progresso contínuo.

    ResponderExcluir