Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]
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“Se perguntarmos o que os homens devem, antes de tudo, às práticas morais dos
chamados capitalistas, a resposta é; suas próprias vidas”. Tampouco, “a maioria
dos indivíduos que hoje constituem o proletariado não teria condições de
existir se outros não lhe proporcionassem meios de subsistência”, argumenta e
alerta Mises.
A
saber: 1) diz o IBPT, 79,02% da população que ganha até 03 salários mínimos
(4.236 reais) são responsáveis por 53,79% dos impostos arrecadados pelo
governo. Para cada 1 trilhão arrecadado, 53,79% vem das pessoas que ganham até
03 salários mínimos; e dentre essas, os agricultores familiares, em maioria, e
ainda assim sem saneamento básico; 2) o Censo agropecuário 2017, informa que
existem 3,9 milhões de estabelecimentos familiares; 3) Uma Jornada pelos
Contrastes do Brasil, informa que “0,6% dos estabelecimentos foram responsáveis
por cerca de 53% da produção, enquanto que, no outro extremo, 69% dos
estabelecimentos, os quais três quartos eram produtores familiares e, em grande
parte, estão no Nordeste, respondiam por 4% da produção”; 4) via de regra, os agricultores
e famílias usam muito pouco a interação computador-internet-dispositivos móveis
de banda larga, ora pelo elevado preço ofertado pelas operadoras, pela baixa
qualidade da conectividade e sem acesso em muitos lugares; 5) o financiamento é
para poucos, com baixo valor do custo de produção; 6) o serviço de pesquisa
agrícola distante do agricultor; 7) o ineficaz serviço de extensão rural,
estatal e privado, singularmente nos estados nordestinos e nortistas; 8) e, em
insegurança pública e jurídica.
Anote
– “Quando as pessoas ficam mais ricas, e assim se tornam mais bem alimentadas,
mais sadias e têm mais conforto, passam a valorizar mais sua própria vida e a
dos outros” (Pinker citando Paine).
É
possível essa valorização da vida, pois, é “Graças à multiplicação, à
diferenciação, à comunicação e à interação ao longo de distâncias cada vez
maiores, e à transmissão ao longo do tempo, a humanidade tornou-se uma entidade
distinta que preserva certas caraterísticas estruturais que podem produzir
efeitos benéficos para crescimentos numéricos adicionais”, bem disse Hayek.
Aliás, essa nova era das máquinas potencializa o pensar, o diálogo e o agir dos indivíduos nas redes sociais, por certo, repercutem em suas atuações em quaisquer organizações sociais para enfrentar às incertezas e o intervencionismo de qualquer natureza, principalmente o do Estado contra à liberdade do Indivíduo e ao seu estado de Direito. De maneira que, afirmava Adam Smith, "a economia política possa prover uma receita farta [...] para as pessoas, ou, mais propriamente, capacitá-las [...]; segundo, suprir o estado [...] com receitas suficientes para seus serviços públicos" para promover o desenvolvimento sustentável.
É
a ação humana, então, consciente ou inconsciente, é o fazer ou não fazer
contínuo do indivíduo (do agricultor familiar, do empreendedor, do empregado,
do consumidor) para transformar ideias em estados satisfações e, assim remover
conflitos de visões e de interesses, seu desconforto material e espiritual. O
indivíduo age para garantir os meios, e assim, realizar as metas e os fins
desejados, e, se satisfaz com os resultados obtidos, sempre alicerçados no seu
juízo de valor – que é pessoal e subjetivo – e em normas de conduta justa devem ser a
fonte de suas escolhas em qualquer sociedade sob o Estado de Direito.
Por ora, o citadino ou rurícola sobrevivem sob a força legítima ou ilegítima, de coerção e compulsão.
Porém, é o homem que baseado em seus julgamentos de valor, o solucionador quanto a seu estado de desconforto de qualquer natureza sob a ótica dos conflitos de interesses e de visões de mundo, ora restrita para muitos, ora irrestrita para outros tantos numa ordem e realidade ampliadas e espontâneas – não é juiz dos valores de outrem.
É indiscutível, falta-lhes líderes que organizem a lei e
o governo. E argumenta Bernardes, líder é aquele que usa a autoridade, que é o
“controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de
metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes
outros em razão de estarem informados dessa situação”. E assim, ajuda-o, romper
seu desconforto.
– E para romper o desconforto de qualquer natureza, o indivíduo necessita pensar, dialogar e agir, para que de maneira resoluta, possa afiançar uma lei que proteja o direito individual em legítima defesa, ao abrir mão voluntariamente de sua liberdade e preferências temporais para prosperar e ser feliz – E não por um regime de liberdade, tipo, Éramos felizes e não sabíamos", do ministro Alexandre de Moraes: https://www.youtube.com/watch?v=g_HORGxofdE
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Mestre em desenvolvimento Sustentável e professor da UNEAL