Marcos Antonio Dantas
de Oliveira[1]
Pois, o curso da
história tem mostrado que os interesses
privados, as ideologias, as éticas e o poder têm sobreposto às liberdades fundamentais,
principalmente, a liberdade individual; essas devem forjar os valores, os princípios, as leis e as normas da convivência
humana - https://www.ecodebate.com.br/2016/04/18/assassinatosno-campo-explodem-em-2015/
Dessa forma, é
importante relatarmos os esforços em favor de um desenvolvimento fracassado,
que acontece por não considerar os fatores: ecológico, demográfico, filosófico,
cultural e afetivo; e toda a cadeia de relações existentes no centro de toda
cultura; no caso, o estilo de vida rural e suas estreitas relações com a terra,
com a natureza e com o citadino.
Ademais, esse modo de
vida é subdimensionado e subavaliado na maioria dos projetos de
desenvolvimento. E os beneficiários
da Lei 11.326/2006 e outros rurícolas sentem a lógica de suas reproduções culturais – natureza e
mitos, cultivos e extrativismos, suor e mais-valia, sucessão e posse,
patrimônio imaterial e bem-estar em Rawls - que se dar pelo usufruto de bens primários: autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos -,
escapar-lhes por entre os dedos.
Entrementes, os beneficiários da
Lei 11.326/2006 em seus habitats sofrem acossamento por parte de uns poucos
inclinados a instituir, cada vez mais, novas prerrogativas em detrimentos dos
seus modos de produção, consumo e entretenimento tão degradantes aos potenciais
ecológicos e valores culturais. Aliás, ”a pressão da sociedade sobre o
indivíduo pode voltar, sob uma nova forma, a ser tão grande quanto nas
comunidades bárbaras, e as nações irão se vangloriar, cada vez mais, de suas
realizações coletivas em detrimento das individuais”, diz Bertrand Russel.
Convém
ressaltar que o sistema capitalista baseia-se em uma ordem, numa ética, em que
os atores evoluem e se comportam de acordo com normas que assegurem
o fluxo da vida econômica [produz
muita riqueza para uns pouquíssimos e muito egoísmo] – apropriação,
lucro e acumulação de rendas e riquezas – e a reprodução do capital. E, também,
danos sociais [como impunidade e corrupção, por exemplo operação Lava-jato], e danos ecológicos
[como perda da biodiversidade, por não cumprir o Código florestal] e patrimoniais [como a pouca riqueza privada de muitos, o alto imposto regressivo e a insegurança jurídica], principalmente, aos beneficiários da Lei
11.326/2006, aos rurícolas e suas famílias, que são abrandados pela hipnótica mídia e ética normativa geradas pelos príncipes, pelos que dão ordens e pelos os que dão conselhos.
Não obstante esse sistema continua produzindo muita riqueza privada e pública. E mesmo com o PIB mundial em torno de 100 trilhões de dólares o fosso entre pobres e ricos é brutal e crescente; porquanto, é um acinte que essa riqueza gerada continue aumentando a desigualdade em todos os aspectos da vida circular de homens e mulheres em qualquer quadrante terrestre, esteja sobre a prática do ensinamento de Maquiavel – “aquele que promove o poder de um outro perde o seu...”- em Alagoas, Maquiavel impera.
Nesse sentido, não há nenhuma razoabilidade no excesso de bens de uns poucos e na carência de bens de muitos, já observava o filósofo Aristóteles. Entretanto, a concentração de renda e de poder gerou um colonialismo ambiental grave, exercido pelos ricos, entre países e dentro dos países, sobre os pobres. Nunca os problemas ambientais foram tão graves – o homem assume-se como “um fazedor de desertos” [Euclides da Cunha: Os Sertões] – as dimensões são globais. Nunca a liquidação das culturas tradicionais foi tão perversa e global.
Não obstante esse sistema continua produzindo muita riqueza privada e pública. E mesmo com o PIB mundial em torno de 100 trilhões de dólares o fosso entre pobres e ricos é brutal e crescente; porquanto, é um acinte que essa riqueza gerada continue aumentando a desigualdade em todos os aspectos da vida circular de homens e mulheres em qualquer quadrante terrestre, esteja sobre a prática do ensinamento de Maquiavel – “aquele que promove o poder de um outro perde o seu...”- em Alagoas, Maquiavel impera.
