Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]
É o caso de quase 03 milhões de beneficiários da lei 11.326/2006,
doravante, agricultores familiares brasileiros, e de 82 mil em Alagoas. Estes consumidores
de bens e serviços que ganham até três salários mínimos, são os que mais
pagam impostos (principalmente o ICMS) e a dívida pública do Estado. Por certo, esses 03 milhões são os mais
atingidos pela compulsão governamental que arrecadou mais de 3,6 trilhões
em tributos, em 2024. Por volta da metade deles
têm renda
de até 0,5 salário mínimo, têm uma vida desconfortável, não poupam nem consumem.
E os agricultores familiares e seus diversos tipos, que usam a enxada, o
arado tração animal, ou alguma tecnologia de médio conteúdo, algumas práticas
conservacionistas, e muita mão de obra, inclusive a infanto-juvenil
[analfabeta e desqualificada], basicamente produzindo para o autoconsumo,
enquanto o excedente por hectare vai para o mercado interno e próximo da
propriedade; vendem aos poucos atravessadores. À vista disso, são poucos os
agricultores que conseguem vendê-la ao governo. Aliás, os agricultores não são
formadores de preços.
É uma agricultura onde a baixa produtividade de todos os fatores é resultante do "caráter estrutural da ‘brecha camponesa’ no sistema escravista, com sua lógica subjacente" (Cardoso). É um agricultor minifundiário que continua sem acesso a terra, titulação, crédito rural, inovação, educação, lucro, à felicidade, e outros dispositivos sociais e econômicos. Este agricultor tem baixo poder aquisitivo, tampouco tem capital disponível para repor os bens de capital usados no seu negócio agropecuário, e é assistido pelo ineficiente serviço de pesquisa agropecuária e de extensão rural e assistência técnica/ATER, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Ademais, por não acumular, nem poupar capital pratica uma agricultura por necessidade. Que escolha tem?
Nos Estados Unidos em Charles City, Virgínia, o agricultor David Hula colheu 651 sacos de milho por hectare -https://www.canalrural.com.br/agricultura/agricultor-colhe-651-sacas-de-milho-por-hectare-e-bate-recorde/
Outrossim, é comum a relação de compadrio entre o governo, as representações dos agricultores e os skateholders, quando atuam como instituições extrativistas (quando econômica, incapaz de incentivar as pessoas a poupar, investir, inovar e consumir; e quando política, concentra o poder nas mãos de poucos). E é baixa participação do agricultor e suas representações nas audiências públicas sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) e outras. O agricultor tampouco consegue aniquilá-las – está de cócoras no sol.
O indivíduo espoliado, legalmente ou não, vivencia ao tempo o mundo intelegível e o mundo sensível. Que por certo é espoliado devido sua baixa escolaridade; o não uso da interação computador- internet- dispositivos móveis; a fragilidade institucional e organizacional do Estado; o corporativismo e ativismo dos servidores públicos; o irresponsável aumento do gasto, e déficit públicos e da carga tributária; as dificuldades para aplicar a política de pagamentos dos serviços ecossistêmicos aos danos ambientais em sua propriedade; e o descaso com a política compensatória; o alto risco da atividade agrícola por fenômenos climáticos; o aviltamento de preços; o seguro agrícola de baixa cobertura; a logística ruim; a impossibilidade de lucrar com os parcos bens de capital que aumentam o custo final de um bem e de um serviço; e a insuficiência de recursos humanos e financeiros à pesquisa agropecuária e à ATER, afeta-lhe no consumo de bens e serviços.
Que falta faz, sobretudo, um sistema (e uma empresa pública) nacional estatal de pesquisa agropecuária e ATER, que planeje e geste os recursos financeiros e humanos, e
capacite seus servidores e os agricultores assistidos, ora pela presença de
mais de 03 milhões de agricultores, engenheiros agrônomos e outros
profissionais que intercambiando inovações, impulsionam seu poder de compra e suas vidas.
Todavia, os governos (federal, estadual, distrital e municipal) necessitam oportunizar a participação da grande maioria dos agricultores familiares pela ótima qualidade do serviço de pesquisa agropecuária e ATER no banquete da abundância, pois, o Brasil produzirá uma safra de grãos de 328 milhões de toneladas, Conab 2025.
E para romper o caos estabelecido, o indivíduo ético necessita pensar, dialogar e agir, para que de maneira resoluta, possa afiançar uma lei que proteja o direito individual em legítima defesa, ao abrir mão voluntariamente de suas preferências temporais, individual ou coletiva, hedônica e eudaimônica, no presente e no futuro; via, instituições inclusivas, quando políticas, assegurar-lhe o Estado de Direito e, quando econômicas, estimula-os a poupar, investir, inovar, consumir e confiar. E estas instituições, logo, se multiplicam baseadas numa ordem espontânea e ampliada com normas de conduta justa, normas específicas e democracia limitada; onde o indivíduo usa seus conhecimentos, habilidades, virtudes e atitudes para decidir seus interesses, mas, sem intervir nos domínios dos outros.
Leve-o à liberdade, ao afeto, ao bem viver.
