segunda-feira, 29 de julho de 2019

Uma associação de homens livres


Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

O menosprezo dos ‘donos-cooperados’ por suas cooperativas as inviabilizam por não compartilharem a estrutura de capacidades organizacional  recursos, processos e valores  na formação educativa (direitos e deveres); pelo não uso da capilaridade horizontal (número de cooperados) e da capilaridade vertical (número de entidades: singular, federada e confederada); pela ausência de planejamento e gestão estratégica e libertária, e de um plano de comunicação integrada de marketing; pela baixa comunicação interna e externa; pela baixa credibilidade institucional; pela onipresente ética de compadrio; e economicamente pela alta inadimplência e pelo baixo número de cooperados e de entidades: singular, federada e confederada; bem como pela falta de líderes que pensem e inculquem a visão, a missão, os valores e a proposta de valor naqueles que agem para o êxito do clima e da cultura organizacionais do negócio cooperativo. Sobretudo para aniquilar o menosprezo dos ‘donos-cooperados’ por suas cooperativas é vital, argumenta Bernardes (2009), a atuação de um dirigente-líder – aquele que usa a autoridade, que é o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de  metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação”.

Os dirigentes e os ‘donos-cooperados’ necessitam compreender e contextualizar o rito e o ritual da governança compartilhada, do planejamento e da gestão estratégica, da produtividade crescente, da oferta e demanda elásticas de produtos e insumos negociados, da eficiência da ideia de negócio e da proposta de valor são ferramentas de promoção da prosperidade do negócio e à garantia de bem-estar à essa geração e às futuras de ‘donos-cooperados’, numa concertação com as instituições inclusivas, como as descrevem Acemoglu e Robinson (2012) – as instituições políticas inclusivas “asseguram a ampla distribuição do poder e restringem seu exercício arbitrário”, já as instituições econômicas inclusivas “geram uma distribuição mais equitativa de recursos, facilitando a persistência de instituições políticas inclusivas” – o Desenvolvimento sustentável, como conceitua Oliveira: um processo, conflitos e alianças, que compartilhado em redes multidimensionais pelos indivíduos em pleno Estado de Direito, utilizam a capacidade organizacional, a ideia de negócio, para preservar e usar os fatores de produção e os tributos, transformando-os em bens e serviços, proposta de valor. do autoconsumo ao mercado para suprir as necessidades e desejos, a expectativa de vida, pelo usufruto dos bens inalienáveis – individualidade, liberdade, propriedade, confiança e felicidade – o Estado da Arte.

De igual maneira se exige das cooperativas como empreendedoras sociais, que elas empreendam um intensivo processo de planejamento, gestão, inovação (incremental ou disruptiva) e estratégia da ideia do negócio, para compartilharem o aprender, o desaprender e o reaprender as complexas relações estatutárias, sociais e éticas e alcançarem um patamar razoável de homogeneidade social. – o estado de Direito – e que segundo Hayek (2010), "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento".

Enfim, uma atuação em rede (sistema) e que com a utilização de tecnologias transformacionais promovam o êxito em suas ações. Convém lembrar, que essas cooperativas têm estatutariamente estrutura sistêmica e inclusiva, por isso, os ‘donos-cooperados’ são capazes de solucionarem essa problemática: (1) ao escolher dirigentes-líderes que compartilhem funções aos associados; (2) ao operar seu plano de negócio em rede, de modo horizontal como vertical; (3) ao reconhecer-se como um sistema aninhado (rede dentro de redes); (4) ao preservar e ao usar os princípios da alfabetização ecológica: rede (sistema aninhado), cooperação, parceria, flexibilidade, diversidade, ciclo, fluxo, desenvolvimento, interdependência, e equilíbrio dinâmico; (5) ao garantir que os ‘donos-cooperados’ compartilhem as ferramentas: especialização e cooperação no planejamento e na execução de objetivos e de metas convergentes; (6) ao alavancar o ativismo, a prática cooperativa, a ética, a gestão libertária, o êxito do clima e da cultura organizacionais – ideia de negócio, visão, missão, valores, proposta de valor –, para aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos, ‘donos-cooperados’, dirigentes e stakeholders, será permanente e continuado; pois, enquanto entidade construtora da ideia de negócio vis-à-vis à preservação e o uso dos fatores de produção por gestão libertária comprometida com os princípios cooperativistas, nos ambientes públicos e privados, criem e compartilhem círculos virtuosos que gerem ofertas e demandas para oportunizar a operacionalização do negócio cooperativo pela segurança jurídica, pela tecnologia de informação e comunicação, pela comunicação integrada de marketing e pela eficiência, resguardem a preservação e o uso dos recursos naturais, inovem nos bens de capital, capacitem de modo continuado e permanente o capital humano e exijam gestão eficiente para ofertarem no mercado, produtos e serviços funcionais, confiáveis, convenientes, preços concorrentes em redes de valor; e, assim, promoverão uma cultura associativista inclusivista nessas cooperativas e na sociedade em geral rumo ao estado da arte da sustentabilidade do cooperativismo e da cooperativa.