Nesse sentido, não há nenhuma razoabilidade no excesso de bens de uns poucos e na carência de bens de muitos, já observava o filósofo Aristóteles. Entretanto, a concentração de renda e de poder gerou um colonialismo ambiental grave, exercido pelos ricos, entre países e dentro dos países, sobre os pobres. Nunca os problemas ambientais foram tão graves – o homem assume-se como “um fazedor de desertos” [Euclides da Cunha: Os Sertões] – as dimensões são globais. Nunca a liquidação das culturas tradicionais foi tão perversa e global.
Portanto, continua prevalecendo,
o projeto e a prática senhorial sobre os recursos naturais e os tributos, indo
de encontro aos interesses da maioria das nações, dos rurícolas, dos beneficiários
da Lei 11.326/2006 e suas famílias e, como resultado: os insustentáveis estilos de vida desses beneficiários
e dessa geração comprometem os das futuras gerações. http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/09/vulnerabilidade-social-cai-mas-ainda-e-alta-no-norte-e-no-nordeste-diz-ipea.html
De modo que, o
enfrentamento desses conflitos pelos beneficiários da Lei 11.326/2006, pelos familiares
e pelas comunidades, enfim, pelos brasileiros em um contexto local e mundial em
transformação, é o de provocar uma alteração social equitativa nos benefícios e
encargos da cooperação social resguardada por uma governança baseada nos princípios da Administração pública e na multidimensão do Desenvolvimento sustentável. É o de afirmar os valores democráticos [liberdade, igualdade e fraternidade],
e a eles se ajustar sem negar-lhes a riqueza de elementos de suas tradições, e
assim, elevar o bem-estar pelo usufruto dos bens primários em Rawls [autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos], pensando e agindo
como cidadãos iguais e livres.
[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, membro da Academia
Brasileira de Extensão Rural/ABER, professor da UNEAL, extensionista da
EMATER-AL/Carhp, diretor do SINDAGRO, articulista da Tribuna Independente, Maceió/AL - publicado na Tribuna Independente. Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
Claro e oportuno! Ari
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ResponderExcluirSuas colocações sobre bem-estar são oportunas. Ricardo
ResponderExcluirSua chamada sobre o ensinamento de Maquiavel é interessante e reflexiva. Aldo
ResponderExcluirDe fato viver bem é o objetivo do homem. Rui
ResponderExcluirO texto reflete muito bem a situação caótica em que vivemos. Por isso, você nos alerta, devemos exercitar a liberdade individual e o da cidadania para seguirmos rumo ao bem-estar. Stella
ResponderExcluirBoa observação, Stella
ResponderExcluirA citação de Aristóteles sobre excesso e carência consubstanciou esse texto que trata das desigualdades entre as pessoas. Parabenizo-o. Ivo
ResponderExcluirUm texto sensível aos dias difíceis dos agricultores familiares, mas também sugere soluções. Artur
ResponderExcluirÉ verdade, Maquiavel sempre presente há pelos 500 anos na vida dos príncipes. Precisamos romper essa situação. vanessa
ResponderExcluirAplausos!!! Roberto
ResponderExcluirCaro Marcos Dantas parabéns pelo crítico artigo sobre desigualdade social e concentração de renda.
ResponderExcluirKleber
Suas indagações estão em consonância com o momento em que os que têm menos, vivem numa pobreza que é secular. Valter
ResponderExcluirMuito interessante e oportuno. Carlos
ResponderExcluirFalta-nos o exercício dos princípios da administração pública. Edson
ResponderExcluirUm artigo sensível ao exercício da cidadania e da liberdade individual. Jason
ResponderExcluirIntenso para esse 1 de maio. Cecília
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ResponderExcluirConcordo plenamente. Gustavo
ResponderExcluirparabenizo pela crítica tão atual. Lúcia
ResponderExcluirNesse Brasil a única ética que funciona é a do compadrio. André
ResponderExcluirAs representações dos técnicos do setor agrícola e a dos agricultores familiares precisam se posicionar sobre a ineficiência do governo municipal, estadual e federal, se não os agricultores familiares vão continuar empobrecendo. Susana
ResponderExcluirAtual esse artigo, marcos. Geraldo
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