Marcos Antonio Dantas de Oliveira
O enfrentamento dessa situação – concentração de poder, renda, consumo dos recursos naturais e a relação entre citadinos e rurícolas – deve ter como ponto de partida uma posição original na distribuição da riqueza, tanto por parte de alguns poucos ricos e citadinos em abdicar do seu crescente consumismo supérfluo, como por parte dos rurícolas, de maioria pobre, em continuarem com seus sonhos de consumo irrealizáveis.
É uma tarefa difícil que pode ser solucionada pela sabedoria, parcimônia, desinteresse mútuo e a cidadania igual de homens e mulheres livres ao se perguntarem: desenvolver e sustentar quem? O quê? Quando? Até quando? No dia a dia é uma árdua tarefa; ainda mais sob a influência de uma mídia global e poderosa que estimula padrões de consumo que poucos podem ter; inclusive a maioria citadina, também.
Aos rurícolas - indígenas, trabalhadores de aluguel, agricultores, pescadores e extrativistas familiares, à questão central é que avanços na melhoria de suas posições sociais necessitam também de estímulos de suas representações, para um máximo necessário de satisfação das necessidades básicas e assim afaste-os da exclusão e da marginalização; um máximo de recursos e tecnologias para o uso, conservação e preservação dos biomas, biótopos e biótipos [inclusive os povos autóctones] e assim assegure o fluxo dos ciclos naturais e de seus sistemas produtivos; um máximo de recursos, capacidades e políticas públicas para que essas categorias sejam capazes de reivindicar o direito de manifestar sua própria identidade e cumprir com seus direitos e deveres via usufruto da riqueza pública.
Ao contrário, a desigual distribuição dos bens primários continua legitimando e contribuindo para piorar a vida dos indigentes [1/4 do salário mínimo], dos pobres [1/2 salário] e da classe E [até 02 salários], de maioria rurícola; pois na classe A [acima de 30 salários mínimos], por exemplo, a vida é nababesca, com muito luxo e luxúria. Solucionar esse comportamento antissocial só dialetizando, problemas e soluções.
Então, pela dialética, vida digna ao agricultor, pescador e extrativista familiar – quilombola, extrativista, caboclo e índio – que livres estabelecem relações de proximidade com os ricos, citadinos e os consumidores de seus produtos e serviços artesanais; argumentem e defendam a significância de seus modos de vida com seus pares, e os visitantes; como protetores da natureza usem práticas eficientes em seus sistemas de cultivo, beneficiamento e distribuição de seus produtos; e como promotores de ascensão social desenvolvam uma sociedade livre e solidária, e assim sustentem suas lógicas: cultivos, natureza e mitos; serviço e mais-valia; transmissão e posse, renda e cultura; e as relações sociais com os homens e as mulheres, hoje a amanhã.
Artigo publicado pelo jornal: Tribuna Independente, Maceió - Alagoas, 2010
Oh! gente precisamos votar melhor. Excelente artigo, Sebastião.
ResponderExcluirQue artigo para uma reflexão sobre a dura vida dos agricultores e pescadores familiares, Valmir
ResponderExcluirA sustentabilidade das lógicas familiares é condição necessária para garantir a segurança alimentar, vestuário, moradia e rendas produtivas e não produtivas aos agricultores familiares,para isso o serviço de pesquisa e extensão rural de qualidade é imprescindível,Fernando.
ResponderExcluirMuito bom seu blog... vamos socializando as informações que são tão pouco compartilhadas pela mídia convencional. Agricultura e desenvolvimento ao país.
ResponderExcluirConvido a todos para o meu: www.domatoaoprato.blogspot.com
Abraços paulistas, Lisa
O texto deixa claro que a sociedade e o estado devem garantir o acesso aos bens primários para àqueles que vivem na pobreza.
ResponderExcluirHeloisa
Marcos, sua forma de escrever os artigos nos deixar a vontade para pensar e agir, Carla
ResponderExcluirContinuo lendo seus artigos e socializando-os, Artur
ResponderExcluir