quarta-feira, 31 de julho de 2024

Em livre cooperação proposital

   Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

O 'dono-cooperado’ deve observar no seu negócio, quais forças causam ameaças e quais as solucionam, e assim viabilizar o planejamento, a gestão, a tomada de decisão, para alavancar à liberdade individual do ‘dono-cooperado’ – e argui Charles Howarth, pioneiro da cooperativa de Rochdale: preferia renunciar a todas as suas vantagens, si, para consegui-las, se tivesse de attendar contra o princípio da liberdade”. Um outro detalhe: Rochdale “elegia semestralmente um presidente, um tesoureiro e um secretário” (Holyoake) o recado de Rochdale.

 

Por aqui, via de regra, uma ameaça danosa é o menosprezo do ‘dono-cooperado’ por sua cooperativa, pois a inviabiliza, por não compartilhar a estrutura organizacional – recursos, processos e valores – na formação educativa; na ausência de planejamento e gestão estratégica e de um plano de comunicação interna integrada ao marketing, na baixa credibilidade institucional face a onipresente ética de compadrio; na alta inadimplência e no baixo número de cooperados. Chega de chefe ou condutor, quero um líder que inculque a visão de futuro, a missão, os valores, a proposta de valor do negócio cooperativo naqueles que agem para o insucesso da cooperativa.

 

Anular o menosprezo dos ‘dono-cooperado’ por sua cooperativa é vital. Essa, tem estrutura sistêmica e normas estabelecidas e divulgadas, por isso, o ‘dono-cooperado’ é capaz de solucionar essa problemática: 1) escolher dirigente-líder que compartilhe funções com o ‘dono-cooperado’ para operar seu plano de negócio em rede; 2) usar os princípios ecológicos (o estudo da casa) e econômicos, (o manejo da casa) para garantir que o ‘dono-cooperado’ compartilhe as ferramentas gerenciais no planejamento, gestão e tomada de decisões na execução dos objetivos e metas convergentes; 3) ofertar bens e serviços de qualidade, funcionais, convenientes e confiáveis a preços correntes pelo conceito de valor para o consumidor; 4) alavancar a ética, o ativismo, a prática cooperativa para o êxito do clima e cultura organizacionais na ideia de negócio – visão de futuro, missão, valores.

 

Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos, ‘dono-cooperado’, ”stakeholders” e sociedade que, pela exitosa educação cooperativista realizam suas preferências temporais, individual e coletiva, e suas perspectivas e expectativas, hoje e amanhã. Alegra-os.

 

Apenas, enquanto floresce as normas de conduta justa, há o exercício da liberdade individual; com efeito, o 'dono-cooperado é o construtor da ideia de negócio vis-à-vis à preservação e o uso dos fatores de produção por gestão comprometida com os princípios cooperativistas nos ambientes públicos e privados, crie e compartilhe ciclos virtuosos que gere oportunidades para operar o negócio pela eficiente segurança jurídica e interação: computador-internet-dispositivos móveis de banda larga; pelo aumento poupança e do nível de investimento; pela eficiência, resguarde os recursos naturais, inove nos bens de capital e capacite o 'dono-cooperado' em TIC para impulsionar à prosperidade e o bem viver.

 

Liberdade e segurança, argui Hayek, só pelo exercício do Estado de Direito, que "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento" alavanca o Desenvolvimento Sustentável “quando o indivíduo baseado em seu julgamento de valor e propositalmente em cooperação com outros criam uma organização numa ordem espontânea e ampliada e em pleno Estado de Direito, uma ideia de negócio, utilizam suas capacidades organizacionais para preservar e usar com eficiência os fatores de produção e tributos; transformando-os com eficácia em bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis, satisfazem suas preferências temporais, individual e coletiva, para o bem viver – o Estado da Arte” (Oliveira).

 

E o êxito, diz Bernardes, está na atuação de um (dirigente) líder – aquele que usa a autoridade, o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de  metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação”, para dar soluções às ameaças ao seu negócio – a cooperativa.



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, Engenheiro Agrônomo, articulista da Tribuna Independente e do sabecomquemestafalando.blogspot.com e dirigente sindical.

 

3 comentários:

  1. Pois é, e como você esclarece que o dono-cooperado está sempre em maus lençóis. Ele precisa tomar às rédeas do seu negócio. Toninho

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  2. Oportuno seu comentário sobre o que é desenvolvimento sustentável. Vera

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  3. O dono-cooperado não acredita que a cooperativa é dele. Ele é só cooperado. Humberto

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