domingo, 7 de abril de 2013

Quer ser GOVERNADOR?

Marcos Antonio Dantas de Oliveira

"Alagoas descumpre a LRF desde 2009" [1].

"Comissionados tomam conta do funcionalismo"[2].

"Esquistossomose ameaça 80% da população alagoana" [3].

Presos são algemados em motos – Policiais cobram soluções" [4].

Em Murici, dentro ou próximo da Área de Proteção Ambiental/APA, existe em média 15 pedreiras, todas sem o licenciamento ambiental, autorização do Exército e muito menos do Departamento Nacional de produção Mineral/DNPM [5].

“Contrato do Detran com empresa vira caso de polícia” [6]

“Fiscais denunciam ‘vista grossa’ da Sefaz com usinas – Empresas do setor sucroalcooleiro não são fiscalizadas desde 2008; prédios do Fisco em Alagoas funcionam sob risco constante de desabamento” [7]

Desabrigados da cheia de 2010 ocupam casas em Santana do Mundaú – “o governo nos prometeu que as casas seriam entregues em fevereiro de 2011 e não cumpriu. Depois mudou o prazo para fevereiro de 2012. Já estamos em 2013 e nenhuma casa foi entregue”, diz Clevivaldo Lúcio de Lima [8]. "MP aponta fraude no Programa da Reconstrução em Alagoas. Promotores citam irregularidades em cadastros e má distribuição dos imóveis; Nonô diz que não há prazo para entrega das 18 mil casas". http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=337918&e=6

Canal do Sertão. “Depois de 20 anos de espera, a água chegou. É água para beber, pra plantar, pra tomar banho e pra deixar um sorriso estampado no rosto da nossa gente”, diz propaganda do governo federal e estadual [9]. Canal do Sertão: “agricultores usam água de forma improvisada”. “Plantamos milho na semana passada, mas a semente estava muito velha e não brotou. Então agora estamos cortando de novo a terra, para plantar feijão e milho para o São João” [10]. Depois da irrigação improvisada, da perda  das sementes, e do novo plantio por onde anda o serviço de Extensão Rural estatal e não estatal? Ah, os carros-pipa continuam abastecendo precariamente as famílias.

“Governo do Estado atrasa repasse de ração para alimentar animais”. “Prefeitos cobram doação de farelo para o Sertão” [11]. Em discurso o prefeito Jorge Dantas “cobrar as iniciativas do Governo do Estado para concretização das ações paliativas ocasionadas pelo efeito da seca” [12]. Convém lembrar que os agricultores com propriedades nos limites do semiárido também já registram escasso suporte forrageiro e água [baixíssima qualidade nutricional e potabilidade], baixíssima produtividade de leite e carne, mortes de animais, contas para pagar a credores, inclusive aos bancos; estão descapitalizados.

Em Alagoas, “mais de três mil pequenos produtores estão ameaçados de não receber pelo leite já entregue nos últimos dois meses”. Porque o  “Ministério do Desenvolvimento Social ainda não publicou o convênio que autoriza um novo preço para o programa local o no Nordeste” [13].

O preço pago ao agricultor pelo Programa de Distribuição de Leite do governo federal de R$ 1 pelo litro de leite é muito abaixo do custo de produção. Ressalta-se a apatia dos agricultores familiares a esse Programa que já vem com um preço defasado desde 2010, e assim confirma sua penúria social; por outro lado, são as estruturas, a montante e a jusante da produção agropecuária, que ganham muito dinheiro nesse negócio. Nesse sentido, o agricultor familiar é um grande transferidor de renda à conta-corrente dos setores econômicos dominantes: o industrial, o comercial, o financeiro e o estatal.

Na Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE: “64,5% dos alagoanos não têm acesso aos serviços básicos, 71,2% moram em casas sem esgotamento sanitário ou fossa séptica e num universo de 380 mil jovens, cerca de 110 mil não trabalham, nem frequentam a escola. Além disso, mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza”[14].

Fundo de combate à pobreza é ‘caixa-preta’ em Alagoas – nos últimos sete anos foram arrecadados R$ 252.829.471,90. “Recursos são investidos em projetos sociais, mas não sabe o resultado alcançado”  [15].

“Se Alagoas, fosse uma empresa e o alagoano, seu acionista, cada cidadão que vive neste Estado teria uma dívida de mais de R$ 2,7 milhões” [16].

Alagoas, um estado rico que continua com os piores indicadores sociais do Brasil [mais da metade da população é pobre]. Portanto, é preciso uma ação política nos espaços públicos dos rurícolas, agricultores e extrativistas familiares, povos e comunidades tradicionais, principalmente dos jovens rurais, e dos citadinos [enquanto cidadãos iguais e livres] para avançarem no acesso e usufruto dos bens primários – e segundo Rawls (2002) são eles: autoestima, inteligência, imaginação, saúde e vigor, oportunidades, renda, riqueza, liberdades, direitos.






 [1] Gazeta de Alagoas/08/jan/2013
[2] Tribuna Independente/24/mar/2013
[3] Tribuna Independente/06/jan/2013
[4] Gazeta de Alagoas/08/jan/2013
[5] O DIa Alagoas/17 a 23/mar/2013
[6] Gazeta de Alagoas/03/mar/2013
[7] Gazeta de Alagoas/31/mar/2013
[8] Gazeta de Alagoas/04/abr/2013
[9] Tribuna independente – publicidade/24/mar/2013
[10] Gazeta de Alagoas/31/mar/2013
[11] Gazeta de Alagoas/19/mar/2013
[12] Tribuna independente/21/mar/2013
[13] Gazeta de Alagoas - rural/05/abr/2013
[14] Gazeta de Alagoas – mercado Alagoas/31/mar/2013
[15] Gazeta de Alagoas/31/mar/2013
[16] Gazeta de Alagoas – mercado Alagoas/31/mar/2013















11 comentários:

  1. Dar uma vontade! Gustavo

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  2. Abriu a agenda política, ótimo artigo. toninho

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  3. Vamos acordar gente! Lúcia

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  4. É muita miséria. Oto

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  5. Quanta corrupção! Mauricio

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  6. Prezado Marcos Dantas,

    Parabéns pela responsável e documentada indignação contra as mazelas sociais!

    Kleber.

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  7. Prezado Marcos,
    Leio sempre suas matérias, pois elas constituem um bálsamo para a alma. Além de verdadeiras, chamam a atenção da sociedade para uma tomada de providências. Continue assim.
    Um forte abraço.
    Lindalvo Costa

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  8. Boa a observação de kleber. Maria

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  9. Parabenizo pelos seus textos atuais e lúcidos. Vera

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  10. Figue assustado com a dívida alagoana. Edgar

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  11. Continue nos chamando atenção para a precária situação no campo. Vânia

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