Decerto que, as cooperativas como organizações sociais são capazes de promoverem a ideia de negócio, a proposta de valor, a visão de futuro, a missão, os valores e o bem-estar; e a construção de cenários e de tendências num ambiente de negócio em que o êxito está na aplicação dos valores e critérios que os "donos-cooperados", dirigentes e empregados usam para tomar decisões sobre prioridades; e nos métodos pelos quais as pessoas se capacitam para transformar os insumos, energia, materiais, informação e tecnologia em produtos de alto valor e mercadejá-los. “Os donos-cooperados” devem entender quais forças causam ameaças, e quais forças as solucionam, e assim viabilizar o planejamento, a gestão, a tomada de decisão eficientes para aumentar a poupança interna e o nível de investimemto; usar a conectividade e a complexidade da interação: computador-internet-dispositivos móveis de banda larga; usar a educação cooperativista para ofertar e consumir produtos e serviços de qualidade a preços concorrentes; e alavancar à liberdade de muitos e da cooperativa, como argumentou Charles Howarth, um dos pioneiros de Rochdale (HOLYOAKE, 2003): “preferia renunciar a todas as suas vantagens, si, para consegui-las, se tivesse de attendar contra o princípio da liberdade”.

É o ‘dono-cooperado’ que ao usufruir dos bens primários propostos por Parijs (1997), Rawls (2002) e Oliveira (2013) – individualidade, liberdade, posse, confiança e felicidade pode e deve usar suas habilidades e comtetências para revolucionar ou reformar o ativismo, a prática cooperativista, a estrutura de custos, a capacidade organizacional recursos, processos e valores , e a tomada de decisão para dar soluções às ameaças ao seu negócio, a cooperativa; e entregar o resultado econômico e social prometido alavanca o estado de Direito, o mercado [estabelecido e novo] e suas redes de valor, o desenvolvimento sustentável, o estado da arte.  













14 comentários:

  1. Gostei muito da sequência de artigos sobre cooperativismo. Ao tempo em que nos revela as ameaças e soluções. Toninho

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  2. Quão distante está as cooperativas de práticas que garantam a prosperidade aos associados. Artur

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  3. Esse alerta sobre o que é estado de Direito é muito importante. Vamos praticá-lo. Stella

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  4. É fato a atuação do cooperado está longe de exercer seu papel de dono da cooperativa. Elias

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  5. Se perguntar a muita o que é estado de direito, a maioria não sabe e por não sabe perder espaço nas políticas públicas. Casemiro

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  6. Vou ler sobre estado de Direito. Tamires

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  7. Oportuno o conceito sobre Desenvolvimento sustentável. Djalma

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  8. Excelente texto. Pois entender os conceitos: estado de Direito e Desenvolvimento sustentável é agilizar a atuação das pessoas em prol do bem-estar. Mauricio

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  9. É de fato um excelente texto. Alice

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  10. O conceito de líder também vigora o texto. Josa

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  11. Reflexivos. Por isso, continuo lendo seus textos. Parabéns. Vanessa

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  12. Esclarecedor e instigante. Otávio

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  13. Bom texto. Fica claro que a ineficiência administrativa inviabiliza as atividades das cooperativas. Essa ineficiência ocorre devido a diversos fatores como o autor bem colocou, contudo com melhores práticas desde uma melhor escolha do dirigente-lider que entenda a prática da governança compartilhada a adoção de tecnologias transformacionais promovam o êxito em suas ações, sempre buscando a sustentabilidade.

    LUIZ EDUARDO

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