quinta-feira, 31 de julho de 2025

O "dono-cooperado" e seu negócio privado

         Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

O 'dono-cooperado’, ora pois, deve observar no seu negócio, quais forças causam ameaças e quais as solucionam, e assim viabilizar o planejamento, a gestão, a tomada de decisão, para alavancar sua liberdade individual – e argui Charles Howarth, pioneiro de Rochdale: preferia renunciar a todas as suas vantagens, si, para consegui-las, se tivesse de attendar contra o princípio da liberdade”. 

Um outro detalhe: Rochdale “elegia semestralmente um presidente, um tesoureiro e um secretário”.

Por aqui, via de regra, uma ameaça danosa é o menosprezo do ‘dono-cooperado’ por sua cooperativa, pois a inviabiliza por não compartilhar a estrutura organizacional – recursos, processos e valores – na sua formação educativa; no baixo número de cooperados, alta inadimplência e fracasso do edital de convocação com baixo número de presentes; na baixa credibilidade institucional face a onipresente relação de compadrio; na ausência de planejamento, gestão estratégica e de um plano de comunicação interna integrada ao marketing; enfim, é presidida por um dirigente-chefe, aquele que troca favores.

Então anular o menosprezo dos ‘dono-cooperado’ por sua cooperativa é vital. Essa, tem estrutura sistêmica e normas estabelecidas e divulgadas, por isso, o ‘dono-cooperado’ é capaz de solucionar essa problemática: 1) usar os princípios ecológicos (o estudo da casa) e econômicos, (o manejo da casa) para garantir que o ‘dono-cooperado’ use as ferramentas gerenciais no planejamento, gestão e tomada de decisões na execução dos objetivos e metas convergentes; 2) ofertar bens e serviços de qualidade, funcionais, convenientes e confiáveis a preços correntes pelo conceito de valor para o consumidor; 3) alavancar a ética, o ativismo, a prática cooperativa para o sucesso da ideia de negócio – visão de futuro, missão, valores; e 4) escolher dirigente-líder que compartilhe funções com o ‘dono-cooperado’ é salutar para operarem um plano de negócio exitoso. Tal êxito está na atuação do dirigente-líder – aquele que usa a autoridade, para o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de  metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação” (Bernardes).

Apenas, enquanto floresce as normas de conduta justa e governo limitado, há o exercício da liberdade individual. Liberdade e segurança, argui Hayek, só pelo exercício do Estado de Direito, que "significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento".

Nesse sentido, o Estado de Direito possibilita alavancar o Desenvolvimento Sustentável  que se dá quando “o indivíduo que baseado no seu juízo de valor age numa ordem espontânea e no exercício do Estado de Direito cria uma ideia de negócio, e em cooperação com outros, escolhem satisfeitos suas preferências temporais, individual e coletiva, hoje e amanhã; por certo, usam suas habilidades e competências para preservarem e utilizarem com eficiência os fatores de produção, bens de capital e tributos, transforma-os bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis, e com eficácia, oferta-os aos consumidores para bem viverem seus valores”.

Os 'donos-cooperados’, logo, são os construtores da ideia de negócio vis-à-vis à preservação e o uso dos fatores de produção por gestão baseada nos princípios cooperativistas e gerenciais nos ambientes públicos e privados, criem e partilhem ciclos virtuosos que gerem oportunidades para seu negócio pela ágil interação: computador-internet-dispositivos móveis de banda larga; pelo aumento poupança e nível de investimento; pela eficiência, resguardem a segurança jurídica, os recursos naturais e inovem nos bens de capital; capacite-os para que sua visão de futuro, missão e valores impulsionem seu negócio, à prosperidade e o bem viver dos ‘donos-cooperados’, stakeholders e outros, podem alegrá-los.



[1]  Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, jornalista, dirigente, articulista da Tribuna Independente Maceió e do sabecomquemestafalando.blogspot.com

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