[1] Mestre em Desenvolvimento
Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal,
Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com
Como sempre colocar o indivíduo em posição destaque. Parabéns! Vanessa
ResponderExcluirPor certo sua observação sobre o estado de pobreza dos agricultores é oportuna. Rita
ResponderExcluirO texto expõe claramente falhas estruturais na gestão dos recursos públicos destinados à agricultura familiar, com falta de planejamento e coordenação que limita a inovação e produtividade dessas famílias. A pouca participação dos agricultores nas decisões reforça um modelo centralizador que atrasa o desenvolvimento. É essencial adotar práticas gerenciais transparentes e responsáveis, promovendo o fortalecimento desses produtores para resultados mais justos e sustentáveis.
ResponderExcluirMaria Gabriela Araújo Ferreira - Administração UNEAL
ResponderExcluirEste texto reflete sobre a resiliência humana diante das adversidades. Para um administrador, essa perspectiva é vital, pois a capacidade de liderar equipes em tempos desafiadores e manter a motivação organizacional é fundamental para o sucesso sustentável.
Raissa Alves da Silva - 2º Administração UNEAL
ResponderExcluirComo futuro administrador, entendo que o artigo revela o abandono dos agricultores familiares, que sustentam parte da economia, mas vivem sem acesso a recursos básicos. Trabalham muito, pagam impostos altos e recebem pouco em troca. Falta presença efetiva do Estado com políticas públicas justas, assistência técnica e inclusão real. O problema não é só econômico, é humano. Precisamos valorizar quem produz com dignidade.
Jéssica Mônica dos Santos Silva/ Curso: Administração/ Matéria: Sociologia
ResponderExcluirO texto denuncia a situação crítica dos agricultores familiares, especialmente os de baixa renda, que mesmo sendo grandes pagadores de impostos vivem sem acesso adequado a terra, crédito, inovação, educação e serviços públicos de qualidade. Sua produção é de baixa escala e voltada ao autoconsumo, com pouco alcance de mercado. A falta de políticas públicas eficazes, pesquisa agropecuária e assistência técnica agrava a exclusão produtiva e social desses trabalhadores. A relação entre governo e representações do setor é marcada por compadrio e ausência de participação democrática. Para superar esse cenário, o texto propõe um modelo baseado em ética, instituições inclusivas e liberdade individual para garantir desenvolvimento sustentável e bem viver.
O texto chama atenção para a dura realidade dos agricultores familiares, que mesmo sendo maioria e sustentando parte da economia, vivem em condições precárias e com pouco apoio real do Estado. Como futuro administrador, percebo o quanto políticas públicas mal estruturadas e instituições extrativistas impactam negativamente a produtividade e o desenvolvimento desses pequenos produtores. Faltam incentivos, acesso a crédito, inovação e infraestrutura, o que limita seu crescimento e poder de consumo. É fundamental repensar a gestão pública e criar mecanismos inclusivos que garantam oportunidades reais para esse grupo.
ResponderExcluirO texto aborda a difícil realidade dos agricultores familiares brasileiros, que enfrentam baixa produtividade, falta de acesso a crédito, tecnologia e políticas públicas eficientes, além de alta carga tributária. Esses produtores, essenciais para o mercado interno, são marginalizados por instituições extrativistas e pela fragilidade da assistência técnica (ATER). Como administrador, vejo a necessidade de **políticas inclusivas**, como um sistema público robusto de pesquisa e extensão rural, além de incentivos econômicos que estimulem poupança, inovação e redução de burocracias. A solução passa por **instituições transparentes** e participação ativa dos agricultores na construção de políticas, garantindo desenvolvimento sustentável e equidade.
ResponderExcluirO artigo evidencia, além da falha estrutural do Estado em relação aos agricultores familiares, a manutenção de uma relação de dependência, resultante da ausência de políticas públicas eficazes voltadas à inclusão produtiva, ao acesso ao crédito rural, à infraestrutura adequada e à tecnologia. Essa omissão contribui para a perpetuação da baixa produtividade e para a incerteza quanto ao futuro desses produtores, dificultando sua autonomia e sua inserção plena na economia de mercado. Nesse contexto, torna-se fundamental que o Estado promova políticas de incentivo à capacitação, à inovação e adote uma gestão pública orientada ao desenvolvimento sustentável, à justiça social e à valorização da agricultura familiar como vetor estratégico de desenvolvimento.
ResponderExcluirUniversidade Estadual de Alagoas,
Jamylle Vitória Tavares dos Santos
Disciplina: Ética nos Negócios
O texto me faz entender que os agricultores familiares enfrentam muitas dificuldades, como falta de recursos, baixa produtividade e pouca participação nas decisões que os afetam. Percebo que a estrutura atual os mantém vulneráveis e excluídos, apesar da importância que têm para a economia. O texto me passa a ideia de que é fundamental fortalecer a assistência técnica e a pesquisa para melhorar essa realidade. Também reforça a importância da liberdade individual, da responsabilidade e de instituições justas para promover o bem viver. Fico consciente da necessidade de um Estado mais eficiente e inclusivo para apoiar esses trabalhadores.
