Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]
. “O
homem desacomodado não é mais do que um pobre animal, nu e dividido”, diz o Rei
Lear [SHAKESPEARE].
Dito isso, afirmo, ainda assim, é exuberante
o processo evolutivo dos homens e das mulheres, pois, têm usado a comunicação como
ferramenta para perpetuação da espécie como de aproximação entre si e terceiros
para atingir o estado da arte – o convívio social. Desse modo, eles inventam e
reinventam todos os dias as relações sociais reconhecendo nelas os conflitos,
os diálogos e a confiabilidade das alianças, que acabam em alguns casos se
tornando marcas distintivas – é assim que a Extensão Rural também se reproduz. A
história da Extensão Rural, sua cultura e sua identidade, nos últimos 60 anos,
tem tido o reconhecimento da sociedade, dos governos, dos organismos não governamentais,
da academia, dos rurícolas, e especialmente dos beneficiários da Lei
11.326/2006, suas famílias e suas organizações.
É verdade. Contudo, via de regra, o serviço de Extensão Rural [o serviço de educação não formal, de caráter continuado - Lei 12.188] está em dificuldade, pelo pouco investimento, muitas demissões e poucas admissões, por chamadas públicas que não levam em consideração às demandas das unidades produtiva e social, da Anater que caduca sem sair do papel..., ainda assim, o extensionista, mulher e homem, está em júbilo, pois, nestes 60 anos, além de discutir, manter, inovar e/ou
difundir os sistemas produtivos e sociais, ainda estimula a participação dessas
categorias no processo decisório: municipal, estadual e federal, para afirmar e garantir a reprodução de sua lógica familiar – terra, água, trabalho e família,
sob a complexa sustentabilidade e suas dimensões; e assegurar-lhe o acesso, o
usufruto e o controle dos recursos naturais e dos impostos, sobretudo, na gestão
dos assuntos públicos. É motivo de regozijo para o extensionista, que se dedica
diuturnamente à busca ao bem-estar pelo usufruto dos bens primários – autoestima, inteligência, imaginação,
saúde e vigor,
oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos,
segundo Rawls – daqueles a quem destinam seu esforço.
Desse modo, o serviço de Extensão Rural deve
orientar seus objetivos para a distribuição da renda e da riqueza privada e
pública [repartição dos tributos, encargos e benefícios] mais justa para melhorar
as atuais condições de vida dos rurícolas, a maioria com renda de até 2
salários; ao uso, conservação e preservação dos recursos naturais [diversos
biomas]; e ao exercício das liberdades reais, da cidadania igual dos beneficiários
da Lei 11.326/2006, do rurícola e suas organizações, ao corrigir as
imperfeições do processo capitalista, da montante à jusante da produção
agrícola, garantir-lhes tipos de desenvolvimento sustentável que respeitem as
formas e estilos de vida, em resposta à sua capacidade de discernir, aceitar,
trocar, adotar, manter e indagar as relações consigo, com os outros e com o
mundo – com o comprometimento social.
Há um sentimento de pertencimento, um senso
de justiça que se cristaliza na possibilidade de servir, construir,
relacionar-se aos demais, em especial com aqueles que precisam da liberdade
individual e da cidadania para melhorar suas posições sociais. Sobretudo,
há uma característica vigorosa na relação extensionista/beneficiário da Lei
11.326/2006: a intensa relação de confiança – assim, a marca distintiva da Extensão
Rural, mesmo com as especificidades regionais, é rigorosamente o EXTENSIONISTA
– o sacerdócio de dezenas de milhares de mulheres e homens pelo respeito que
constroem nas comunidades em que trabalham e divertem-se; e pelo autorrespeito
animam o serviço de Extensão Rural [25 mil pessoas]. Essa marca distintiva é sustentada também pelo relacionamento com
outros milhares agentes sociais e econômicos.
Decerto que, o homem e a mulher por
sua capacidade de libertar-se, por sua história, por sua inquietação moral; e
por aperfeiçoar-se ao longo da vida, eles, no particular e no universal,
contemporizam-se para encontrarem-se na história; e ao escrevê-la revivem; vivem
o dia a dia e garantem sua continuidade. De modo que, essa atuação cheia de
significados [sacrifícios, realizações e prazeres], a esse aprender a conhecer;
aprender a fazer; aprender a ser; e aprender a viver junto, “onde a compreensão
é a só tempo meio e fim da comunicação” (MORIN) para enfrentar as incertezas e para promover o bem-estar em Rawls – autoestima,
inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos – para compartilhar o estado da arte.
