sábado, 30 de dezembro de 2017

"Tem que manter isso aí, viu?"

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

No Brasil, 25,8% do total de jovens de 16 a 29 anos nem estudaram nem trabalharam em 2016 [IBGE]; o Brasil é o sétimo país do mundo que mais mata crianças e adolescentes, 59 para cada 100.000 – https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/31/politica/1509469893_375253.html

"74% das casas com crianças de zero a 4 anos têm renda de até um salário mínimo per capita" [Exame. edição 1147].


62,2% das famílias no Brasil estão endividadas –
http://www.jb.com.br/informe-cnc/noticias/2017/12/04/percentual-de-familias-inadimplentes-recua-pelo-segundo-mes-consecutivo/




Gasto com auxílio chega a R$ 1,6 bilhão – 30 mil autoridades recebem auxílio-moradia –https://oglobo.globo.com/brasil/senado-estima-gastos-de-r16-bi-com-auxilio-moradia-para-30-mil-autoridades-da-uniao-22158136

O lucrativo negócio de empregar presos de graça ou pagando menos do que a lei determina 


60% do esgoto fica a céu aberto no país –



Ministro diz que liberar verba por voto não é chantagem, é 'ação de governo' 

#Alagoastefazfeliz é notícia:

Desvio de recursos federais em Alagoas superam R$ 500 milhões [Gazeta de Alagoas, 28/09/2017].


TCU aponta irregularidades nas obras do canal do Sertão de Alagoas [G1 AL, 08/11/2017].

Prefeito de Mata Grande preso foi filmado pagando 'mensalinho' a vereadores por aprovação de projetos, diz MP [G1 AL, 25/12/2017].

Alagoas tem os pobres mais pobres do Brasil, revela pesquisa do FMI – http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=315446

AL é o estado do Nordeste com mais crianças e jovens em situação de pobreza [AL TV, 26/07/2017].


Extinção de empresas cresce em Alagoas - Nos primeiros cinco meses do ano, foram extintos 4.255 negócios – gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=312723

O governo do Estado não conseguiu executar em 2017, pelo segundo ano consecutivo, o Programa Amigo Trabalhador – Gazeta de Alagoas, 19/12/2017

Alagoas chega a importar até 100% dos alimentos consumidos no Estado – http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=315167

Alagoas destina 57,1% dos seus resíduos sólidos para o lixão, aponta estudo  

Estado garante distribuição de 25 mil cestas básicas e nutricionais por mês [Seades, dez/2017, ano 1, nº3]. É prática iníqua e surreal, pois, 1,5 milhão de alagoanos vivem na linha de pobreza, noticia a Gazeta de Alagoas [16 e 17/12/2017].

É vital, a onipresença das liberdades fundamentais dos cidadãos para enfrentar a ética de compadrio tão vigorosa nas relações sociais corruptas, ora postas. É necessário um novo contrato social para criar ambientes públicos e privados em que floresçam os princípios da sustentabilidade proposto por Capra, 2006: redes, sistemas aninhados, interdependência, ciclos, fluxos, diversidade, desenvolvimento, equilíbrio dinâmico, e esses se dispersem nas instituições inclusivas, essas, quando políticas "asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário.", quando econômicas "geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas", descreve-nas Acemoglu e Robinson [Por que as nações fracassam].

E já escrevia Rousseau, 1762: “o ato que institui o governo não é, de forma alguma, um contrato, mas uma lei, que os depositários do Poder Executivo não são os senhores do povo, mas seus funcionários, os quais pode ele designar ou destituir quando lhe agradar, que não se trata para eles de contratar, mas de obedecer e que ao se encarregarem das funções que o Estado lhes impõe nada mais fazem do que cumprir seu dever de cidadãos sem ter, de modo algum, o direito de questionar as condições” - Caciques do Senado na mira da Lava Jato terão reeleição difícil – http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/12/1945839

Decerto que, não precisamos desses funcionários-caciques, pois, como tal usam o poder como condutores para "o controle ou influência sobre as ações dos outros no intuito de atingir as próprias metas, sem o consentimento desses outros, contra a vontade deles ou sem seu conhecimento ou compreensão” [Bernardes citando Buckley, 2009].

