domingo, 28 de janeiro de 2018

ATENTAI! Para o mal viver de MUITOS

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Para o quê diz Proudhon citando Malthus ...”num mundo já ocupado, se sua família não possui meios de alimentá-lo ou se a sociedade não tem necessidade de seu trabalho, esse homem, repito, não tem o menor direito de reclamar uma porção qualquer de alimento: está em demasia na terra. No grande banquete da natureza, não há lugar para ele. A natureza lhe ordena que se vá e ela mesma não tardará a colocar essa ordem em execução...”. Assista, Brasil pobre - https://www.youtube.com/watch?v=TkEYL7L4tuI

Atentai! Instituições extrativistas econômicas e políticas promovem proposital e desproporcionalmente a pobreza brasileira e alagoana – dos 207,7 milhões de brasileiros, 23,4% têm renda de um salário mínimo por mês. Em Maceió/AL, cerca de 500 mil pessoas tem renda mensal de um salário mínimo. De modo que, “a humanidade, nessa Terra, não pode estar reconciliada com ela própria enquanto o luxo de alguns insultarem a pobreza de quase todos”, afirma Raymond Aron [2016] - https://g1.globo.com/economia/noticia/5-bilionarios-brasileiros-concentram-mesma-riqueza-que-metade-mais-pobre-no-pais-diz-estudo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Atentai! “A pressão da sociedade sobre o indivíduo pode voltar, sob uma nova forma, a ser tão grande quanto nas comunidades bárbaras, e as nações irão se vangloriar, cada vez mais, de suas realizações coletivas em detrimento das individuais”, diz Russel [Elogio ao Ócio].

Atentai! Enfrentar essas situações exige a onipresença das liberdades fundamentais dos cidadãos para o cumprimento do contrato social posto ou de um novo contrato, ambos necessitam de ambiente institucional e não institucional em que floresçam e dispersem as instituições inclusivas, essas, quando políticas "asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário.", quando econômicas "geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas", descreve-nas Acemoglu e Robinson, Por que as nações fracassam.

Atentai! A economia política, dizia Adam Smith, decerto que, objetiva: “primeiro prover uma receita farta ou subsistência para as pessoas, ou mais propriamente, capacitá-las a prover tal receita ou subsistência para si mesmas; segundo, suprir o estado ou a comunidade nacional com receita suficiente para seus serviços públicos. Propõe enriquecer tanto o povo quanto o governo”; o quê nos leva a considerar que “o homem desacomodado não é mais do que um pobre animal, nu e dividido”, afirmava o Rei Lear.

Atentai! É oportuno em 2018, compreender que “todo indivíduo nasce com um legítimo direito a uma certa forma de propriedade ou seu equivalente” defendia Paine em 1795. Faz sentido que, homens e mulheres, e principalmente as crianças, que, por viverem em meio a tantas incertezas e inseguranças, inclusive pela privação de suas capacidades básicas, torna urgente diminuir ou erradicar o fosso social, econômico, ecológico e patrimonial entre os que têm muito e os que têm pouco bem-estar; e Oliveira [2013] anuncia, busquem no desenvolvimento sustentável como um processo em rede dialética compartilhada pelo indivíduo e suas categorias [conflitos e alianças] ao preservarem e ao usarem os recursos naturais e os tributos [planejamento, gestão, ideia de negócio] transforma-os em bens e serviços [proposta de valor]: do autoconsumo ao mercado, da renda ao bem-estar pelo usufruto dos bens primários: individualidade, posse, confiança e felicidade, intra e intergeracional" - o estado da arte do bem viver.

Atentai! Como o Brasil necessita reconciliar-se com o Grito do Ipiranga.







[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, Engenheiro agrônomo, professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER, diretor do Sindagro, articulista da Tribuna Independente/Alagoas, Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com 

18 comentários:

  1. Comecei o ano bem, parabéns pelo texto. Edgar

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  2. Quando seus textos nos fazem bem. Vanessa

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  3. Pois é, continue nos provocando. Artur

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  4. Como precisamos entender e viver em rede para resolver os problemas. Jason

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  5. Atentai para a vida dura que temos. Gabriela

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  6. “O homem desacomodado não é mais do que um pobre animal, nu e dividido”. É como vivemos no mundo de hoje. Vanessa

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  7. Prezado Marcos,
    Gosto muito de sua maneira de abordar temas que interessam a todos que se preocupam com o destino do Brasil. Adauto

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  8. Muita boa sua abordagem sobre mal estar. Hélio

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  9. Lembrar Malthus é sempre oportuno nesse mundo tão desigual. Rita

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  10. Marcos sua definição de desenvolvimento sustentável atinge o objetivo desejado: bem-estar para todos é que vale. Chico

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  11. Que reflexâo sobre ,






















    Ótimo. Adão







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  12. Precisamos de mais escrevendo sobre bem-estar. Carlos

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  13. A frase final coloca em questão se nós temos capacidade para mudar tal situação. Mauricio

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  14. É isso Mauricio, e acrescento primeiramente o que diz Malthus. Oto

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  15. O texto pode nos ajuda a votar melhor em outubro. E vou repassá-lo a terceiros. Divalado

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  16. Vou repetir o mote do texto, atentai para o perigo das instituições extrativistas que permeiam nossas vidas. Amélia

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  17. Vamos dar o Grito do Ipiranga nesta eleição. Ricardo

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  18. Muito boa essa reflexão sobre as desigualdades econômicas sobre tudo vivenciadas no nosso estado. Muito pertinente esse dado que praticamente metade da população maceioense vive com renda de até um salário mínimo. Esse dado retrata claramente o contexto que vivemos, onde a escassez financeira atinge matade da população da capital alagoana. Manassés Kenendy

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