quinta-feira, 12 de junho de 2025

O homem está NU!

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Nalgum momento, pense e aja para alavancar o Estado de Direito e o Desenvolvimento Sustentável.

Pensar e agir, sobretudo, são sentimentos naturais e imperiosos para os rurícolas: homens e mulheres, crianças, jovens e adultos, independentes de sua pouquíssima riqueza e renda privadas, mesmo que usem os fatores de produção para manter suas lógicas familiares, suas relações de compadrio e suas preferências temporais; nesses casos, pela carência de alimentação, vestuário, moradia, educação, políticas públicas e renda degradam biótopos, biótipos, biomas; e por um Estado coercitivo que atua ausente de suas funções básicas: proteger à individualidade, liberdade e propriedade, apesar de arrecadar muito imposto, R$1,74 trilhão, e o distribui mal; presta serviços de má qualidade e caros, de educação, saúde e segurança pública e jurídica. 

Essa contínua ação estatal, por anos a fio, gera desigualdade econômica, social e outras. E só é rompida pela ação dos indivíduos éticos e suas instituições inclusivas políticas e econômicas, guiadas por uma ordem espontânea e suas normas de conduta justa e um governo limitado.

Tampouco, a Lei nº 11.326/2006 – ao estabelecer as diretrizes da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais não consegue minorar o seu caráter político-ideológico, uma espoliação legal, que contamina o entendimento sobre a heterogênea agricultura familiar como atividade econômica geradora de empregos, rendas, prosperidade e bem viver; por isso, continua sem atender às necessidades da grande maioria dos beneficiários dessa lei; priva-os do êxito da ideia de negócio quanto a preservação e uso dos recursos naturais, bens de capital e consumo de bens e serviços.

Dito isso, entre esses beneficiários, é alto número de analfabetos; é elevado nível de descapitalização e endividamento bancário; é comum, a insegurança jurídica, a gestão precária, o custo de produção que não remunera a mão de obra familiar; o uso de tecnologia de baixa produtividade, o não de uso da interação computador-internet-dispositivos de banda larga, a incapacidade de repor os bens de capital, a sazonalidade de um mercado de poucos serviços e produtos, e a ineficiência do serviço de ATER, sobretudo, por uma visão de futuro sem qualquer prazo, bem como a de curto prazo dos planejadores, estatal e da iniciativa privada, têm aniquilado às preferências temporais, hoje e amanhã, dessas pessoas, e assim não solucionam suas necessidades básicas, nem alavancam seus propósitos de vida.

Além disso, a atuação ineficiente das empresas de Ater públicas e privadas (abandonadas pelos governos estaduais estão em penúria, e as outras sem capital suficiente para atender os clientes), nesses 19 anos, não oportunizaram o êxito do empreendedorismo para a grande maioria dos 3,9 milhões – em Alagoas, 82 mil de estabelecimentos familiares continuam com renda de até 0,5 salário mínimo; então não há sucesso do empreendedor, nem do contratado, que empobreceram porque não conseguiram acumular a renda do capital, e muito mal acumulou a renda do trabalho, acumular riqueza e usá-la. Essas pessoas, segundo o Conceito Estatístico do Décimo, estão entre os 50% da base da distribuição de renda na pirâmide social pela “deficiência de impulsos e preferências pessoais”, ecoa Mill.

Os homens cooperam e trocam recursos, processos, valores e decisões, assim anulam essas deficiências. Logo, o êxito da cooperação depende de quem escolhe como líder – líder usa o “controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados dessa situação" (Bernardes). Ainda assim, vigie-o, desta vigilância, depende sua ética, liberdade, progresso, bem viver.

Quão longe do Estado de Direito, o indivíduo não tem presença no banquete da riqueza gerada. Está nu. E não liberto de suas necessidades básicas, não está livre para pensar e agir nos assuntos privados e públicos. E a solução, diz Hayek: "... o indivíduo tem liberdade de decisão e é solicitado a sacrificar voluntariamente as vantagens pessoais à observância de uma regra moral” – liberdade para ser livre! https://jovempan.com.br/noticias/politica/stf-forma-maioria-para-responsabilizar-redes-sociais-por-conteudos-publicados-por-usuarios.html

