Álvaro
Simon[1]
Marcos Antonio
Dantas de Oliveira[2]
Você sabe o que come? Você sabe
quem produz a comida que chega à nossa mesa? A agricultura familiar, camponesa
e indígena produz 70% dos alimentos consumidos no mundo. Estes
trabalhadores(as) representam um terço da humanidade e 90% de todos os
estabelecimentos agropecuários. No Brasil, representam 84% dos estabelecimentos
e 24% da área cultivada, empregam 74% da mão de obra na agropecuária. Em
Alagoas, cerca de 95 mil estabelecimentos têm até 10 hectares; assim, a grande
maioria dos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais brasileiros não consegue empreender, inovar e agregar valor aos produtos e serviços para promover bem-estar, dignidade à
suas famílias pelo usufruto
dos bens primários – autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor,
direitos, liberdades e oportunidades, renda, riqueza.
A Agricultura Familiar consiste em um meio de organização das
produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola que são
gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mão de
obra familiar, tanto de mulheres quanto de homens. A família e a exploração
estão vinculadas, coevoluem e combinam funções econômicas, ambientais,
reprodutivas, sociais e culturais. Por isso, ao falarmos de Agricultura
Familiar, beneficiários da Lei 11.326 – Lei da Agricultura Familiar e dos
Empreendimentos Familiares Rurais, também nos referimos aos pescadores
artesanais, pastores, quebradeiras de coco, catadoras de mangaba, fundo de pasto, faxinais, recolectores, trabalhadores sem terra e as comunidades
indígenas.
A
importância desse setor para o desenvolvimento sustentável das nações é
incontestável, a par disso a Assembleia Geral da ONU aprovou por unanimidade a
celebração do “Ano Internacional da Agricultura Familiar, em 2014” (AIAF-2014).
O lançamento oficial aconteceu no dia 22 de novembro de 2013, na sede da ONU em
Nova York. No Brasil, cabe ao comitê coordenado pelo o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) planejar, propor, promover, articular e organizar
as atividades do AIAF.
O Comitê Consultivo Mundial (CCM) do AIAF, composto pela
sociedade civil, reunido em Bruxelas, no dia 28 de novembro de 2013, definiu
como temas centrais: a importância da aliança local, regional e internacional
por terra, alimentos saudáveis e trabalho decente; agricultores(as) familiares
organizados, mas com atitude autônoma; direito ao trabalho na terra, ao mercado
local e à organização; direito a uma educação permanente, técnica e específica
para o campo.
Segundo a Contag, ao trabalhar esses conteúdos, as representações presentes na reunião chegaram à conclusão que os atores fundamentais do AIAF são as mulheres e a juventude. As mulheres devido à sua atuação, principalmente no tema da agrodiversidade e a juventude porque, em vários países, estão saindo do campo por falta de oportunidade. Em outros, estão voltando com proposições de qualidade, inclusive de novas tecnologias agrícolas, pesquisas e extensão rural. Com isso, o tema da sucessão rural será aprofundado, e nada melhor do que colocar esse público em evidência durante o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Segundo a Contag, ao trabalhar esses conteúdos, as representações presentes na reunião chegaram à conclusão que os atores fundamentais do AIAF são as mulheres e a juventude. As mulheres devido à sua atuação, principalmente no tema da agrodiversidade e a juventude porque, em vários países, estão saindo do campo por falta de oportunidade. Em outros, estão voltando com proposições de qualidade, inclusive de novas tecnologias agrícolas, pesquisas e extensão rural. Com isso, o tema da sucessão rural será aprofundado, e nada melhor do que colocar esse público em evidência durante o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Contudo,
a intensa participação da Agricultura Familiar na economia dos países, não
esconde a realidade de um mundo rural ainda marcado pela pobreza. No Brasil,
quase metade dos 24 milhões de miseráveis vivem no meio rural. Por tudo isso, o
AIAF 2014 tem o objetivo de reposicionar a
Agricultura Familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais, econômicas e
sociais nas agendas nacional e internacional, identificando maneiras eficientes
de apoio, para que toda pessoa tenha direito igual a um conjunto mais extenso de
liberdades fundamentais.
Em tempo:
FAPER RECEBE HOMENAGEM NO PARLAMENTO CATARINENSE
No dia 21 de maio de 2014, a Faper e outras entidades ligadas à
Agricultura Familiar, entre elas a Epagri, foram homenageadas pela Assembleia
Legislativa de Santa Catarina (ALESC) por proposição do Deputado Dirceu Dresch. Esse evento faz parte das comemorações do Ano [2014] Internacional da Agricultura
Familiar, declarado pela Assembleia Geral da ONU.
A homenagem é um reconhecimento da ALESC pela forma como a Faper vem
colaborando na luta por direitos e na formulação de políticas públicas em
benefício dos Agricultores Familiares de Santa Catarina. A Faper foi
representada pelo seu Coordenador de Políticas Institucionais, Álvaro Simon.
A diretoria da Faper considera que esse é um prêmio de todos trabalhadores
da pesquisa e extensão rural catarinense e suas organizações, que se dedicam
àqueles que mais necessitam.
Publicado pela Tribuna Independente, Maceió/Alagoas
Publicado pela Tribuna Independente, Maceió/Alagoas
[1] Engenheiro Agrônomo, Doutor Interdisciplinar em Ciências Humanas,
Coordenador Regional Sul da FASER. Analista de Pesquisa e Extensão Rural da
EPAGRI /CEPA. simonlagoa@gmail.com
[2] Engenheiro
Agrônomo, mestre em Desenvolvimento Sustentável, membro da Academia Brasileira
de Extensão Rural/ABER, extensionista da EMATER/CARHP, professor da
Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL
Precisamos intervir mais em favor da agricultura familiar, se não ela continua minguando. Toninho
ResponderExcluirNeste Ano Internacional da Agricultura Familiar vamos expor a situação de penúria da grande maioria dos agricultores, sem cidadania e liberdades, sem terra e sem renda, sem vida digna. Oto
ResponderExcluirMarcos Dantas, Parabéns pela síntese do bom texto.
ResponderExcluirUm abraço,
Verneck
Valeu pelo oportuno texto, Álvaro e Marcos. Carlos
ResponderExcluirA agricultura familiar estar bem só nos discursos dos governos. Mauricio
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