Marcos Antonio Dantas de
Oliveira
Os jovens rurais (e os
stakeholders), nos espaços públicos e privados e nas redes sociais vêm discutindo, refletindo,
agindo e buscando soluções para os problemas: acesso a terra, crédito, pesquisa
e ater, mercado (nacional e internacional) de produtos in natura ou
beneficiados, subsídio, moradia, segurança pública e jurídica, saúde e educação
de qualidade, BEM-ESTAR; enfim, sobre sua pobreza econômica – pela pouca
geração de renda; sobre sua pobreza social – pelo seu baixo grau de
empoderamento; sobre sua pobreza ecológica – pela degradação dos recursos
naturais, à sobrevivência; e sobre sua pobreza política – pela baixa
participação cognitiva, instrumental e social desses jovens - http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/homicidios-de-jovens-crescem-326-no-brasil-nas-ultimas-3-decadas,486c88c99cdef310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
A compreensão dessas condições
é urgente e necessária para garantir que o usufruto da riqueza privada e da
pública por esses jovens rurais remova os obstáculos ao BEM-ESTAR com todos,
aos bens primários - autoestima, inteligência, imaginação,
saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos (Rawls, 2002).
Ou para os jovens rurais,
continuamos com a leitura malthusiana: um homem que nasce num mundo já
ocupado, se sua família não possui meios de alimentá-lo ou se a sociedade não
tem necessidade de seu trabalho, esse homem, repito, não tem o menor
direito de reclamar uma porção qualquer de alimento: está em demasia na terra.
No grande banquete da natureza, não há lugar para ele. A natureza lhe ordena
que se vá e ela mesma não tardará a colocar essa ordem em execução... (Proudhon,
Tomo I).
Esses fatos chamam atenção pelo
tamanho do despropósito do governo federal, e também dos governos: estadual e
municipal em efetivamente fazer com que as políticas públicas (distributiva,
redistributiva e reguladora) não sejam realizadoras das demandas assentadas
em tantos documentos oriundos das conferências: municipal, estadual, livre,
territorial e nacional (de Desenvolvimento Rural Sustentável, de Ater, e de
Juventude, por exemplo); do Programa Nacional de Habitação Rural; da Política
de Educação do Campo; da Política de Agroecologia e Produção Orgânica; e da
Política de Desenvolvimento do Brasil Rural/PDBR - PLS 258/2010.
O Estado e a sociedade ainda
reconhece-os como um exército de reserva de mão de obra (na construção civil e
hidroelétrica, no corte da cana de açúcar, na colheita da laranja e do café, na
bovino, suíno e avicultura), uma força de trabalho que desloca quase toda sua
mais-valia para setores: financeiro, comercial, industrial e estatal, uma
brutal transferência de renda.
Conta-se nos dedos, os jovens
rurais que têm acesso a terra (e a outros recursos naturais), e muitos outros
estão na condição de comodatário, todos em áreas muito pequenas, com rendas
baixas e instáveis (muitos sem renda); na informalidade; sem saúde pública; em
insegurança jurídica, alimentar e nutricional; analfabetos a alfabetizados
funcionais; enfim, privados dessas capacidades básicas por falta de
oportunidades deixam de exercer suas liberdades fundamentais e cidadania -http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-02-23/16-estados-gastam-menos-do-que-o-minimo-indicado-com-aluno-de-ensino-medio.html
Chega de jovens rurais,
cidadãos de 3ª categoria, por não usufruir dos bens primários
(Rawls). Pois, toda pessoa tem um direito igual ao conjunto mais
extenso de liberdades fundamentais que seja compatível com a atribuição a todos
desse mesmo conjunto (princípio de igual liberdade); as desigualdades de
vantagens socioeconômicas só se justificam se contribuem para melhorar a sorte
dos menos favorecidos da sociedade (princípio de diferença), e são ligadas a
posições que todos têm oportunidades equitativas de ocupar (princípio de
igualdade de oportunidade), anuncia Van Parijs (1997) - O que
é uma sociedade justa?
Aliás, uma sociedade justa deve
estar fundamentada no Desenvolvimento Sustentável como processo dialético, de
desinteresse mútuo, de cidadania igual e de liberdades reais, que compartilhado
pelas diversas categorias [conflito] ao utilizarem, conservarem e preservarem
os recursos naturais, transforma-os em bens e serviços: do autoconsumo ao
mercado, do PIB às rendas [gestão] destinados ao BEM-ESTAR social e ecológico
de todos no presente e no futuro [justiça social].
Em vez de discutirmos maioridade penal, vamos discutir a escassez de oportunidades sociais aos jovens. Chico
ResponderExcluirUm texto bem posto. Carlos
ResponderExcluirBelo artigo xiru. A citação de Proudhon é um grande achado. Álvaro Simon
ResponderExcluirComo sempre enfático e oportuno. Ricardo
ResponderExcluirVocê enxerga bem a dura vida dos jovens rurais, principalmente, bem como encaminha algumas soluções. Vanessa
ResponderExcluirUm chamamento aos jovens para sua importância. Eduardo
ResponderExcluirOs links compuseram bem o texto. Alice
ResponderExcluirComo garantir a sucessão com esse arremedo de reforma agrária? Cássio
ResponderExcluirTirar o governo da zona de conforto é necessário. Gustavo
ResponderExcluirValeu! Diogo
ResponderExcluirAté quando, o desprezo pelos jovens?
ResponderExcluirSempre nos alertando sobre às condições precárias dos jovens rurais. Lúcia
ResponderExcluirSuas citações reforçam o texto e o entendimento fica mais fácil. Mauricio
ResponderExcluirO título não é só sugestivo, é o fato na vida dos jovens. Amélia
ResponderExcluirBem posto. Adilson
ResponderExcluirOportuna sua observação de que uma sociedade justa tem como base a compreensão de que desenvolvimento sustentável está assentado em sobre o que é conflito, gestão e justiça social. Márcio
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