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável e professor da UNEAL


sexta-feira, 30 de maio de 2025

O indivíduo aos pés do Estado

           Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

O indivíduo por não exercitar o Estado de Direito, não consegue prosperar economicamente, enquanto produtor e consumidor de bens e serviços de qualidade, pelo usufruto dos seus direitos inalienáveis: individualidade, liberdade, propriedade – se o controle, a preservação e o uso dos fatores de produção e dos tributos estão sob a guarda e o monopólio da violência estatal - https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/70643/a-voz-da-constituicao-na-pena-do-ministro?fbclid=IwY2xjawKxMehleHRuA2FlbQIxMQBicmlkETE5TmlqWmpPVklNVFVDbDBxAR6N3RLrJS2ky9dm6_JVGaLoUeYsVRWvJoszOmhfrDUEmbdMyCO2Szk4zh0aGw_aem_ADvz4NN1z7k_iiE3JuAEGA

Os brasileiros e os 3,9 milhões beneficiários da Lei 11.326/2006, e suas famílias necessitam de ambientes e arranjos institucionais, formais ou não, que diminuam às incertezas do seu negócio, emulem tendências e construam cenários que operem políticas públicas efetivas para alavancar quaisquer atividades e funções desempenhadas por esses indivíduos nesses ambientes e arranjos – o indivíduo pensante age para que à liberdade econômica garanta avanços às liberdades: política e civil, ao solucionar agravos ao progresso e bem viver usufruindo de bens e serviços de qualidade.

Em Alagoas, o secular uso da enxada simboliza a inovação para a enorme maioria dos 82.369 beneficiários da Lei 11.326. É alto e de mau uso os recursos naturais; é baixa a utilização dos poucos bens de capital e a dificuldade de repô-los é uma realidade; é baixa a qualificação do capital humano; e a renda, em geral, é de 0,5 salário mínimo, que somados a ineficiência do Estado, conforme o Ranking de Eficiência de Estado da Folha de São Paulo, é uma ação fatal do estado patrimonialista.

Que má sorte da população! O Estado vive a plenitude de sua ineficiência, embora uma hipnótica mídia afirme que os serviços públicos de educação, saúde, arrecadação e distribuição, fiscalização, justiça, e agropecuária não deixam a desejar – quanta iniquidade! Em Alagoas, a Seagri e os órgãos vinculados têm um quadro técnico insuficiente, inclusive contrata comissionados que com sua alta rotatividade é uma opção precária, bem como sua baixa produtividade é cara à sociedade. É vital ressaltar que, a Seagri, Adeal, Ideral, Iteral, Ima e a 'nova Emater', têm baixíssimo número de servidores comissionados e bolsitas, que realizam poucas capacitações, para si e terceiros; têm baixos salários; e é ridículo, o valor orçado para investimento e custeio de seus objetivos e metas.

Esses fatos reduzem drasticamente as atribuições desses órgãos, torna-os ineficientes, e agravam à já penosa vida da maioria dos alagoanos, principalmente das crianças [não observa o ECA], em seu bem-estar pelo governo: federal, estadual, distrital e municipal. E as soluções: orçamento suficiente, gestão eficiente e eficaz, e concurso público são necessários para a Seagri, Adeal, Ideral, Ima, Iteral, e a 'nova Emater' alavancarem à prosperidade e o bem viver de seus servidores e dos agricultores.

Os agricultores e suas representações, na medida em que, não participam de audiências públicas do PPA, da LDO e da LOA, em qualquer lugar desse Brasil, não asseguram nos orçamentos: federal, estadual, municipal e distrital, dinheiro público para suas necessidades e demandas como geradores de riqueza privada. 

De igual modo, agem os intervencionistas e propagandistas de diferentes ideologias, que em proteção de seus interesses privados nutrem o Estado Patrimonialista – escolhe quem vai ser atendido. É fato, se o indivíduo continuar permitindo que o governo atue como principal agente econômico e social, essa omissão deixa que algo de relevância como a política, seja dada de mão beijada, àqueles que representam o que temos de pior na burocracia governamental.

Tal fato, torna imperativo que o agricultor familiar, seja livre por conta e risco próprio para construir opiniões e leis; e adotá-las sem quaisquer espoliações por meio de fraude, coerção e compulsório, ilegal e legal, à liberdade individual, dia a dia. 

