Marcos Antonio Dantas de Oliveira
Solape os pecados capitais [gula,
inveja, preguiça, ira, soberba, avareza, luxúria], o egoísmo – “Mendicância
cresce em período natalino” [1].
E erradicá-los: é protagonizar, é cooperar, é ajudar a promover convicções,
responsabilidades e estratégias que garantam a reciprocidade como fator
indivisível para o desenvolvimento das pessoas e das comunidades.
Celebre a vida! Este objetivo é
alcançado se sustentado pelo sentimento de pertencimento a um lugar – como os
povos da floresta; pelo sentimento existencial – como a mãe que amamenta sua
filha; pelo sentimento de solidariedade – por laços afetivos; e pelo sentimento
de cooperação – por ajuda mútua nas relações sociais.
Esses sentimentos são encontrados
com intensidade e riqueza na vida rural dos povos e comunidades tradicionais,
dos agricultores e extrativistas familiares, e de outros rurícolas que
[re]construindo esses ambientes, ora de aproximação com as pessoas, fazem-nas
reviver em si. Daí a origem e a opulência do caráter emancipador, conservador e
utópico dessas categorias em sustentar e satisfazer-se em seu labor, em sua
ação para demandar os prazeres materiais, culturais, lúdicos e espirituais. Nas
comunidades rurais, o Natal é comemorado com rituais próprios, que dão uma
conotação vigorosa aos seus modos de vida, assim pressupõe a existência de
relações sociais [e religiosas com fervor] e ecológicas [com a natureza e seus
mitos] intra e intergeracional.
Esse modo de vida não é somente
uma ação normativa em si; é um estado de [da] vida. É renovado pelo diálogo das
famílias e das pessoas como entre elas. Do autorrespeito das pessoas e
comunidades pela decisão de cumprir princípios e responsabilidades; da
predisposição em renovar essas atitudes e comportamentos; e da boa vontade
dessa geração em garantir a identidade, a história e os valores culturais dos
povos sob a guarda dos princípios ecológicos exaltados por Capra (2002);
indagar qual a nossa disposição para partilhar o uso e o não uso dos recursos e
serviços naturais: a produção, o consumo, o lazer aos presentes; e assegurar
também às futuras gerações vida saudável.
E na esfera pública, ao exercitar
à cidadania igual, apropriar-se dos benefícios e encargos da cooperação social.
E ao dialogar com os valores, crenças e tradições, a cultura local encontra
indagações e respostas criativas para superar o desejo utilitarista de uma
cultura global em produzir bens e serviços em volumes que ninguém terá tempo de
consumi-los; e assim diminuir o fosso entre aqueles que têm as condições
materiais e imateriais para realizar suas demandas e desejos, e àqueles
desprovidos dos bens primários [riqueza, autoestima, liberdade, felicidade...]
pelo difícil acesso à riqueza, privada e pública [inclusive aos tributos].
Assim, o homem e a mulher vão se
definindo por sua capacidade de libertar-se, por sua história, por sua
inquietação moral, e por aperfeiçoar-se ao longo da vida; eles, no particular e
no universal, contemporizam-se para encontrarem-se na história. E ao escrevê-la
revive, vive o dia a dia, garante sua continuidade.
Aliás, no período natalino, nesta
festa cristã, a história da humanidade é recontada e atualizada com o intuito
de iluminar o coração e a mente para o exercício da boa vontade; como auxiliar
no enfrentamento de conflitos, ora pelos atos de brutalidade, indiferença e
corrupção como pelo trabalho de crianças e adolescentes nas carvoarias, lixões,
prostituição etc.; das relações indigestas entre os credos; entre o bilionário
e o que não tem o tostão ou pouco tostão; como de si para si.
Esses conflitos confirmam: “o
homem desacomodado não é mais do que um pobre animal, nu e dividido”, diz o Rei
Lear [Shakespeare]. Ignorá-lo ou fingir ignorá-lo é forjar as relações consigo,
a natureza e o mundo.
Celebre o nascimento de Cristo!
Celebre no encontro entre as pessoas, as virtudes [Caridade, Castidade,
Diligência, Humildade e Generosidade]! Celebre o amor! Celebre a vida!
E Boas Festas, aos rurícolas, aos
agricultores, aos extrativistas [...quilombolas, quebradeiras de coco, caboclos
e índios] e aos citadinos.
Publicado pela Tribuna Independente, Maceió - Alagoas, 2012
Ler este artigo no Natal me fez entender quão precisamos exercer a liberdade individual e a cidadania para avançar no nosso bem-estar. mauricio
ResponderExcluirSensível para este período natalino. Vanessa
ResponderExcluirVocê é o cara! Toninho
ResponderExcluirMuito obrigado Marcos, desejo-lhe e toda sua família boas festas e um 2013 de muita inspiração e realizações, pois, seus artigos revelam e direcionam os leitores para conhecerem a realidade cotidiana dos menos favorecidos e desprotegidos de ações governamentais, que trbalhemos para mudar esta realidade de promesas e ações de politicos inescrupulosos em os pobres estão cada dia com menos recursos naturais, materiais, morais entre tantos outros.
ResponderExcluirUm forte abraço. Pedro Soares
Obrigada amigo.Felizes Festas!
ResponderExcluirMaria da Conceição da Silva
Marcos tenha um próspero Ano Novo. Manoel
ResponderExcluirHá tantos a precisar de Boas Festas. Gabi
ResponderExcluirAno de luta camarada, mas de muita felicidade.
ResponderExcluirAb.
Alvaro simon