Marcos Antonio
Dantas de Oliveira[1]
...num mundo já ocupado, se sua família não possui meios de
alimentá-lo ou se a sociedade não tem necessidade de seu trabalho, esse homem,
repito, não tem o menor direito de reclamar uma porção qualquer de alimento:
está em demasia na terra. No grande banquete da natureza, não há lugar para
ele. A natureza lhe ordena que se vá e ela mesma não tardará a colocar essa
ordem em execução...” (PROUDHON, Tomo I, p.65); ou o homem corrupto
cumprirá essa execução ao apropriar-se do Estado, por exemplo, em Alagoas, desviando recursos públicos o “Canal do Sertão foi fatiado para facilitar
propina” [http://novoextra.com.br/outras-edicoes/2017/918] – Operação Lava-Jato.
Decerto
que o sistema capitalista ora vigente baseia-se numa ética, em que os
atores evoluem e se comportam de modo a assegurar o fluxo da vida
capitalista pelo descumprimento do código de preservação e uso dos recursos
naturais para a produção
e o consumo de uns pouquíssimos ricos – apropriação e acumulação de riquezas
para reprodução do capital - http://g1.globo.com/economia/noticia/oxfam-critica-concentracao-indecente-de-riqueza-no-mundo.ghtml
E
por danos sociais e patrimoniais causados pelo alto imposto regressivo, pela
pouca riqueza privada de muitos e pela corrupção e impunidade; esses danos são
abrandados pela ética de compadrio e pela hipnótica mídia geradas, executadas e
fiscalizadas pelos “príncipes”[no legislativo, executivo, judiciário e nas
empresas] que, ao apropriarem-se do Estado aumenta exponencialmente o mal-estar
à grande maioria da população, principalmente, dos beneficiários da Lei
11.326/2006 [agricultores e extrativistas familiares], suas famílias e suas
crianças - http://especiais.g1.globo.com/politica/2017/lava-jato/delacao-da-odebrecht/
Não
obstante esse sistema
continua produzindo muita riqueza privada e pública. E mesmo com o PIB mundial
em torno de 90 trilhões de dólares, o fosso entre pobres e ricos é brutal
e crescente; porquanto, é um acinte que essa riqueza gerada continue aumentando
a desigualdade em todos os aspectos da vida circular de homens e mulheres em
qualquer quadrante terrestre, esteja sobre a prática do ensinamento de
Maquiavel – “aquele que promove o poder de um outro perde o seu...” – no Brasil,
Maquiavel impera - https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/02/24/deputados-de-alagoas-aumentam-o-proprio-salario-para-r-25-mil.htm
Nesse sentido, não há nenhuma
razoabilidade no excesso de bens de uns poucos e na carência de bens de muitos,
já observava o filósofo Aristóteles. Aliás, a concentração de renda e de poder
gerou um colonialismo ambiental grave, exercido pelos ricos sobre os pobres.
Nunca os problemas ambientais foram tão graves – o homem
assume-se como “um fazedor de desertos” [Euclides da Cunha: Os
Sertões] – as dimensões são globais. Nunca a liquidação das culturas
tradicionais foi tão perversa e global.
E continua prevalecendo, esse projeto
e prática senhorial sobre os recursos naturais e os tributos, usurpando os interesses
da grande maioria dos povos, dos beneficiários da Lei 11.326/2006, suas
famílias, suas crianças e, como resultado: os insustentáveis estilos de
vida desses beneficiários comprometem os estilos de vida das futuras gerações.
Indigne-se!! Expie-se para reparar e ou erradicar o fosso social, econômico, ecológico e
patrimonial entre os que usufruem muito e os que usufruem poucos dos bens
primários propostos por Rawls [autoestima,
inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza,
liberdades, direitos].
Ora para o rico, ora para o pobre o uso e a preservação dos recursos naturais, do
patrimônio imaterial e dos tributos, em geral, é trabalhado numa visão de que o
custo de oportunidade deve estar em conformidade com a ética capitalista. E
dessa lógica nenhum trabalhador, nenhum servidor público de renda baixa, nenhum
beneficiário da Lei 11.326/2006 tem escapado.
Aliás, essas
categorias em seus hábitats sofrem acossamento por parte de uns poucos inclinados
a instituir, cada vez mais, novas prerrogativas em detrimentos dos seus modos
de produção, consumo e entretenimento tão degradantes aos potenciais ecológicos
e valores culturais - ”a pressão da sociedade sobre o indivíduo pode voltar,
sob uma nova forma, a ser tão grande quanto nas comunidades bárbaras, e as
nações irão se vangloriar, cada vez mais, de suas realizações coletivas em
detrimento das individuais”, diz Bertrand Russel.
Como prosperar
em bem-estar: se o usufruto dos bens primários propostos por Rawls [autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor,
oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos], o uso dos bens naturais e
tributos estão sob o jugo do “príncipe”?
“É absurdo e contraditório que o Soberano se dê um superior; obrigar-se a
obedecer a um senhor é entregar-se sob plena liberdade”, argumentava Rouseau,
1762.
[1]
Mestre em Desenvolvimento Sustentável, engenheiro-agrônomo,
membro da Academia Brasileira de Extensão Rural/ABER,
professor da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL, diretor do
SINDAGRO Blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
Continua nos oferecendo uma boa leitura. Ricardo
ResponderExcluirAtualíssimo!
ResponderExcluirPode ser o dia [1 de abril]da mentira, todavia, nada é tão verdadeiro como tal texto. Edson
ResponderExcluirQualquer notícia de Jornal ou internet tem repercussão neste texto. Aldo
ResponderExcluirO Brasil de hoje está tão atual como o mundo de PROUDHON. Alice
ResponderExcluirVamos ressuscitar Rouseau. Carlos
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComentar a falta de compreensão sobre a atribuição do cidadão sobre a fiscalização dos impostos e recursos naturais, daí a corrupção. Ana
ResponderExcluirReclamamos muito e agimos pouco para mudar essa situação. Gil
ResponderExcluirVamos acordar!! Artur
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