Quão é vital que os brasileiros desobstruam as relações governamentais que ruem o desempenho de suas capacidades básicas e de escolher, suas preferências temporais, individual e coletiva, hedônica e eudemônica, hoje e amanhã, só acontece numa ordem espontânea e governo limitado. É possível alavancar o Estado de Direito e o Desenvolvimento Sustentável, quando a “lei é a organização coletiva do direito individual em legítima defesa”, ecoa Bastiat.

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal, Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com


quarta-feira, 30 de abril de 2025

Um sim, à singularidade!

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

 

Se “O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver às custas de todo mundo”, como anunciou Frédéric Bastiat. Então esse fascínio pela função e controle estatal tem invadido nossa consciência e continua erodindo o exercício da individualidade, liberdade e posse, e o livre mercado, será por ignorância, por comodidade, ou por apatia a esse exercício – https://noticias.uol.com.br/colunas/a-hora/2025/05/04/inss-governo-estuda-credito-extraordinario-para-ressarcir-aposentados.htm

 

Os agentes públicos e privados não só o vivenciam, como se apropriam do Estado na troca de favores negociando cargos estatais, emendas parlamentares, licitações, financiamentos, concessões e a lei orçamentária anual – os agentes estatais, nessa lei já garantem reajustes aos seus salários, em detrimento dos empreendedores e trabalhadores que geram a riqueza privada (ativos não financeiros e ativos financeiros. 


Logo, os propagandistas do governo, o aplaude entusiasticamente em qualquer lugar, chamam à atenção sobre a relevância das funções do Estado; e, por certo, impulsionam os interesses dos que governam e apropriam-se do Estado, exacerbando o exercício do governo de costumes por parte desses, e que ainda são apoiados por aqueles que não revelam nenhum interesse em discutir e fiscalizar a riqueza pública e as atribuições dos agentes estatais.

 

Desse modo robustecem as relações de compadrio e as desigualdades nas relações econômicas e de qualquer outra natureza, e desfavorecem à prosperidade e à felicidade do indivíduo.

 

Para Molinari (2014): “definir e delimitar a função do governo, é necessário investigar a essência e o objetivo da sociedade”; pois, a vida privada – individualidade, liberdade e posse – vem sofrendo ataques frequentes e severos nestes últimos dois séculos. Todavia, estes séculos são marcados pelo avanço rápido, barato e onipresente da interação computador-internet-dispositivos móveis de banda larga, que dia a dia, nos expõe a ataques virulentos, principalmente de agentes estatais para controlar essa interação. 


Contudo, tal interação beneficia o indivíduo para a prática do Estado de Direito ­– “que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento”, diz Hayek (2010).

 

Nesse cenário de incertezas e inseguranças, inclusive a jurídica, com certeza o indivíduo, os beneficiários da lei 11.326 de 2006, devem compartilhar a milenar divisão do trabalho, a tecnologia, o conhecimento, a lei e o livre mercado. É o indivíduo que numa troca pacífica age como força motriz que marqueteia, inova, produz, consume, especializa, armazena, intercambia e otimiza ideias e bem viver em escala ascendente, pelo uso das preferências temporais, individual e coletiva, hedônica e eudemônica, hoje e amanhã, o usufruto contínuo da riqueza privada e pública geradas pela liberdade econômica.

 

Não é um jogo de soma zero, porque "cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar. Por essa razão, a justiça nega que a perda de liberdade de alguns se justifique por um bem maior partilhado por outros" (Rawls, 2002), promove à hierarquia das necessidades e autorrealizações do indivíduo em ambientes institucionais e não institucionais, públicos e privados, ao exercitar o Estado de Direito.

 

E decerto, guiado por uma ordem espontânea e suas normas de conduta justa alavanca o Desenvolvimento Sustentável – pois, "o indivíduo baseado no seu juízo de valor age numa ordem espontânea e em pleno Estado de Direito para criar uma ideia de negócio e satisfazer suas preferências temporais, individual e coletiva, hedônica e eudemônica, hoje e amanhã; por  certo, usa suas habilidades e competências para preservar e utilizar com eficiência os fatores de produção e tributos, transforma-os em bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis, e com eficácia, oferta-os aos consumidores para bem viver seus valores".

 

Um sim, à singularidade!