E nesse caos, é que se forjam líderes capazes de usarem a autoridade que: “é o controle ou influencia sobre o comportamento de outros para a promoção de  metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados da situação” [Bernardes citando Buckley, 2009] rumo à prosperidade e ao bem-estar. Mas, onde estão os líderes?

É oportuno em 2018, que o exercício das liberdades e o da cidadania nos leve a compreender que “todo indivíduo nasce com um legítimo direito a uma certa forma de propriedade ou seu equivalente” defendia Paine,1795. Chamo atenção de homens e mulheres que por viverem em meio a tantas incertezas e inseguranças, inclusive pela privação de suas capacidades básicas, torna urgente diminuir ou erradicar o fosso social, econômico, ecológico e patrimonial entre os que têm muito e os que têm pouco bem-estar pelo usufruto dos bens primários propostos Rawls – autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos. 

E Adam Smith disse: “a economia política propõe dois objetivos distintos, o primeiro prover uma receita farta ou subsistência para as pessoas, ou mais propriamente, capacitá-las a prover tal receita ou subsistência para si mesmas; segundo, suprir o estado ou a comunidade nacional com receita suficiente para seus serviços públicos. A economia política propõe enriquecer tanto o povo quanto o governo”. Então, por que continuamos com esses governos Temerosos e Temerários?






[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável [engenheiro agrônomo], professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com 



16 comentários:

  1. Oportuno pela passagem de ano, parabéns pelo texto. André

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  2. Como sempre denunciando a corrupção. Ana

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  3. Essa sucessão de notícias revelam o elevado grau de descaso do governo e da sociedade com os que tem pouco. Adriano

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  4. Sempre com bons textos. Edivaldo

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  5. Prezado amigo Marcos
    Desejo ao amigo um 2018 menos cruel que este que se vai para o
    nosso país e os pobres agricultores familiares e sociedade brasileira em
    geral.
    Um fraternal abraco de Severino

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  6. Desejo que você continue nos instigando sobre a problemática do bem-estar e suas soluções. Vanessa.

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  7. Vamos exercitar nossa cidadania contra os corruptos, está na hora. Roberto

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  8. Independente da idade, os governos praticam a velha política clientelista, corrupta. Adelson

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  9. É fato a privação das capacidades básicas do agricultor e sua família. Vera

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  10. Essas notícias postas abrem nossa visão sobre a precariedade da grande maioria dos brasileiros. Jason

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  11. Você pode nos dar uma palestra? Humberto

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  12. Parabéns pelo sugestivo título e pelo conteúdo do texto. Mauricio

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  13. É verdade esses governos temerários não praticam a tal economia política, essa é uma razões da desigualdade social. Gabi

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  14. Como a gente fala pouco sobre bem-estar. É preciso falar mais para entender o quê e bem-estar. Gustavo

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  15. Parece incrível como o poder consome algumas pessoas.algumas pessoas se perguntam o que está acontecendo com o nosso estado, ou com o nosso país, outras simolesimple estao pouco se importando, mas a verdade é que até os que dizem se importar não fazem nada para fazer a diferença, 1% dos que querem mudar são os que realmente mudam. Não é nosso estado ou nosso país, é uma nação que não sabe lidar com o mundo só século XXI. Você não pode mudar o mundo sozinho, mas ao mesmo tempo não é preciso mas ninguém para começar a mudar. Certa vez vi um trecho em um livro que me chamou atenção, " antes de serem políticos somos humanos, e humanos que lideram um só poco, o problema e que muitos se tornam de fato políticos quando deveriam ser apenas líderes".
    Grande Marcos Dantas.

    José adaildon
    7° Adm

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  16. Ficamos felizes por ter esse incentivo.
    Eulania, 7° período Adm

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