Em tempo: O XII CONFASER ao debater o estado da arte da Extensão Rural, o direito do trabalhador [na admissão e na demissão], o papel do movimento sindical, por exemplo, colocou em evidência a necessidade de líderes capazes de usar a autoridade para "influenciar o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma constatável de consentimento destes outros" (BERNARDES citando BUCKLEY) para buscar o estado da arte - Bento Gonçalves/RS, novembro de 2015.
Em tempo: O XII CONFASER ao debater o estado da arte da Extensão Rural, o direito do trabalhador [na admissão e na demissão], o papel do movimento sindical, por exemplo, colocou em evidência a necessidade de líderes capazes de usar a autoridade para "influenciar o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma constatável de consentimento destes outros" (BERNARDES citando BUCKLEY) para buscar o estado da arte - Bento Gonçalves/RS, novembro de 2015.
Desejo vida longa, à mulher e ao homem Extensionista
– salve 06 de dezembro.
E Boas Festas!!!
E Boas Festas!!!
[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, membro da Academia
Brasileira de Extensão Rural/ABER, professor da UNEAL, extensionista da
EMATER-AL/Carhp, diretor do SINDAGRO Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
Que belo texto: a função do extensionista em busca do estado da arte. Toninho
ResponderExcluirUma saudação ao sacerdócio extensionista. Parabéns aos extensionistas. Marcos, parabéns pelo texto. Gustavo
ResponderExcluirTambém parabenizo os extensionistas. Jason
ResponderExcluirUma boa observação sobre a importância do líder. Como o Brasil anda mal das pernas! Vera
ResponderExcluirTemos muitos chefes. Suzana
ResponderExcluirParabéns aos extensionistas!!! Rui
ResponderExcluirBem apontada essa falta de líderes. Alberto
ResponderExcluirPrezado Marcos
ResponderExcluirCaro colega Extensionista. Somos da mesma "raça" e estirpe.
Parabéns por seu artigo e diagnóstico feito sobre as vicissitudes de que padece a Extensão Rural deste país. Como Extensionistas iremos juntos continuar nossa luta.
É dever do Estado prover os serviços de saúde e educação para a população como um todo e particular, os mais pobres. Também é dever do Estado prover os serviços de ATER que são relegados a um terceiro plano. E muita gente nem sabe que o primeiro direito capitulado na Carta das Nações Unidas é o DIREITO AO ALIMENTO, que precede até mesmo a LIBERDADE. E os serviços de ATER é um instrumento essencial que dar sustentáculo básico A SEGURANÇA ALIMENTAR de todos os humanos que habitam este planeta.
Estou copiando este artigo para difundi-lo por todos os meios ao meu alcance.
Com o fraternal abraço e desejos de um Feliz Natal para você e sua Família de
Severino
Bom artigo xiru, como sempre.
ResponderExcluirAb. Alvaro Simon
Continuamos sem dá importância para o usufruto dos bem-estar. Augusto
ResponderExcluirQue maravilha de saudação aos extensionistas. Diogo
ResponderExcluirValeu Marcos. Boas Festas! Lúcia
ResponderExcluirParabéns extensionistas brasileiros. Ronaldo
ResponderExcluirTambém saúdo os extensionistas. eric
ResponderExcluirO Texto é cara do trabalho vibrante do extensionista, muito bom. Antonio
ResponderExcluirSuas colocações sobre bem-estar em Rawls são necessárias e oportunas. Davi
ResponderExcluirSempre com ótimos textos, em especial, esse em homenagem ao extensionista. Edson
ResponderExcluirBoas Festas e que no ano novo continue com seus argumentos visando avançar no usufruto do bem-estar, principalmente dos rurícolas. Fernando
ResponderExcluirentão ao bem-estar com todos. Alice
ResponderExcluirContinue nos prestigiando com seus textos reflexivos sobre a dura vida do agricultor. Benedito
ResponderExcluirUm texto sensível à penúria do agricultor familiar. Eduardo
ResponderExcluirGostei, pois, fiz uma ótima reflexão. Tiago
ResponderExcluirArtigo sempre didático e reflexivo. Silvana
ResponderExcluirOportuno. Guilherme
ResponderExcluirEncerro o ano refletindo sobre o que você escreve. E considero seus textos genuínos e lúcidos. Por fim, parabenizo-o, Vanessa
ResponderExcluirEspero textos ou melhor crônicas nesse excelente nível em 2016. Pedro
ResponderExcluirConcordo com Pedro. Otávio
ResponderExcluir