[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal, Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

segunda-feira, 31 de março de 2025

O Homem continua incomodado

    Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

O processo coercitivo e compulsório do Estado (e seus servidores) que atua ausente de suas funções básicas: proteger à vida, à liberdade e à propriedade; que arrecada muito imposto e o distribui mal, por exemplo, ao prestar serviço de educação, de saúde, de saneamento básico (+50% da população não o tem), e de segurança pública e jurídica, de má qualidade, ineficiente e caro, afetam severamente às preferências temporais, individual e coletiva, hedônica ou eudemônica, hoje e amanhã, de homens e mulheres, crianças e adultos, principalmente, dos beneficiários da Lei 11.326/2006. Essa contínua e impune ação estatal, gera desigualdade econômica,  social e outras, há séculos - https://jovempan.com.br/noticias/politica/stf-forma-maioria-para-excluir-verbas-do-judiciario-do-teto-fiscal.html

Pensar e agir, sem dúvida, são necessidades dos indivíduos, independentes de sua pouca riqueza e renda privadas; de suas lógicas familiares; de suas relações de compadrio; e de políticas públicas que degradam biótopos, biótipos, biomas, pela carência de alimentos, vestuário, renda, moradia, educação. Não conseguem acumular a renda do capital e sequer acumularam a renda do trabalho, empobrecem.

Riqueza é “o valor total, a preços de mercado, de tudo que os residentes e o governo de um país possuem num determinado momento e que possa ser comprado e vendido em algum mercado” (Piketty, 2014). Essas pessoas estão entre os 50% da base da distribuição de renda na pirâmide social (Conceito Estatístico do Décimo) Não realizam suas preferências temporais.

Logo, a política de desenvolvimento sustentável exige que o indivíduo exercite o Estado de Direito para acessar e usar os recursos naturais e os bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis a preços correntes, em sua unidade: geográfica, econômica e social e, ora, por propor, acompanhar e avaliar o PPA, a LDO e a LOA, federal, distrital, estadual e municipal, principalmente no seu município, sobre arrecadar e distribuir os impostos, rumo à prosperidade e  bem viver - https://agroemcampo.ig.com.br/2025/agronegocio-brasileiro-bate-recorde-historico-de-empregos/

Esse processo, todavia, necessita  de estratégias que garanta que as diretrizes e a execução de programas, ações e projetos construam uma visão de futuro salvaguardada pelo Estado de Direito ­– “significa que todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas – as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento”, diz Hayek (2010). 

Nesse sentido o indivíduo ora guiado pela ordem espontânea e suas normas de conduta justa alavanca o Desenvolvimento Sustentável, que resguardado pelo seu julgamento de valor cria uma ideia de negócio, baseada na eficiência os fatores de produção e tributos e na eficácia em bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis; e promove suas preferências temporais, individual e coletiva, para bem viver seus valores.

Porquanto, “não importa quão sejam primitivas as suas ações, ele precisa projetá-las no futuro e pesar as consequências; o que requer um processo conceitual”. “A escolha do homem não é se ele precisa de uma visão abrangente da vida, mas apenas se sua visão é verdadeira ou falsa. Se ela for falsa, isso o leva a agir como seu próprio destruidor” (Rand, 2019).

Nalgum momento, o indivíduo ético tem liberdade de decisão e voluntariamente em observância de uma regra assegura suas preferências temporais, individual e coletiva, hedônica e eudemônica, hoje e amanhã, baseada em seus juízos de valor. É vital que estas preferências se realizem num mercado concorrente e num governo transparente e limitado em suas ações sobre lei, ciência, progresso, cultura e bem viver.

Então, eis o homem, como bem diz, Frédéric Bastiat (2010) – “foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes que os homens foram levados a fazer as leis”.

 



         [1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal, Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

 

 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

De cócoras no sol e na chuva

Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]


É o caso de quase 03 milhões de beneficiários da lei 11.326/2006, doravante, agricultores familiares brasileiros, e de 82 mil em Alagoas. Estes consumidores de  bens e serviços que ganham até três salários mínimos, são os que mais pagam impostos (principalmente o ICMS) e a dívida pública do Estado. Por certo, esses 03 milhões são os mais atingidos pela compulsão governamental que arrecadou mais de 3,6 trilhões em  tributos, em 2024. Por volta da metade deles têm renda de até 0,5 salário mínimo, têm uma vida desconfortável, não poupam nem consumem.