ResponderExcluirGleyce Kelly dos Santos/ Administração/ Ética nos negócios
O artigo revela a dura realidade vivida por milhões de agricultores familiares, marcados pela baixa renda, falta de acesso a tecnologias e políticas públicas eficientes. Mesmo sendo grandes pagadores de impostos, esses trabalhadores continuam à margem do desenvolvimento, submetidos a estruturas ineficientes e pouco representados nas decisões políticas que afetam diretamente suas vidas. Além da precariedade nos serviços de assistência técnica e pesquisa agropecuária, muitos ainda enfrentam exploração de atravessadores e insegurança nos preços, o que impede a melhoria de suas condições. Para mudar esse cenário, é fundamental investir em instituições sólidas e inclusivas, garantindo oportunidades reais para esses indivíduos prosperarem com dignidade, liberdade e acesso ao bem viver.
ResponderExcluirAlessandra Domingos da Silva
Disciplina: Ética nos Negócios
UNEAL – Universidade Estadual de Alagoas
Este texto evidencia a difícil realidade dos agricultores familiares brasileiros, que enfrentam altos impostos, baixa produtividade, falta de acesso a recursos essenciais e uma estrutura de apoio ineficiente. Como futuro administrador, é fundamental compreender a importância de políticas públicas que promovam a inclusão, a inovação e o fortalecimento dessas comunidades, por meio de uma gestão eficiente e de uma pesquisa agropecuária estatal robusta. Incentivar a participação dos agricultores nas decisões e oferecer suporte técnico e financeiro pode transformar esse cenário, promovendo maior autonomia, produtividade e bem-estar. A busca por um sistema mais justo e sustentável depende de ações que respeitem a liberdade individual e promovam o desenvolvimento econômico e social de forma equilibrada.
ResponderExcluirElaine Amaro dos Santos
Disciplina: Ética nos Negócios
UNEAL – Universidade Estadual de Alagoas
Miquéias Melo da Silva
ResponderExcluirDisciplina: Ética nos Negócios - 2025.1
UNEAL - Universidade Estadual de Alagoas
Compreendo que o artigo denuncia o abandono histórico e estrutural dos agricultores familiares, que vivem à margem do desenvolvimento econômico e institucional, submetidos a um sistema tributário injusto e a políticas públicas ineficazes. A baixa produtividade, falta de acesso a crédito, tecnologia e assistência técnica refletem um modelo extrativista que não promove inovação nem autonomia. É urgente a criação de instituições inclusivas e eficientes, especialmente em pesquisa agropecuária e ATER, que deem suporte técnico e organizacional aos pequenos produtores. Somente com participação ativa, justiça fiscal e respeito ao Estado de Direito será possível romper esse ciclo de exclusão e construir um ambiente próspero e sustentável.
Iasmin Vieira Santos Melo
ResponderExcluirDisciplina: Ética nos negócios
Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL
O texto fala sobre as dificuldades dos agricultores familiares brasileiros, que, por mais que paguem altos impostos, vivem com baixa renda, pouca assistência e exclusão de políticas públicas eficazes. A baixa produtividade e falta de acesso a crédito, inovação e terra agravam a situação. O Estado falha ao não investir em pesquisa agropecuária e assistência técnica adequadas. Para que as coisas sejam diferentes, é falado sobre a participação ativa dos agricultores e a criação de instituições inclusivas que respeitem a liberdade individual e promovam o bem viver dessas pessoas.
O texto denuncia o abandono dos agricultores familiares, que mesmo sendo maioria, têm baixo acesso a crédito, tecnologia, assistência técnica e políticas públicas eficazes. Mostra que eles produzem em condições precárias, sem lucro e sem influência sobre os preços. Como futuro administrador, entendo que é urgente fortalecer instituições inclusivas, com políticas eficientes de apoio técnico e econômico. A pesquisa agropecuária e a ATER precisam ser fortalecidas para garantir equidade, desenvolvimento sustentável e justiça social no campo.
ResponderExcluirRayza Vitória Hipólito dos Santos da Nóbrega
ResponderExcluirDisciplina: Ética nos Negócios - 2025.1
UNEAL - Universidade Estadual de Alagoas
A marginalização dos agricultores reflete a mesma lógica concentradora do poder estatal criticada no artigo "Um sim, à singularidade". Ambos denunciam estruturas que impedem o desenvolvimento individual e coletivo, mostrando que sem inclusão e liberdade, não há justiça nem prosperidade real.
Fabiana da Conceição filho
ResponderExcluirAdministração - UNEAL
O artigo deixa claro as situações que esses agricultores passam como por exemplo precisar de mão de obra infantil e não ter acesso a novas tecnologias e também que eles levam uma vida desconfortável, é necessário que se criem políticas para a valorização desse trabalho e que essas situações sejam resolvidas.
Maria da Penha Barbosa
ResponderExcluirExcelente reflexão acerca da desestrutura e da não assistência dos poderes constituídos aos agricultores deixando-os à margem “do banquete da abundância” apesar do papel fundamental desses trabalhadores para a economia e desenvolvimento do país, permanecem "de cócoras ao sol" carentes de condições mínimas de trabalho e de vida.