E os agricultores familiares e seus diversos tipos, que usam a enxada, o arado tração animal, ou alguma tecnologia de médio conteúdo, algumas práticas conservacionistas, e muita mão de obra, inclusive a infanto-juvenil [analfabeta e desqualificada], basicamente produzindo para o autoconsumo, enquanto o excedente por hectare vai para o mercado interno e próximo da propriedade; vendem aos poucos atravessadores. À vista disso, são poucos os agricultores que conseguem vendê-la ao governo. Aliás, os agricultores não são formadores de preços.

É uma agricultura onde a baixa produtividade de todos os fatores é resultante do "caráter estrutural da ‘brecha camponesa’ no sistema escravista, com sua lógica subjacente" (Cardoso). É um agricultor minifundiário que continua sem acesso a terra,  titulação, crédito rural, inovação, educação, lucro, à felicidade, e outros dispositivos sociais e econômicos. Este agricultor tem baixo poder aquisitivo, tampouco tem capital disponível para repor os bens de capital usados no seu negócio agropecuário, e é assistido pelo ineficiente serviço de pesquisa agropecuária e de extensão rural e assistência técnica/ATER, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Ademais, por não acumular, nem poupar capital pratica uma agricultura por necessidade. Que escolha tem?

Nos Estados Unidos em Charles City, Virgínia, o agricultor David Hula colheu 651 sacos de milho por hectare -https://www.canalrural.com.br/agricultura/agricultor-colhe-651-sacas-de-milho-por-hectare-e-bate-recorde/

Outrossim, é comum a relação de compadrio entre o governo, as representações dos agricultores e os skateholders, quando atuam como instituições extrativistas (quando econômica, incapaz de incentivar as pessoas a poupar, investir, inovar e consumir; e quando política, concentra o poder nas mãos de poucos). E é baixa participação do agricultor e suas representações nas audiências públicas sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) e outras. O agricultor tampouco consegue aniquilá-las está de cócoras no sol.

O indivíduo espoliado, legalmente ou não, vivencia ao tempo o mundo intelegível e o mundo sensível. Que por certo é espoliado devido sua baixa escolaridade; o não uso da interação computador- internet- dispositivos móveis; a fragilidade institucional e organizacional do Estado; o corporativismo e ativismo dos servidores públicos; o irresponsável aumento do gasto, e déficit públicos e da carga tributária; as dificuldades para aplicar a política de pagamentos dos serviços ecossistêmicos aos danos ambientais em sua propriedade; e o descaso com a política compensatória; o alto risco da atividade agrícola por fenômenos climáticos; o aviltamento de preços; o seguro agrícola de baixa cobertura; a logística ruim; a impossibilidade de lucrar com os parcos bens de capital que aumentam o custo final de um bem e de um serviço; e a insuficiência de recursos humanos e financeiros à pesquisa agropecuária e à ATER, afeta-lhe no consumo de bens e serviços.

Que falta faz, sobretudo, um sistema (e uma empresa pública) nacional estatal de pesquisa agropecuária e ATER, que planeje e geste os recursos financeiros e humanos, e capacite seus servidores e os agricultores assistidos, ora pela presença de mais de 03 milhões de agricultores, engenheiros agrônomos e outros profissionais que intercambiando inovações, impulsionam seu poder de compra e suas vidas.

Todavia, os governos (federal, estadual, distrital e municipal) necessitam oportunizar a participação da grande maioria dos agricultores familiares pela ótima qualidade do serviço de pesquisa agropecuária e ATER no banquete da abundância, pois, o Brasil produzirá uma safra de grãos de 328 milhões de toneladas, Conab 2025.

E para romper o caos estabelecido, o indivíduo ético necessita pensar, dialogar e agir, para que de maneira resoluta, possa afiançar uma lei que proteja o direito individual em legítima defesa, ao abrir mão voluntariamente de suas preferências temporais, individual ou coletiva, hedônica e eudaimônica, no presente e no futuro; via, instituições inclusivas, quando políticas, assegurar-lhe o Estado de Direito e, quando econômicas, estimula-os a poupar, investir, inovar, consumir e confiar. E estas instituições, logo, se multiplicam baseadas numa ordem espontânea e ampliada com normas de conduta justa, normas específicas e democracia limitada; onde o indivíduo usa seus conhecimentos, habilidades, virtudes e atitudes para decidir seus interesses, mas, sem intervir nos domínios dos outros.

Leve-o à liberdade, ao afeto, ao bem viver.

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal, Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com

 

 


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

O indivíduo e sua prosperidade

 Marcos Antonio Dantas de Oliveira[1]

Quão certo é que, a prosperidade e riqueza do indivíduo e da região originam-se da ideia de negócio quanto ao uso e a preservação (planejamento, gestão e resultado econômico) dos recursos naturais e humanos, bens de capital e a eficiência de governo. – Uma pesquisa do Banco Mundial e da Cruz Vermelha [2005] avaliou a prosperidade nos países e concluiu: no Brasil, os recursos naturais são responsáveis por 18%, nos Estados Unidos e na Europa 2%, cada um; os bens de capital, respondem por 14%, 13% e 17%; o capital humano e a eficiência de governo somado atingem 68%, 85% e 87%, respectivamente. O que confirma que no Brasil, o usufruto dos bens naturais é mal usado e sujeito à grilagem [a quem serve o Cadastro Ambiental Rural?] e, tampouco é baixo o uso de bens de capital e o capital humano qualificado e ainda conta com um governo ineficiente, principalmente para os 3,9 milhões de beneficiários da Lei 11.326/2006.

“Só aludimos à questão e reconhecemos que o livre comércio, e não o protecionismo, vai gerar prosperidade e, em consequência, os empregos dos quais dependemos para viver”, anuncia Ahner (2009).

É vital o êxito das pessoas e das empresas na bacia hidrográfica de qualquer negócio sustentável, inclusive do agronegócio – preservação e uso dos recursos naturais e ciência, propriedade privada e bens de capital, produção e consumo, inovação e livre mercado, lucro e tributo, o bem viver.

O bem viver como fato consumado necessita que o indivíduo (e suas criações) tendo a lei como uma “organização coletiva do direito individual em legítima defesa” (BASTIAT, 2010) alavanque as instituições inclusivas políticas e econômicas que ora obedecem às regras do jogo e promovem a ética e o Estado de Direito – Para Hayek (2010), no Estado de Direito, "todas as ações do governo são regidas por normas previamente estabelecidas e divulgadas  as quais tornam possível prever com razoável grau de certeza de que modo a autoridade usará seus poderes coercitivos em dadas circunstâncias, permitindo a cada um planejar suas atividades individuais com base nesse conhecimento".

Com efeito, é sabido que o indivíduo dialoga para exercitar sua individualidade, liberdade, e o resultado deste, lhe assegura a tomada de decisão para uma vida confortável a si e aos outros, ao usufruírem de suas preferências temporais individuais e coletivas, poupar ou consumir, hoje ou amanhã; e, ao abrirem mão voluntariamente de algumas delas, em favor de uma regra, sempre aperfeiçoada, alavancará o desfrute dos bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis.

Aliás, os homens ao interagir em redes de cooperações e trocas pacíficas potencializam os recursos, processos, valores e decisões, impele-os à prosperidade e bem-estar – vida, liberdade e propriedade. Logo, impulsionam o Desenvolvimento Sustentável que se realiza quando o indivíduo baseado em seu julgamento de valor e propositalmente em cooperação com outros criam uma organização numa ordem espontânea e ampliada e em pleno Estado de Direito, uma ideia de negócio, utilizam suas capacidades organizacionais para preservar e usar com eficiência os fatores de produção e tributos; transformando-os com eficácia em bens e serviços funcionais, convenientes e confiáveis, satisfazem suas preferências temporais, individual e coletiva, para bem viver seus valores: razão, propósito, autoestima e ética.

O indivíduo para quaisquer atividades da montante à jusante do agronegócio, em que deseje realizar contínuos processos de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem para solucionar o trade-off: renunciar ou não renunciar à produtividade de todos os fatores e à sustentalidade para prosperar e usufruír do bem viver – O Brasil em 2025, produzirá uma safra agrícola de 325,3 milhões de toneladas de grãos https://www.canalrural.com.br/agricultura/safra-2025-pode-alcancar-recorde-de-3253-milhoes-de-t-e-ser-111-maior-ante-2024-diz-ibge/

– “Pensar em si é sempre uma conquista dos indivíduos”, ecoa  Mises (2020) – O indivíduo é uma referência na sociedade, ao agir baseado na razão, propósito, autoestima e ética valoriza seu julgamento de valor – APLAUSOS !!!

 

 

 



[1] Mestre em Desenvolvimento Sustentável, professor da UNEAL, dirigente sindical, articulista do jornal, Tribuna Independente e do blog: sabecomquemestafalando.blogspot.com